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FICHAMENTO: MODERNISMO E VANGUARDAS ARTÍSTICAS NA BAHIA - PANORAMA GERAL DA CULTURA E DA ARTE

Por:   •  21/1/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.116 Palavras (5 Páginas)  •  614 Visualizações

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FICHAMENTO

MODERNISMO E VANGUARDAS ARTÍSTICAS NA BAHIA:

PANORAMA GERAL DA CULTURA E DA ARTE

Por Fernando José Reis de Oliveira

O movimento de arte modernista consiste num marco de renovação da cultura e da arte baiana. Com vistas a analisar esse movimento modernista de vanguarda, que se desenvolveu tardiamente na Bahia - nas décadas de 1950 e 1960 -, o autor destaca a contribuição da política cultural delineada pela Universidade da Bahia durante a gestão do reitor Edgar Santos.

Primeiramente, o autor traz uma análise conceitual sobre o termo “vanguarda”, tratando de relacioná-lo ao movimento modernista na Bahia, que desponta a partir do campo literário nos anos 20 e se desenvolve em seguida nas artes plásticas, na dança e no teatro ao longo dos anos 50 e 60. Este movimento contribuiu significativamente para a evolução cultural e artística que, por sua vez, marcou o período conhecido como o “renascimento baiano”.

Em seguida, Oliveira remonta às origens do modernismo. “Seja nos mundos sociais e naturais ou na tela de um pintor acadêmico, reconhecia-se que havia uma transição em curso e um sentido de continuidade em tudo” (p. 3). O modernismo brasileiro de 1922, surge inspirado nas correntes vanguardistas europeias, a saber, no futurismo, no expressionismo, no dadaísmo e no surrealismo. A partir daí, concebe-se uma rede simbólica da identidade cultural da brasilidade, baseada nos seguintes princípios:

  1. A persistência radical e caráter indígena e naturalista das raízes brasileiras;
  2. O uso do humor como ferramenta crítica e traço distintivo da crítica modernista;
  3. Criação de uma utopia brasileira e crítica à ordem social vigente de mundo burguês.

Nesse paralelo entre as influências das vanguardas europeias e o movimento modernista que irrompe no Brasil, pode-se destacar a posição de Mário de Andrade e Jorge Luis Borges, que apresentam afinidades em seus programas estéticos. Oliveira traça um breve perfil desse autor brasileiro, caracterizado por sua eloquência, relevante para a instauração do projeto modernista, que convoca o indivíduo “para uma atitude de renovação, pois trata-se de encontrar na cultura popular - na gloriosa tradição do passado do Brasil - as bases para a reconstrução da identidade nacional” (p. 5).

 Nesse contexto das vanguardas modernistas, Oliveira lança algumas hipóteses acerca da diretriz que dará forma e impulsionará o desenvolvimento da cultura e da arte na Bahia nos anos 50 e 60 e também nas décadas seguintes. São elas:

  1. Vanguarda como ruptura em relação à tradição;
  2. Vanguarda como campo de luta contra a cultura oficial e a emergente “cultura de massa”;
  3. Vanguarda como ruptura em relação ao estatuto da crítica da arte sobre si própria, de sua autocrítica e de sua função social;
  4. Vanguarda associada à ideia de guerra, combate, progresso intelectual e de encontro com a novidade proporcionada pela ruptura;
  5. Vanguarda como experimentalismo estético e artístico, estímulo para a ruptura das fronteiras entre as diferentes artes e disciplinas, voltado à busca do elemento novo e, consequentemente, de uma nova identidade cultural.

Segundo o autor, esta última hipótese é a mais aceitável, uma vez que é a que melhor explica a estratégia utilizada pelo movimento de vanguarda baiano - para o progresso da sociedade por meio da cultura e das artes - e também a que melhor se adequa ao entendimento dos processos criativos e de composição artística moderna.

De acordo com Oliveira, dentro da perspectiva histórica, “a arte moderna chegou à Bahia como uma necessidade de renovação das fórmulas gastas e ruptura em relação aos moldes artísticos do velho academicismo” (p. 6). Na visão de Scaldaferri (1998), os acontecimentos que marcam o surgimento do modernismo nas artes plásticas e auxiliam na diminuição da defasagem existente nessa área entre o modernismo baiano e as correntes modernistas do Sudeste - eixo Rio-São Paulo, são os seguintes:

  1. A atuação do pintor José Tertuliano Guimarães;
  2. O surgimento dos salões de ALA (Ala das Letras e das Artes);
  3. A organização da primeira exposição de arte moderna na Bahia em 1944;
  4. A exposição itinerante de 1948, que trouxe a Bahia vários artistas modernos, estrangeiros e nacionais;
  5. O I Salão Baiano de Belas Artes de 1949 e suas edições subsequentes;
  6. A chegada à Bahia de Poty Lazzaroto e José Pancetti nos anos 1950, para dar um curso de gravura.

Nesse ínterim, surge o fato mais importante para a instauração da arte moderna na Bahia: a exposição dos chamados “Novos Artistas Baianos” em abril de 1950, com a participação de Mário Cravo Junior, Jenner Augusto da Silveira, Lygia da Silva Sampaio e Rubem Valentim. Após mais de cem anos de “cultura em conserva” - nas palavras de Roger Bastide -, a Bahia passa por certa “euforia produtiva das atividades artístico-culturais, através do movimento modernista” (p. 8).

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