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FUNDAMENTOS DA ALFABETIZAÇÃO

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Por:   •  4/11/2013  •  1.995 Palavras (8 Páginas)  •  494 Visualizações

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A CONCEPÇÃO DE LINGUAGEM E O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA.

Tendo em vista que a leitura é condição essencial para que se possa compreender o mundo, os outros, as próprias experiências e a necessidade de inserir-se no mundo da escrita, torna-se imperativo que o aluno desenvolva habilidades lingüísticas para que possa ir além da simples decodificação de palavras. É preciso levá-lo a captar por que o escritor está dizendo o que o texto está dizendo, ou seja, ler as entrelinhas. Pode-se fazer mais: proporcionar ao aluno experiências de leitura que o levem não só a assimilar o que o texto diz, mas também como e para quem diz.

Os alunos desde muito cedo, convivem com a língua oral em diferentes situações: os adultos que as cercam e falam perto delas e com elas. A línguagem ocupa, assim, um papel central nas releções sociais vivenciadas por crianças e adultos. Por meio da oralidade. As crianças participam de diferentes situações de interação social e aprendem sobre elas próprias, sobre a natureza e sobre a sociedade. Vivenciando tais situações, as crianças aprendem a falar muito cedo, e quando chegam ao Ensino Fundamental, salvo algumas exceções, já conseguem interagir com autonomia. Na escola, no entanto, aprendem a produzir textos orais mais formais e se deparam com outros que não são comuns em seu dia- a- dia de seus familiares ou de sua comunidade.

Para o Ensino da Língua Portuguesa a proposta dos PCNs que sugere um direcionamento do ensino a partir da reflexão dos alunos, para se chegar ao conhecimento da metalinguagem, e não descrever incansavelmente as estruturas disponíveis, saturando os alunos de terminologias; prática que se revelou improdutiva.

A alfabetização tem sido foco de inúmeras indagações, sobretudo no que concerne ao trabalho do professor. Nesse contexto, se tem discutido bastante acerca do real caráter da mediação didática, bem como sobre formação docente sob outras vertentes: postura, situações experenciadas, sonhos, crenças e utopias do profissional professor.

Assim, o Ensino da Línguia Portuguesa, destina-se a preparar o aluno para lidar com a linguagem e suas diversas situações de uso e manifestações, inclusive a estética, após o domínio da língua materna revela-se fundamental ao acesso às demais áreas do conhecimento. O desenvolvimento do saber lingüístico implica leitura compreensiva e críticas de textos diversos: produção escrita em linguagem padrão; análise e manipulação da organização estrutural da língua e percepção das diferentes linguagens (literária, visual, etc.) como forma de compreensão do mundo. De tal forma, percebe-se que o processo de leitura não provém somente da memorização, é sim um conhecimento de natureza conceitual; precisa compreender não só a sua representação, mas sua função social; deve compreender as várias nuances e funcionalidades da leitura: Ler por ler, por prazer, para se informar, para criticar, estabelecer relações, para estudar, para entender algo, para escrever de maneira mais autônoma, para conversar, dentre outros.

Enfim, o aluno deve ler, na escola, com objetivos similares àqueles com que se lê fora da escola. Nesse sentido, é função do professor criar situações propícias para que o aluno desenvolva as suas leituras a partir de práticas significativas e socialmente relevantes. A prática da leitura deve ser concebida de modo articulado e situar-se nas ações cotidianas em que as práticas da cultura escolar se inserem e está associada ao desejo e/ou à necessidade do aluno. A leitura precisa ser prazerosa, atendendo às necessidades aos interesses de quem lê. A responsabilidade em relação aos materiais que serão lidos deve ser compartilhada; então, as listas de livros para leitura devem ser construídas coletivamente, evitando-se o texto único, para todos.

Dessa maneira, o princípio da autonomia é atendido, ou seja, o aluno tem o direito a dizer o que quer ler e como, mas o professor também indica, propõe o que considera relevante no desenvolvimento do projeto de cada aluno, porque se pressupõe ter maior domínio dos diferentes gêneros textuais.

Sabe-se que cada indivíduo é uno: dotado de particularidades, experiências de vida, dificuldades, desejos e posturas, pertencentes ao seu mundo singular. Mesmo em face da diversidade cultural à qual são expostos, os alunos têm desejos que se o professor souber utilizar, aparece como um fator motivacional para a potencialização da aprendizagem. Os desafios e as complexidades situacionais devem ser provocados pelo professor, enquanto mediador, conforme a necessidade do mediado, procurando encorajá-lo à curiosidade intelectual, promovendo originalidade e criatividade, propondo atividades não-convencionais (como as listas, os fichamentos, os resumos, etc.), estimulando-o ao envolvimento e à superação de obstáculos, incentivando-o e conscientizando-o de seu potencial.

Para ampliar a possibilidade de o indivíduo tornar-se um ser flexível e autônomo frente aos desafios de uma sociedade em constante mudança, o professor, deve ser politicamente comprometido, deve ter ciência da relevância social oriunda da leitura. Afinal, costumava afirmar Paulo Freire que "não se deve somente imaginar que a mudança do mundo advirá tão-somente da educação, mas certamente sem ela pouco será feito" (1982, p.19), sendo assim, não se pode imaginar a transformação na educação sem a leitura e, por conseguinte, sem leitores proficientes.

Sabe-se da infindável necessidade de se investir na formação de sujeitos-leitores, haja vista que na contemporaneidade tal característica exerce grande influência no tocante ao exercício pleno da cidadania, das práticas sociais de leitura, de possibilidades de ampliação de conhecimento e, de certa forma, melhores condições de vida.

Assim, ao pretender formar leitores proficientes, a escola deve levar em conta o que os educandos trazem consigo as suas vivências, expectativas, anseios e toda a sua bagagem cultural e a própria maneira peculiar de se expressar, de visualizar a linguagem, uma vez que, é através dela que o homem se reconhece como humano, pois pode se comunicar com outros homens e trocar experiências.

No entanto, como garantir que a todos os alunos sejam possibilitadas condições de desenvolvimento dos comportamentos leitores. Em nossa cultura grafocêntrica, o acesso à leitura é considerado como intrinsecamente bom. Atribui-se à leitura um valor positivo absoluto: ela traria benefícios óbvios e indiscutíveis ao individuo e à sociedade – forma de lazer e prazer, de aquisição de conhecimento cultural, de ampliação das condições de convívio social e de interação.

Na verdade, essa interpretação traduz, além

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