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FUNDAMENTOS SOCIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO

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Por:   •  22/3/2014  •  5.020 Palavras (21 Páginas)  •  250 Visualizações

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DEFINIÇÕES DA SOCIOLOGIA E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO

De acordo com o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira (2001, p. 642), a Sociologia define-se como:

“1. Estudo das relações entre pessoas que vivem numa comunidade ou num grupo social, ou entre grupos sociais diversos. 2. Estudo dos princípios e instituições próprios à vida em sociedade”.

Na visão de Ferreira (2006):

A Sociologia da Educação encontra os caminhos para a construção de seu espaço como campo cientifico a partir de duas direções principais: internamente, através da busca do “rigor científico” de suas pesquisas e construções teóricas e, externamente, a partir do reconhecimento e legitimidade de seu objeto (a educação), que passa a ser priorizado em função da sua significativa contribuição social.

Sociologia da educação na atualidade estuda e analisa às novas exigências da sociedade tecnocrata e as políticas neoliberais que se introduziram no mundo a partir da década de 60 e que se relacionam diretamente com a educação.

Entre os principais temas de que a Sociologia da Educação vem pesquisando são: a mobilidade social; os mecanismos de seleção escolar que remetem à temática da necessária democratização do ensino; análises dos processos diferenciais de escolarização segundo as classes, os sexos ou as etnias. Essa problemática mais crítica vai contribuir para pôr em evidência a persistência das desigualdades escolares e para mostrar a necessidade de reformas dos sistemas de ensino.

Ferrari (2012) descreve:

Émile Durkheim (1858 – 1917), sociólogo francês é o criador da sociologia da educação descreveu ideias que auxiliam na compreensão do papel do professor e do ensino como forma de desenvolvimento da sociedade. Além de ser considerado como um dos mentores dos ideais republicanos da escola pública, monopolizada pelo Estado. Abaixo, seguem algumas citações do sociólogo e referências de suas observações:

"A construção do ser social, feita em boa parte pela educação, é a assimilação pelo indivíduo de uma série de normas e princípios - sejam morais, religiosos, éticos ou de comportamento - que baliza a conduta do indivíduo num grupo. O homem, mais do que formador da sociedade, é um produto dela".

"A educação tem por objetivo suscitar e desenvolver na criança, estados físicos e morais que são requeridos pela sociedade política no seu conjunto". De acordo com Ferrari (2012),” tais exigências, com forte influência no processo de ensino, estão relacionadas à religião, às normas e sanções, à ação política, ao grau de desenvolvimento das ciências e até mesmo ao estado de progresso da indústria local”.

A elaboração, adoção e socialização dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) permitiram a padronização na indicação dos conteúdos curriculares e uma clara demonstração do que o governo espera dos jovens que estarão saindo das escolas e têm relação direta com as concepções de Durkheim.

Nogueira et. al. (2002) apresenta a visão de Bourdieu:

A educação, na teoria de Bourdieu, perde o papel que lhe fora atribuído de instância transformadora e democratizadora das sociedades e passa a ser vista como uma das principais instituições por meio da qual se mantêm e se legitimam os privilégios sociais. Cada indivíduo passa a ser caracterizado por uma bagagem socialmente herdada.

Uma das teses centrais da Sociologia da Educação de Bourdieu é a de que os alunos não são indivíduos abstratos que competem em condições relativamente igualitárias na escola, mas atores socialmente constituídos que trazem, em larga medida incorporada, uma bagagem social e cultural diferenciada e mais ou menos rentável no mercado escolar. O grau variado de sucesso alcançado pelos alunos ao longo de seus percursos escolares não poderia ser explicado por seus dons pessoais, mas por sua origem social, que os colocaria em condições mais ou menos favoráveis diante das exigências escolares.

A escola, na perspectiva dele, não seria uma instituição imparcial que, simplesmente, seleciona os mais talentosos a partir de critérios objetivos. Mas sim, cumpre o papel fundamental de legitimação de desigualdades, ao dissimular as bases sociais, convertendo-as em diferenças acadêmicas e cognitivas, relacionadas aos méritos e dons individuais.

Freitas (2002) apresenta que:

O sistema educacional da década de 1990 exclui o indivíduo dentro e fora da escola. O autor ainda ressalta que o governo cria um cenário o qual “parece” estar atuante, mas esta não é a realidade. Ainda salienta que é necessário que vários organismos se unam lutando em prol do ensino. Já que a questão que norteia a análise, não é apenas a quantidade de alunos na escola, mas sim a qualidade do ensino.

Essa forma de operar o sistema de ensino faz com que a exclusão se faça, no sentido que o aluno permanece na escola mesmo sem aprendizagem e dessa forma, o Governo controla melhor os gastos e os custos econômicos, com classes de aceleração, reforço, etc. Dessa forma e exclusão escolar é internalizada.

TEXTO: CONCEITUALIZAÇÃO DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO E A EDUCAÇÃO ATUAL

Assim como a Sociologia se define como o “Estudo dos princípios e instituições próprios à vida em sociedade” (Ferreira 2001, p. 642). A Sociologia da Educação analisa os princípios do ensino, as instituições (escola) e suas relações com a sociedade.

Muitos autores contribuíram para a formação deste campo da ciência, como o sociólogo francês Émile Durkheim (1858 – 1917), considerado o criador da sociologia da educação que descreveu ideias que auxiliaram na compreensão do papel do professor e do ensino como forma de desenvolvimento da sociedade. E também de Pierre Bourdieu que analisa o desempenho escolar mediante a herança familiar e o papel da escola frente a reprodução e legitimação das desigualdades sociais.

O fato é que somente a partir da década de 1950 a Sociologia da Educação se firmou como uma ciência social e passou a atuar significativamente no estudo das relações da educação com a sociedade.

Fundamentalmente, a década de 1960 trouxe grande impacto para a Sociologia da Educação. Visto que nos países de capitalismo avançado surgiu um movimento de modernização, vinculado ao desenvolvimento tecnológico e produtivo, sendo criada a teoria do capital humano, que relacionava

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