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Falta De Limites

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Por:   •  4/12/2014  •  9.588 Palavras (39 Páginas)  •  383 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

A falta de limites nas crianças da educação infantil nos dias atuais vem se tornando um grande desafio no âmbito educacional para os educadores, pressupondo uma investigação sobre as dificuldades existentes no cotidiano escolar, manifestadas através de comportamentos imprevisíveis das crianças nas instituições. Faz-se necessário um estudo de toda a história, e de teorias que fazem reflexões pertinentes a esta problemática.

Historicamente, teóricos e grandes estudiosos já abordam essa temática dos limites necessários para todo ser em formação, como: Antunes (2011), Vergés (2009), De La Taille (1994), Freire (1981), D’Antola (1989) dentre outros que indicam fatores importantes no que diz respeito ao problema da imposição de limites ou a falta da imposição, no qual é uma problemática que vem afetando cada vez mais o aprendizado dos alunos e desnorteando os educadores.

A teoria mostra que a inserção nas relações entre os diferentes grupos e meio sociais implica reflexos que contribuem para as transformações comportamentais no decorrer de seu desenvolvimento. Daí então, a partir das observações e das experiências vivenciadas cotidianamente pelos educadores, convém fazer os seguintes questionamentos: Quais são os fatores que mais afetam as crianças para que cheguem às instituições demonstrando tais comportamentos? Como a escola e os educadores encaram essa problemática?

No entanto, o objetivo maior proposto neste trabalho será o de compreender as motivações da falta de limites nas crianças, analisando como os educadores e a escola como um todo encara esta problemática, como também refletir através dos estudos e conhecimentos adquiridos, as concepções inerentes à falta de limites para melhor entender as manifestações comportamentais das crianças.

Na visão de Vergés (2009) são vários os fatores que causam os variados tipos de comportamentos nas crianças, portanto é uma consequência das vivências familiares e do meio social em que está inserido, no qual não há respeito de valores e nem de direitos, se sobre pondo pela maneira em que se convive. Para Antunes (2011) as ações comportamentais dificultam o trabalho do educador, não permitindo que o mesmo tenha condições de desenvolver um trabalho consciente. D’Antola (1989) vem mostrar que os conflitos frequentes existentes no meio que cerca a criança, afetam as relações formais e informais entre si, e chegam ao ponto até de uma agressividade não tão grave, mas que são princípios de futuros problemas que exigem uma ação imediata. Aquino (1996) atenta para um fator primordial na compreensão dos distúrbios comportamentais das crianças; a família sendo o seu primeiro grupo social tem uma grande influência no processo de socialização da criança na escola, assim ela irá demonstrar atitudes de acordo como sua vivência, seja pela violência doméstica, falta de afeto, e outros que interferem de forma negativa no desenvolvimento dos alunos, como também no comportamento.

A metodologia utilizada para a realização deste trabalho de pesquisa apresentado ao final do curso de pedagogia é de natureza aplicada, seguindo a vertente fenomenológica e método autobiográfico com abordagem qualitativa. Extraímos os resultados através de estudos bibliográficos, ida a campo e autobiografia dos professores da rede de ensino público, exclusivamente na Educação Infantil.

Entretanto, justifica-se este trabalho pela escassez de materiais sobre esse tema para dar suporte aos educadores. Conforme observamos, essa temática não tem sido muito discutida, dificultando até mesmo na busca de subsídios para a elaboração do trabalho que nos façam refletir e se embasar.

Salientamos que este trabalho, auxiliará na construção de novos saberes, os quais permitam buscar explicações, e também conhecer melhor o tema abordado, através de uma reflexão teórica.

Para tanto este trabalho encontra-se dividido em três capítulos. O primeiro tem o objetivo de conhecer a história da Educação Infantil e as evoluções no decorrer do tempo no Brasil e no cariri. O objetivo do segundo é explorar os estudos realizados sobre a falta de limites na visão de vários estudiosos, no intuito de atender às expectativas. E o objetivo do terceiro capítulo é extrair resultados que julgo necessários para a compreensão dos fatores abrangentes acerca dos fatores que interferem na aprendizagem dos alunos através de seus comportamentos.

2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

• Compreender as motivações da falta de limites nas crianças com idade entre 02 e 05 anos.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Identificar as interferências consideradas negativas no cotidiano da sala de aula;

• Perceber como ocorrem as interferências entre os colegas devido à falta de limites;

• Identificar as dificuldades encontradas pelos educadores que lidam com a falta de limites das crianças;

• Conhecer as mediações entre família e escola;

3. CAPÍTULO I: A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL E NO CARIRI

3.1. Educação infantil no Brasil: Uma trajetória de conquistas

Grandes colaboradores fizeram de seus estudos referências para a educação atual, cada um de acordo com sua época, como Froebel (1782-1852), Montessori (1870-1909) e Décroly (1871-1932). Estes se destacaram por sua extrema dedicação à educação das crianças da pré-escola, que obtiveram grandes avanços até chegar à constituição, para tanto um legado importante para os fundamentos da Educação Infantil, numa perspectiva de visão ampla para a construção social, dentro de um contexto que faz refletir as práticas executáveis nas salas de atendimento a crianças de 0 a 05 anos de idade.

Na quarta última parte dos anos 1900, a Educação Infantil brasileira vive intensas transformações. É durante o regime militar, que tanto prejuízo trouxe para a sociedade e a educação brasileira, que se inicia essa nova fase, que terá seus marcos de consolidação nas definições da Constituição de 1988 e na tardia Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996. A legislação nacional passa a reconhecer que as creches e pré-escolas, para crianças de 0 a 6 anos, são parte do sistema educacional, primeira etapa da educação básica. (Kuhlmann

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