Fichamento - Uma História Social da Mídia
Por: gabrielbraga10 • 26/10/2018 • Bibliografia • 2.873 Palavras (12 Páginas) • 332 Visualizações
BRIGGS, Asa; BURKE, Peter. Uma História Social da Mídia. De Gutenberg à Internet. 2ª edição revista e ampliada. Tradução: Maria Carmelita Pádua Dias. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
A revolução da prensa gráfica em seu contexto.
“Na china e no Japão, a impressão já era praticada há muito tempo - desde o século VIII, se não antes -, mas o método geralmente utilizado era o chamado de “impressão em bloco” (p. 24)
“(...) no início do século XV, os coreanos criaram uma fôrma de tipos móveis, descrita pelo acadêmico Henri-Jean Martin como “de uma quase alucinatória similaridade àqueles de Gutenberg”. (p.24)
“A prática da impressão gráfica se espalhou pela Europa com a diáspora dos impressores germânicos. Por volta de 1500, haviam sido instaladas máquinas de impressão em mais de 250 lugares na Europa”. (p. 24)
“(...) a impressão gráfica custou a penetrar na Rússia e no mundo cristão ortodoxo, uma região (incluindo o que hoje são a Sérvia, a Romênia, e a Bulgária) onde o alfabeto utilizado era o cirílico e na qual a educação formal estava praticamente confinada ao clero.” (p. 25)
“O fato de os materiais impressos terem chegado tão tarde à Rússia mostra que a revolução da impressão gráfica não era um fator independente e não se ligava somente à tecnologia.” (p. 25)
“No mundo muçulmano, a resistência à impressão gráfica permaneceu forte durante o início da era moderna.” (p. 25)
“O medo de heresia estava por trás da oposição à impressão gráfica e do aprendizado sobre o Ocidente.” (p. 25)
“Em 1515, o sultão Selim I (reinado 1512 a 1520) fez um decreto punindo com a morte a prática da impressão.” (p. 25)
“A Primeira pensa turca só foi instalada no século XVIII, cerca de 200 anos depois da hebraica (1494) e 150 depois da norte-americana.” (p. 25)
“(...) os impressos “deram a certeza de que as obras do Renascimento permaneceriam para sempre, de que aquilo que fora escrito seria acessível a todos, que a não-divulgação de conhecimentos e idéias característica da Idade Média jamais ocorreria de novo, nem mesmo uma idéia seria perdida”.” (p. 27)
“Os historiadores sociais por exemplo mostraram que a invenção da impressão gráfica mudou a estrutura ocupacional das cidades européias.” (p. 28)
“Os próprios impressores eram um novo tipo de grupo de artesãos necessariamente letrados.” (p. 28)
“As brochuras eram folhetos comercializados por “vendedores ambulantes” ou mascates em vários lugares no início da Europa moderna.” (p. 28)
“Desde a década de 1960, os historiadores vêm estudando as brochuras francesas, a chamada “Biblioteca Azul” (Bibliothèque Bleue), em uma referência à encadernação com áspero papel azul usado para embrulhar açúcar.” (p. 28)
“(...) graças ao trabalho dos mascastes, as brochuras eram amplamente distribuídas tanto no interior quanto nas cidades. Os assuntos mais comuns eram as vidas de santos e romances de cavalaria.” (p. 28)
“(...) é certo que, na França e em outros países europeus, inclusive na Itália, na Inglaterra e na Holanda, o material impresso tornou-se parte importante da cultura popular no século XVII, se não antes.” (p. 29/30)
“Resumindo o trabalho de toda uma geração sobre o assunto, uma historiadora norte-americana, Elizabeth Eisenstein, sustentou em um ambicioso estudo lançado em 1979 que a impressão gráfica era “a revolução não reconhecida”, e que seu papel como “agente de mudança” havia sido subestimado nos levantamentos tradicionais sobre Renascença, Reforma e revolução científica.” (p. 30)
“Falar da impressão gráfica como agente de mudança é dar muita ênfase ao meio de comunicação, em detrimento de escritores, impressores e leitores que usaram a nova tecnologia, cada qual segundo seus próprios e diferentes objetivos.” (p. 30/31)
“Talvez seja mais realista ver a nova técnica como aconteceu com outros meios de comunicação em séculos posteriores (a televisão, por exemplo) - como um catalisador, mais ajudando as mudanças sociais do que as originando.” (p. 31)
“Elizabeth Eisenstein toma a impressão gráfica de forma relativamente isolada. No entanto, para estimar as consequências sociais e culturais da nova técnica, é necessário ver a mídia como um todo, avaliar todos os diferentes meios de comunicação como interdependentes, tratando-os qual um pacote, um repertório, um sistema, ou o que os franceses chamam de “regime”, seja ele autoritário, democrático, burocrático ou capitalista.” (p. 31)
“(...) a tecnologia de impressão não se manteve inalterada após Gutenberg. O impressor alemão Willem Blaeu aprimorou o modelo da prensa de madeira no século XVII. Foram desenvolvidos mecanismos maiores para mapas. A prensa manual de ferro de Stanhope (1804) dobrou a taxa normal de produção, enquanto a de vapor, de Friedrich Koenig (1811), quadruplicou a produtividade em relação à de Stanhope.” (p.31)
“A própria impressão gráfica se difundiu na Europa pelo rio Reno, da Mainz de Gutenberg a Frankfurt, Estrasburgo e Basiléia.” (p. 31)
“O interesse dos governantes pelas comunicações foi a razão principal para a rápida expansão do sistema postal no início do período moderno, embora os mercadores e outros indivíduos dele também tenham tirado vantagem.” (p. 32)
“Somente em 1837, com a invenção do telégrafo elétrico, foi quebrada a tradicional ligação entre transporte e comunicação das mensagens.” (p. 33)
“A comunicação, segundo o cientista político norte-americano Karl Deutsch, são “os nervos do governo”, especialmente importante em grandes Estados e acima de tudo em extensos impérios.” (p. 33)
“A idade do “império de papel” havia chegado, juntamente com um sistema regular de transmissão de mensagens: o sistema postal, assim chamado porque envolvia o estabelecimento de postos com homens e cavalos estacionados ao longo de algumas estradas ou rotas de correio.” (p. 33)
“No século XVI, uma família dominava o sistema postal europeu, a Tassis ou Taxis. Foi essa família, dona dos correios dos imperadores Habsburgo a partir de 1490, que desenvolveu o sistema usual, operando de acordo com uma tabela fixa.” (p. 33)
“Mensageiros
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