Fidelidade cooperativa de transporte
Por: vincizinelli • 21/9/2015 • Trabalho acadêmico • 5.230 Palavras (21 Páginas) • 298 Visualizações
RESUMO
Tendo em vista que as Cooperativas do Ramo de Transporte, especificamente as de Cargas Internacionais na região da Fronteira Oeste no estado do Rio Grande do Sul, mesmo tendo amparado e respaldado aos transportadores autônomos associados a elas; oferecendo serviços e assessoramento técnico, legal e tributário; fornecendo a infra-estrutura necessária para operar no setor; sofrem com a falta de fidelidade de seus associados e, conseqüentemente, perdem espaço em um mercado cada vez mais competitivo e exigente. Conquistar a lealdade do associado-cliente deve ser um compromisso de toda a organização. A cooperativa necessita atrair a participação de seu associado através de uma gestão que renda com a eficácia capitalista e com eficiência social para poder cobrar do associado fidelidade e participação. Procurou-se avaliar se a empresa que está contida em uma Cooperativa atua com seu mercado interno como os outros tipos societários o fazem com seu mercado externo, quer dizer, considerar como seus principais clientes, motivo de sua existência aos seus associados. E ainda, verificar quais atitudes, programas ou métodos podem ser implantados para auxiliar na mudança de atitude, obtendo a tão almejada fidelidade cooperativa caminho do sucesso coletivo.
PALAVRAS-CHAVE: Fidelidade. Cooperativa. Associado.
RESUMEN
Teniendo en vista que las Cooperativas del Ramo de Transporte, específicamente las Cargas Internacional en la región de la Frontera Oeste en la Provincia de Río Grande del Sur, mismo habiendo amparado y respaldado a los transportistas autónomos asociados a ellas; ofreciendo servicios y asesoramiento técnico, legal y fiscal; forneciendo la infraestructura necesaria para operar en el sector; sufren con la falta de fidelidad de sus socios y, en consecuencia, pierden espacio en un mercado cada vez más competitivo y exigente. Conquistar la lealtad de un socio-cliente debe ser un compromiso de toda la organización. La Cooperativa necesita atraer la participación de su socio através de una gestión que rinda con la eficacia capitalista y con eficiencia social para poder cobrar del socio fidelidad y participación. Tratose evaluar si la empresa que está contenida en una Cooperativa actúa con su mercado interno como los otros tipos societarios lo hacen con su mercado externo, es decir, considerar como sus principales clientes, motivo de su existencia a sus socios. Y todavía, verificar que actitudes, programas o métodos pueden implementarse para auxiliar en el cambio de actitud, consiguiendo la tan deseada fidelidad cooperativa camino del éxito colectivo.
PALABRAS-LLAVE: Fidelidad. Cooperativa. Sócio.
INTRODUÇÃO
Fidelização é uma das ferramentas de mercado que vem sendo utilizada há muitos anos. Porém esta prática só se fortaleceu na última década, como conseqüência das crescentes exigências dos consumidores, em um cenário mercadológico extremamente disputado e competitivo, onde a concorrência é tão forte que incide diretamente na forma de pensar e agir das organizações.
Nas sociedades cooperativas, a fidelidade associativa entende-se como o estabelecimento de sólidos vínculos e a manutenção de relações de longo prazo com o alvo de seu negócio, os seus associados, realizando estes a maioria de suas atividades comerciais com a cooperativa.
Se os sócios são, então, considerados os únicos ou principais clientes, razão da existência da própria cooperativa, será que a Cooperativa tem a mesma preocupação dos outros tipos societários e se prepara para a fidelização de os seus sócios, como aqueles procuram fazê-lo com seus clientes? Será que a fidelidade é realmente um elo relevante para a sobrevivência e desenvolvimento da sociedade cooperativa? Será que este é o entendimento de todos os envolvidos, associados, dirigentes e colaboradores?
O tema mostra-se tão relevante quanto desafiante. De um lado, a necessidade que originou a formação das Cooperativas de Transporte da Fronteira Oeste. Por outro, o encontro de uma empresa nas mãos de uma Cooperativa administrada pelos transportadores autônomos.
O relacionamento entre a cooperativa e seu associado necessita ser revisto para tornar-se um diferencial competitivo. É indispensável que sejam implantados métodos, programas, indicadores, atitudes com objetivo de obter melhores resultados de fidelização.
. Alem de uma pesquisa junto aos associados, o artigo foi elaborado com embasamento na investigação bibliográfica o que facilitou um maior entendimento do estudo.
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Uma das vantagens da pesquisa bibliográfica é que permite ao pesquisador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente. (GIL, 1999, p.48)
1. Surgimento das Cooperativas de Transporte de Cargas Internacional
Entre todos os modais, o rodoviário é o mais usado nos transportes de mercadorias, conforme a Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT, o setor transporta mais de 60% (sessenta) por cento, de tudo que é produzido no país, incluindo transportes domésticos (internos), exportações e importações, nas viagens de curtas e médias distâncias.
O Transporte rodoviário constitui um modal de transporte, abrangente e altamente eficaz, sendo utilizado nos mais diversos seguimentos produtivos, representando um importante componente na cadeia logística. Segundo Borges Júnior[1], “o custo da logística no produto final das empresas ainda é muito alto no Brasil, em torno de 15% a 16%, mas em alguns segmentos pode chegar até a 30%. Em países desenvolvidos gira em torno de 9% a 10%. Isso significa muito para o País se considerarmos um PIB (Produto Interno Bruto) anual de US$ 30 bilhões. Dá para fazer estradas, porto, ferrovia, dá para fazer muita coisa se nós visualizarmos a perda que temos com os custos logísticos das empresas no País.” (Disponível no site www.aslog.com.br. Acessado em 20.jan.2010)
A maioria das empresas de Transporte Rodoviário hoje não dispõe de frota própria suficiente para atender a demanda de cargas que transportam, conforme dados da ANTT em janeiro de 2010, cada empresa tem em média 4,6 veículos de carga. Mesmo com um crescimento de aproximadamente um 30% nos últimos quatro anos, a media de veículos por empresa diminuiu em 18%, 20 % a mais comparado com os transportadores autônomos (comparação tabela 1 e tabela 2).
Transportadores e Frota de Veículos (Abr. 2006) | |||
Tipo do | Registros | Veículos | Veículos / Transportador |
Autônomo | 653.585 | 838.785 | 1,3 |
Empresa | 118.125 | 653.585 | 5,6 |
Cooperativa | 556 | 7.765 | 14,0 |
Totais | 772.266 | 1.500.135 | 1,9 |
TABELA 1. Fonte ANTT
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