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Fordismo,taylorismo E Toyotismo

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Por:   •  17/3/2015  •  4.139 Palavras (17 Páginas)  •  962 Visualizações

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Fordismo, taylorismo e toyotismo: apontamentos sobre suas rupturas e

continuidades

Erika Batista *

Resumo: O texto aborda as relações de ruptura e continuidade entre as formas de organização

do trabalho dos períodos caracterizados como fordismo, taylorismo e toyotismo, ressaltando que

tais relações são historicamente determinadas e dialeticamente conjugadas entre si. A

mundialização do capital, entendida como expansão da forma de sociabilidade capitalista pelo

mundo, acarreta particularidades também históricas e dialéticas no desenvolvimento e

conjugação das relações de trabalho, e que, por sua vez, ultrapassam a dinâmica produtiva e

assumem caráter social, indicando um modelo híbrido de gestão do trabalho em todas as suas

manifestações.

Palavras-chave: fordismo; taylorismo; toyotismo; mundialização do capital.

Abstract: The study considers the work relations between the fordism, taylorism and toyotism.

Through the historical characterization of capitalism in the XXth Century, the study shows the

work organizational practices and their management discourse in the capital mundialization, and

how they manifest themselves as a hole. This ways of management are more than work

relations, they constitute the capitalist social logic and their tools of connection are in

everywhere, building a hybrid way of work relations.

Key words: fordism, taylorism, toyotism, mundialization of capital.

Introdução

Trabalhos consagrados nas ciências sociais analisam as transformações do

“mundo do trabalho” a partir de suas caracterizações no espaço produtivo. Contudo, são

poucos os que consideram os diferentes momentos da organização do trabalho numa

relação de ruptura e continuidade, e que por sua vez, constituem-se em transformações

sociais.

O objetivo maior deste trabalho é sugerir uma argumentação que aponte as

rupturas e continuidades entre as formas de organização do trabalho fordista, taylorista e

toyotista. O objetivo específico é fornecer apontamentos para se pensar uma “antisociologia

do trabalho”, no sentido de contrariar as perspectivas que analisam a tríade

fordismo-taylorismo-toyotismo de maneira estática. A orientação teórico-metodológica

compreende o materialismo histórico dialético, estabelecendo uma conexão entre o

conhecimento teórico e a realidade histórica objetiva.

* Mestre e bacharel em Ciências Sociais pela Unesp/Marília, especialista em Psicologia Organizacional

pela UMESP/São Bernardo do Campo, graduanda em Licenciatura Plena em Ciências Sociais pela UEL e

atua no Ensino Superior nas áreas de Sociologia e Metodologia de Pesquisa. End. eletrônico:

erikkabatista@gmail.com

Os métodos de gestão atuam como disciplinadores do trabalho e extrapolam a

dinâmica do processo produtivo. Fordismo, taylorismo e toyotismo são expressões

particulares de um mesmo fenômeno: o controle do processo de trabalho pela dinâmica

da acumulação capitalista.

Nesta perspectiva, analisar tais fenômenos sob uma ótica etapista conduz à

interpretações limitadas ou equivocadas que não consideram a essência social dos

fenômenos, restringindo-os ao espaço produtivo, em detrimento das transformações das

relações sociais entendidas como expressões históricas que se articulam dialeticamente.

Mundialização capitalista e formas de organização do trabalho

A mundialização das políticas neoliberais se apresentou como o pilar de

sustentação econômica e política ancorada na ficção do dinheiro que gera dinheiro,

resultando numa acumulação capitalista predominantemente financeira. No entanto, a

inter-relação entre a esfera produtiva e financeira deve ser apreendida num contexto de

totalidade das relações sociais de produção, de determinação e sobredeterminação, a fim

de que suas particularidades sejam identificadas sem a distorção das categorias

universais1 (LUKÁCS, 1979).

O processo de reprodução do capitalismo contemporâneo, sob a predominância

do capital financeiro e em detrimento do capital produtivo, caracteriza-se pela

mundialização financeira, que consiste num regime de acumulação capitalista mundial,

cujo desenvolvimento é delineado por um crescimento veloz da esfera financeira e pelo

papel destacado das maiores instituições financeiras transnacionais (CHESNAIS, 1999;

LENIN, 2002).

Assim, falar em mundialização é tratar a expansão do capitalismo como Marx

indicava já em 1848, a formação de um mercado mundial (MARX; ENGELS, 1998), e

que a partir das últimas décadas do século XX se manifestou sob a predominância da

esfera financeira. A expansão do capitalismo a partir da permanente revolução de seus

meios

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