Fordismo,taylorismo E Toyotismo
Artigos Científicos: Fordismo,taylorismo E Toyotismo. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: ALCB • 17/3/2015 • 4.139 Palavras (17 Páginas) • 958 Visualizações
Fordismo, taylorismo e toyotismo: apontamentos sobre suas rupturas e
continuidades
Erika Batista *
Resumo: O texto aborda as relações de ruptura e continuidade entre as formas de organização
do trabalho dos períodos caracterizados como fordismo, taylorismo e toyotismo, ressaltando que
tais relações são historicamente determinadas e dialeticamente conjugadas entre si. A
mundialização do capital, entendida como expansão da forma de sociabilidade capitalista pelo
mundo, acarreta particularidades também históricas e dialéticas no desenvolvimento e
conjugação das relações de trabalho, e que, por sua vez, ultrapassam a dinâmica produtiva e
assumem caráter social, indicando um modelo híbrido de gestão do trabalho em todas as suas
manifestações.
Palavras-chave: fordismo; taylorismo; toyotismo; mundialização do capital.
Abstract: The study considers the work relations between the fordism, taylorism and toyotism.
Through the historical characterization of capitalism in the XXth Century, the study shows the
work organizational practices and their management discourse in the capital mundialization, and
how they manifest themselves as a hole. This ways of management are more than work
relations, they constitute the capitalist social logic and their tools of connection are in
everywhere, building a hybrid way of work relations.
Key words: fordism, taylorism, toyotism, mundialization of capital.
Introdução
Trabalhos consagrados nas ciências sociais analisam as transformações do
“mundo do trabalho” a partir de suas caracterizações no espaço produtivo. Contudo, são
poucos os que consideram os diferentes momentos da organização do trabalho numa
relação de ruptura e continuidade, e que por sua vez, constituem-se em transformações
sociais.
O objetivo maior deste trabalho é sugerir uma argumentação que aponte as
rupturas e continuidades entre as formas de organização do trabalho fordista, taylorista e
toyotista. O objetivo específico é fornecer apontamentos para se pensar uma “antisociologia
do trabalho”, no sentido de contrariar as perspectivas que analisam a tríade
fordismo-taylorismo-toyotismo de maneira estática. A orientação teórico-metodológica
compreende o materialismo histórico dialético, estabelecendo uma conexão entre o
conhecimento teórico e a realidade histórica objetiva.
* Mestre e bacharel em Ciências Sociais pela Unesp/Marília, especialista em Psicologia Organizacional
pela UMESP/São Bernardo do Campo, graduanda em Licenciatura Plena em Ciências Sociais pela UEL e
atua no Ensino Superior nas áreas de Sociologia e Metodologia de Pesquisa. End. eletrônico:
erikkabatista@gmail.com
Os métodos de gestão atuam como disciplinadores do trabalho e extrapolam a
dinâmica do processo produtivo. Fordismo, taylorismo e toyotismo são expressões
particulares de um mesmo fenômeno: o controle do processo de trabalho pela dinâmica
da acumulação capitalista.
Nesta perspectiva, analisar tais fenômenos sob uma ótica etapista conduz à
interpretações limitadas ou equivocadas que não consideram a essência social dos
fenômenos, restringindo-os ao espaço produtivo, em detrimento das transformações das
relações sociais entendidas como expressões históricas que se articulam dialeticamente.
Mundialização capitalista e formas de organização do trabalho
A mundialização das políticas neoliberais se apresentou como o pilar de
sustentação econômica e política ancorada na ficção do dinheiro que gera dinheiro,
resultando numa acumulação capitalista predominantemente financeira. No entanto, a
inter-relação entre a esfera produtiva e financeira deve ser apreendida num contexto de
totalidade das relações sociais de produção, de determinação e sobredeterminação, a fim
de que suas particularidades sejam identificadas sem a distorção das categorias
universais1 (LUKÁCS, 1979).
O processo de reprodução do capitalismo contemporâneo, sob a predominância
do capital financeiro e em detrimento do capital produtivo, caracteriza-se pela
mundialização financeira, que consiste num regime de acumulação capitalista mundial,
cujo desenvolvimento é delineado por um crescimento veloz da esfera financeira e pelo
papel destacado das maiores instituições financeiras transnacionais (CHESNAIS, 1999;
LENIN, 2002).
Assim, falar em mundialização é tratar a expansão do capitalismo como Marx
indicava já em 1848, a formação de um mercado mundial (MARX; ENGELS, 1998), e
que a partir das últimas décadas do século XX se manifestou sob a predominância da
esfera financeira. A expansão do capitalismo a partir da permanente revolução de seus
meios
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