Fundamentos Da Educação
Artigo: Fundamentos Da Educação. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 7/3/2015 • 1.036 Palavras (5 Páginas) • 995 Visualizações
Faça um texto, de até duas laudas, sobre a abordagem sociohistórica do desenvolvimento humano.
A abordagem sócio-histórica é moderna (século XX), e está situada, em sua origem, na União Soviética. Foi desenvolvida inicialmente por Vygotsky, Luria, Leontiev e colaboradores.
Essa abordagem tem base marxista e funda-se na perspectiva dialética. Considera que o comportamento humano não se dá mediante simples reações instintivas, mas sim fundamentado em motivações que possuem o sentido social que constitui formas de atividade pertinentes ao momento histórico e às formas específicas de cultura existentes.
A visão do ser humano nessa perspectiva é histórica e social. Isso quer dizer que os sujeitos constituem-se, ao longo da vida, a partir da atuação em um mundo material e cultural que contém a humanidade desenvolvida por seus antepassados, de onde se tira a matéria-prima para a constituição individual.
O desenvolvimento humano, para usar uma expressão do próprio Marx, está assentado em “forças essenciais humanas” que resultam da atividade social, objetivadora dos homens.
Não existe, portanto, essência humana independente da atividade histórica. A humanidade é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens e precisa ser novamente produzida em cada indivíduo.
Esse processo é construído pela cultura, pelas atividades que se consolidaram ao longo do tempo como formas de atender às necessidades que reconhecemos como humanas, pela linguagem que utilizamos para pensar, planejar e para nos expressarmos, pelas formas de relações sociais que constituímos como possíveis e adequadas para a reprodução da vida.
Para Vygotsky (1989, 1991), o homem não tem uma relação direta com o mundo exterior, ela é sempre mediada por sistemas simbólicos (cultura) ou pelo outro por meio de relações interpsíquicas, que são internalizadas intrapsiquicamente, sempre num movimento dialético, ou seja, tal relação não é estática, pois, ao interagir com sua realidade, o homem modifica o seu entorno e assim, modifica-se a si mesmo, sendo o produto desta relação maior do que a soma entre as partes.
Fundamentada nos princípios do materialismo dialético (Marx, Hegel, Vygotsky). Vê o homem como um ser construído pelas forças históricas e sociais no processo de evolução da sociedade e da cultura em que está inserido. Compreende o processo de desenvolvimento humano como a transformação mútua, dialeticamente estabelecida, entre o homem e a realidade. As instituições educativas são agentes de construção da emancipação e da autonomia. Cabe-lhes problematizar a realidade, desenvolver a reflexividade e a crítica, mediar a relação do homem com a cultura. É da Educação a função de socializar saberes e de produzir conhecimento dentro de princípios éticos de solidariedade, liberdade, participação. O sucesso na aprendizagem escolar dependerá do estabelecimento da relação entre teoria e prática, da construção de uma práxis transformadora.
2ª QUESTÃO: (5,0)
Faça um texto, de até duas laudas, sobre a importância da Psicologia na educação.
A Psicologia, herdeira legítima do campo de pesquisa inaugurado pelo pensamento cartesiano (que veremos mais à frente) com o estudo da consciência pela dúvida e pela indagação do homem sobre quem é, surgiu para situar a dimensão subjetiva no âmago das ocorrências da vida. Não obstante, teve como pretensão edificar-se como saber científico, segundo os preceitos da época: observar, mensurar, comprovar e repetir, aderindo desse modo ao método das ciências exatas que se fundamentava no processo de quantificação e matematização dos fenômenos naturais.
As amarras que marcam a presença da Psicologia no campo da Educação, principalmente, pelo uso de instrumentos psicométricos considerados procedimentos válidos para a decisão sobre o destino de um aprendente numa dada circunstância, vem do esforço pioneiro do laboratório de Leipzig, no século XX, no emprego tecnicista do saber psicológico que produziu uma espécie de coisificação do homem como objeto analisável, decifrável e previsível.
Assim, tem-se a presença marcante da Psicologia nas práticas educativas, mas, sobremodo, retratando a visão de coisificação, além de, também, individualizar o processo educativo como uma ocorrência localizada apenas no aluno, que poderia encontrar-se afetado pela estrutura das relações familiares quando os problemas escolares se evidenciavam. No campo da prática educativa, esse tipo de compreensão incidiu no processo de disciplinamento do aluno para depois cair numa espécie de subjetivismo. Então, temos como conseqüência da presença da Psicologia na Educação duas amarras: a instauração de procedimentos disciplinares e o subjetivismo, como resultados da leitura sobre a conduta e suas causas.
No tocante ao subjetivismo, historicamente surgido após a prática disciplinar e de correção, temos a apresentação de um movimento crítico, mas só aparentemente, ao conservadorismo na Educação, visto que o papel da Psicologia continuou sendo o mesmo: decifrar o aluno. Tal idéia sustentava-se na necessidade de entender subjetivamente o aprendente para ensiná-lo em melhores condições. Assim, temos a prática pautada no pressuposto que se configurou numa máxima absoluta e suficiente que ditava as coordenadas de como o ensino deveria se processar.
Ao longo do século XX, as relações entre o saber psicológico e o campo das práticas educativas tornaram-se cada vez mais estreitas. Mas nem todos os psicólogos que pensam a prática educativa têm as mesmas opiniões. Aliás, existem discrepâncias profundas em relação à possibilidade de utilização e aplicação do conhecimento psicológico para explicar a dinâmica do ato educativo.
Por outro lado, existem aqueles que advogam que o diálogo entre esses campos não pode se restringir à situação de aplicação do saber psicológico aos fenômenos educativos. Nesse sentido, a finalidade da Psicologia, voltada para o processo de transmissão de saber e de construção do conhecimento, consiste na criação de um conhecimento específico, utilizando, para tanto, os princípios e as explicações fornecidas pela Psicologia como instrumentos de indagação e de análise. Assim, esse diálogo adquire o estatuto de uma problemática epistemológica, sendo um campo de saber crítico, estruturado numa área que compreende a dinâmica dos processos psíquicos e a internalização de limites referidos às restrições decorrentes do ato educativo. a) explicações teóricas de fenômenos empíricos que se valem do modelo das ciências naturais como padrão, detendo-se no estudo dos processos sensoriais e atividade reflexa; b) discussões de natureza filosófica que se preocupavam com o estudo do psiquismo, pensado como equivalente à consciência.
Sendo assim, a Psicologia, ao invés de contribuir significativamente no andamento das questões no campo da prática educativa, tornou-se um grande empecilho à evolução do conhecimento e à reflexão mais clara de seu objeto de estudo. Em certo sentido, houve uma submissão da prática educativa aos princípios psicológicos, mas sem uma reflexão crítica.
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