Gestão da Logistica Reversa
Por: Are Mello • 2/11/2015 • Artigo • 2.748 Palavras (11 Páginas) • 194 Visualizações
A GESTÃO DA LOGÍSTICA REVERSA NA CADEIA DE SUPRIMENTOS DO FLUIDO DE FREIO AUTOMOTIVO
Areza Santos de Mello
RESUMO
Este trabalho foi realizado com o propósito de difundir a necessidade das empresas aplicarem a logística reversa nos processos diários e nos objetivos organizacionais, pois se compreende que os ganhos são abrangentes, tanto monetários, no reaproveitamento e reutilização de materiais, como também na área social, pois através do descarte correto de produtos que agridem o meio ambiente, demonstra-se por parte destas empresas visão de crescimento sustentável.A empresa abordada neste trabalho foi a Hi Tech Indústria Com. Ltda, fabricante de produtos químicos da linha automotiva, o estudo foi realizado com o item, fluído para freio DOT-3: Composto essencialmente de misturas e glicois, que tem sua formulação normatizada para sistema hidráulico de frenagem e veículos automotivos, produto o qual é comercializado em todo o território nacional. Após análise do processo atual observou-se que não havia controle ou projeto para o descarte do produto químico após sua utilização e validade. Foi realizado estudo sobre a legislação vigente, pertinente ao produto em estudo e apresentado os procedimentos que a empresa deverá adotar para realização do descarte correto de seus produtos.A terceirização da reciclagem através de empresas deste segmento, foi a melhor opção encontrada para que o produto seja descartado com eficiência e segurança, com isso atendendo a legislação e contribuindo de forma significativa com a preservação do meio ambiente.
Palavras Chaves: Logística Reversa, automotivo, produtos químicos, ciclo de vida, descarte.
INTRODUÇÃO
O tema logística reversa no setor automotivo foi escolhido pelos acadêmicos, por ser um assunto atual e importante para a sociedade, mas que, no entanto, é pouco difundido tratando-se da parte prática.
Projeto de pesquisa apresentado à Universidade Cidade de São Paulo,como requisito parcial para conclusão de curso em Pós-graduação em Gestão Comercial de Operações Logística, sob orientação da profa. Especialista Solange Folha Verde.
Apesar da consciência ecológica, muitas pessoas e empresas não sabem ao certo que destinos devem dar aos seus produtos após a utilização, ou mesmo, como reaproveitá-los dentro de seu próprio processo.
A logística reversa, também pode ser entendida como logística verde, e foi criada devido a grande preocupação com a preservação dos recursos naturais.
“A classificação dos bens de utilidade refere-se à duração de sua vida útil, por ser mais adequada, na medida em que a preocupação principal da logística reversa é o equacionamento dos processos e caminhos percorridos por esses bens ou por seus materiais constituintes após o término de sua vida útil.”(LEITE, 2006 )
Esses bens ou seus materiais constituintes transformam-se em produtos denominados de pós-consumo e podem ser enviados a destinos finais tradicionais, como a incineração ou retornar ao ciclo produtivo por meio dos canais de reciclagem em uma extensão de sua vida útil. Essas alternativas de retorno ao ciclo produtivo constituem-se na principal preocupação do estudo da logística reversa e dos canais de distribuição reversos de pós-consumo.
Alguns fatores fazem da logística reversa um tema atual e primordial para o sucesso das organizações, destacando-se agregar valor aos produtos que retornam dos clientes ao ponto de origem,redução de custos com o retorno dos produtos à produção, além de fazer com que estes produtos após sua utilização tenham o descarte adequado e seguro, contribuindo assim com a preservação do meio ambiente.
“A vida útil de um bem é entendida como o tempo decorrido desde a sua produção original até o momento em que o possuidor se desembaraça dele Esse desembaraço pode se dar pela extensão de sua vida útil, com novos possuidores, quando existe o interesse ou a possibilidade de prolongar sua utilização, ou pela sua disponibilização por outras vias, como a coleta de lixo urbano, as coletas seletivas, as coletas informais, entre outras, passando-o à condição de bem de pós-consumo.” (LEITE, 2006).
O artigo foi desenvolvido através de pesquisa qualitativa, em que foram realizadas entrevistas e contato via e-mail e telefone com uma representante da empresa, presente desde sua fundação, da qual preservaremos a identidade. Dessa forma, verificamos o modelo atual de gestão e administração de sua cadeia de suprimentos e distribuição física, para que assim identificássemos a deficiência na questão de retorno e reciclagem dos produtos após sua utilização pelo consumidor final.
Utlizamos também outras fontes de pesquisa como livros e sites na internet, que trouxeram maior conhecimento e embasamento sobre o tema tratado.
Analisaremos ao longo do artigo o processo, as deficiências identificadas e melhorias que podem ser aplicadas no processo atual, focando-se no produto principal de sua linha de produtos, o fluído de freio.
A Hi tech é uma empresa brasileira, que atua no mercado automotivo há 15 anos, desenvolvendo produtos para atender indústria e consumidor final.
Desde o início das atividades em 1993, a Hi Tech tem como foco agregar valor à cadeia de clientes, fornecedores e funcionários através de soluções ao mercado.
Atualmente, conta com uma equipe de 25 funcionários internos e 15 representantes externos a nível nacional.
Com uma indústria jovem e moderna, inicialmente priorizou sua atuação no segmento de aditivos para radiadores. No entanto, o contínuo crescimento no mercado fez com que a empresa ampliasse sua linha, incluindo fluído de freio, silicone, aditivo para combustível, produtos para limpeza de veículos entre outros.
Diante desse cenário a Hi Tech Indústria Com.Ltda, fabricante de produtos químicos da linha automotiva, precisava manter suas vendas e ao mesmo tempo preocupar-se com o impacto ambiental que seus produtos causariam. Dessa forma, iniciamos as propostas e projeto após análise de sua cadeia de suprimentos, conforme será visto adiante.
“São três as grandes categorias de bens produzidos: Bens descartáveis – são os bens que apresentam duração de vida útil media de algumas semanas, raramente superior a seis meses. Essa categoria de bens produzidos constitui-se tipicamente de produtos de embalagens, brinquedos, materiais para escritório, suprimentos para computadores, artigos cirúrgicos, pilhas de equipamentos eletrônicos, fraldas, jornais, revistas, entre outros.” (Leite 2006).
“Bens duráveis – são os bens que apresentam duração de vida média útil variando de alguns anos a algumas décadas. Constituem bens produzidos para a satisfação de necessidades da vida social e incluem os bens de capital em geral, fazem parte dessa categoria os automóveis, os eletrodomésticos, os eletrônicos, as máquinas e os equipamentos industriais, os edifícios de diversas naturezas, os aviões, as construções civis, os navios, entre outros. Bens semiduráveis – são os bens que apresentam duração média de vida útil de alguns meses, raramente superior a dois anos.” (Leite 2006).
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