Habemas e Weber Sociologia Jurídica
Por: Jeferson Schwerz • 24/1/2017 • Trabalho acadêmico • 1.304 Palavras (6 Páginas) • 414 Visualizações
Universidade Do Oeste De Santa Catarina-UNOESC
Campus de São Miguel Do Oeste
Curso: Direito
Disciplina: Sociologia Jurídica
Acadêmico: Jeferson Thiago Schwerz
Trabalho de Sociologia
1 e 2 Conforme o Artigo de Gutierrez e Almeida (2013), intitulado Teoria da Ação Comunicativa (Habermas): estrutura, fundamentos e implicações do modelo, o que constitui o mundo da vida? Como o conceito de agir estratégico de Habermas se aproxima da sociologia De Weber?
Segundo o texto, o mundo da vida é definido a partir dos processos de entendimento e constitui um horizonte formado pelas convicções de fundo, mais ou menos difusas, mas sempre aproblemáticas. O mundo da vida também acumula o trabalho de interpretação realizado por gerações passadas; é o contrapeso conservador contra o risco de desacordo que comporta todo processo de entendimento. Para Habermas, esse mundo da vida seria um acervo de concordâncias, de definições consensuais sobre as quais não é necessário debater para chegar a uma conclusão.
A teoria da ação comunicativa executa, pelo menos, dois giros conceituais muito interessantes. Partindo do pensamento clássico nas ciências sociais, ela rearranja categorias de diferentes autores de forma original. O conceito de Habermas de agir estratégico é próximo à definição weberiana que o origina. A diferença mais evidente está no fato de que Weber pensa em termos de atingir um objetivo e Habermas pensa em termos de atingir um objetivo conseguindo que alter tenha um comportamento útil a ego. A força de a categoria agir estratégico está justamente no fato de, agora, ser utilizada de uma forma mais circunscrita, limitada ao interior dos subsistemas. Por esse conceito podemos dizer que o conceito estratégico de Habermas, de alguma forma, se aproxima da sociologia de weber.
3-Conforme Gutierrez e Almeida, quais as diferenças entre agir estratégico e agir comunicativo apresentados por Habermas?
O agir estratégico é um tipo de agir pautado pelo êxito, mas nesse caso, se coloca na dimensão social. Orientam-se pelo produto, Porém, no caso das ações do grupo ação estratégica, o resultado é produzido na própria interação. Nesse tipo de ação, o agente influencia o outro participante durante o processo de interação, convertendo-o em meio para a obtenção da finalidade que busca atingir. Essa forma específica de instrumentalização, realizada pela ação estratégica, consiste em influenciar as decisões ou comportamentos do outro.
Já o agir Comunicativo, esta pautado no processo, o que esta em jogo não é tanto o resultado obtido, o que esta em jogo é o processo, ou seja, como se atingiu esse denominador comum, por extensão, deve-se atingir esse denominador comum pela via do discurso, da igualdade e do entendimento. O conceito de agir comunicativo refere-se à interação entre pelo menos dois sujeitos capazes de linguagem e de ação e que, por meios verbais ou extras verbais, estabeleçam entre si uma relação específica. Nesse tipo de agir, os atores buscam entrar em acordo para poderem coordenar seus planos de ação. A ideia central do conceito de agir comunicativo refere-se à posição linguística a partir da qual os participantes do diálogo erguem pretensões de validade. O conceito de entendimento é introduzido como mecanismo coordenador da ação e como meio que reflete as interações entre sujeito-sujeito.
4-Analise o artigo de Gutierrez e Almeida(2013) e descreva as condições ou habilidades necessárias para Ação Comunicativa.
No texto é relatado que na ação comunicativa, todos os participantes perseguem sem reservas fins ilocucionários com o propósito de chegar a um acordo que sirva de base a uma coordenação combinada dos planos de ação individuais, e que para essa ação comunicativa só podem considerar-se determinantes aqueles atos de fala aos quais os falantes vinculam pretensões de validez susceptíveis de críticas. Essas pretensões de validez seriam então: o estabelecimento e renovação de relações interpessoais; a exposição de estados e acontecimentos e a expressão de vivência.
5-Habermas apresenta o conceito de subsistemas. A partir disso defina e exemplifique esse conceito (ver artigo de Gutierrez e Almeida).
É entendido como o espaço da exploração econômica e de exercício do poder. “É desenvolvido a partir do conceito de mundo da vida e não se encaixa diretamente e sem mais mediação sobre o conceito de ação”. Por exemplo, subsistemas como o Estado onde são institucionalizadas ações racionais com respeito a fins, subsistemas como família que estão ligadas a tarefas e habilidades, mas que repousam sobre as regras normais de interação.
6 e 7 Leia o seguinte trecho do artigo de Gutierrez e Almeida (2013, p. 166):´
“Portanto, é no mundo da vida, espaço da ação comunicativa como categoria central do modelo, onde vamos encontrar a definição do paradigma que caracteriza a teoria. Pois bem, para Habermas, o mundo da vida (concordando com uma interpretação de Parsons) é um espaço sadio que não admite formas patológicas de estabilização, onde as ações são coordenadas pela construção de consensos, através da aceitação da validade dos argumentos presentes nos atos de fala. Esta formação de consensos estaria na base da reprodução simbólica do mundo da vida, introduzindo e marcando não só a cultura, mas as relações sociais e a construção da identidade. Com esta definição, o autor retira do centro do modelo o “dualismo entre exigências da cultura e imperativos de sobrevivência” já que, para a TAC, o conceito de subsistema (entendido como o espaço da exploração econômica e de exercício do poder) “é desenvolvido a partir do conceito de mundo da vida e não se encaixa diretamente e sem mais mediação sobre o conceito de ação”. O que Habermas afirma, aqui, colocado em termos mais simples, é que, para ele, ao contrário de Marx, e, de certa forma, até do próprio Weber, os conflitos decorrentes das relações econômicas e políticas não são elementos estruturais da sociedade. Pelo contrário, o elemento estrutural é o uso da linguagem em processos argumentativos para a construção de consensos no mundo da vida. Isto explica também, pelo menos em parte, a presença de Durkheim entre os autores clássicos que Habermas adota e critica, já que se trata de um espaço sadio e livre de patologias. Ao fugir das categorias marxistas, Habermas joga a TAC numa espécie de utopia durkhaniana, assolada pelo fantasma das ações racionais com respeito a objetivos de Weber.
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