Historia Da Adm Publica
Casos: Historia Da Adm Publica. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: libarino2014 • 28/3/2014 • 298 Palavras (2 Páginas) • 407 Visualizações
lastro em seu domínio de terras, frustrou-se, historicamente
condicionada e tolhida, enferma de uma fragilidade congênita. A
concessão de senhorio ou de uma vila, filha da liberalidade do rei, não
importava na atribuição de poder público, salvo em medida limitada. A
Coroa separava nos nobres — ricos-homens, infanções e cavaleiros — a
qualidade de funcionário da qualidade de proprietário. Seu poder, na
verdade avultado, derivava da riqueza e não das funções públicas. Nos
tormentosos dois séculos iniciais do reino de Portugal traçaram-se limites
nítidos entre o exercício de um cargo e a propriedade privilegiada. O
país se dividia em circunscrições administrativas e militares, as
"terras" ou "tenências", cujo superior governo cabia a um chefe, o
"tenens", dentro das quais se constituíam distritos, os "prestamos",
administrados por um prestameiro designado pelo rei. A função pública
de primeiro nível cabia ao nobre, senhor da terra ou alheio ao solo
jurisdicionado. Igualmente, as circunscrições judiciais (julgados) e as
circunscrições fiscais (almoxarifados) dependiam, no provimento dos
cargos, da exclusiva escolha régia. O corpo de funcionários recebia a
remuneração das rendas dos casais, aldeias e freguesias, dos
estabelecimentos não beneficiados com a imunidade fiscal. Os cargos
eram, dentro de tal sistema, dependentes do príncipe, de sua riqueza e
de seus poderes. Extremava-se tal estrutura da existente na Europa
contemporânea, marcando um prematuro traço de modernidade.7 O
rei, quando precisava do serviço militar da nobreza territorial, pagava-a,
como se paga a um funcionário. As soldadas marcam o vínculo de
subordinação, origem das futuras quantias, periodicamente
distribuídas, e que darão causa, no momento de apertura do tesouro
real no século XIV, à conversão em terras, largamente doadas por um rei
aparentemente pródigo.
Entre o esquema, traçado pela lógica da história, e a realidade,
convulsionada por forças em tumulto, há um salto e muitas
discordâncias. O laço de subordinação entre o rei e a nobreza territorial
e o clero não se fixou sem muitas escaramuças e muitas resistências. A
fraqueza da classe territorial, derivada das fronteiras
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