Instrumentos e Técnicas da Atuação Profissional
Por: Laine Biegelmeier • 24/5/2015 • Artigo • 6.023 Palavras (25 Páginas) • 230 Visualizações
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
DISCIPLINA: Instrumentos e Técnicas da Atuação Profissional
PROFESSOR(A) EAD: Mª Elaine Cristina Vaz Vaez Gomes
ATPS Instrumentos e Técnicas da Atuação Profissional
TUTOR(A) PRESENCIAL: Mirian Meneghini Rodrigues
TUTORA A DISTÂNCIA: Ana Maria de Oliveira Espíndola
Osasco
06.06.2014
SUMÁRIO
1.0 – INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................3
1.1. A INSTRUMENTALIDADE NO SERVIÇO SOCIAL...................................................................................4 á 5
2.0 – A PRÁTICA PROFISSIONAL, INSTRUMENTOS, AÇÕES E A ABORGAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA QUE OS FUNDAMENTA.........................................................................................................................................6 á 8
3.0 – CONCEITUAR MEDIAÇÃO E SEU SIGNIFICA DO NA PRÁTICA PROFISSIONAL............................8 á 11
4.0 – CONCLUSÃO.............................................................................................................................................12
5.0 – REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................................................13
1.0 - INTRODUÇÃO
O tema instrumentalidade no exercício do serviço social parece ser algo referente ao uso daqueles instrumentos necessários ao agir no profissional, através dos quais os assistentes sociais podem objetivar suas finalidades em resultados profissionais propriamente ditos.Para que o profissional de assistência social esteja realmente preparado para o cotidiano da profissão, é
preciso que, este profissional saiba aplicar seu conhecimento teórico na construção de soluções para problemas sociais realmente existentes.E nesta relação teoria e prática que surgem os instrumentos teóricos metodológicos que auxiliam o profissional a praticar seu ofício. Estes instrumentos podem ser classificados em duas categorias: instrumentos relativos à apreensão da realidade e instrumentos relativos à intervenção na realidade.Os instrumentos ligados à apreensão da realidade são: visita domiciliar, entrevistas, observações e perícia social. Os instrumentos ligados à intervenção da realidade são os encaminhamentos, reuniões e assembleias, dentre outros.Deve-se, entretanto, tomar cuidado com esta classificação, pois muitas vezes um instrumento classificado como de apreensão da realidade, de alguma maneira pode já estar interferindo nela, assim também o de intervenção pode servir também como instrumento de apreensão da realidade.
1.1 - A INSTRUMENTALIDADE NO SERVIÇO SOCIAL
O assistente social é considerado um profissional liberal, que necessita como todos os outros, vender a sua força de trabalho, que quando apropriada pelo seu contratante, tem em mãos, todo o arcabouço teórico metodológico para o exercício de suas prerrogativas.Como todo trabalho é dotado de instrumentalidade, não seria diferente com o profissional do Serviço Social, haja vista, que para o desenvolvimento do trabalho, vão sendo criados os instrumentos teórico-metodológico-prático, para condução do fazer.O Serviço Social quando cooptado pelo capitalismo, atua na reprodução da racionalidade deste sistema. Procurando apenas reformar conservando, intervindo no proletariado e na produção e reprodução da força de trabalho. O
profissional perde o seu perfil de luta pelo proletariado e adota a metodologia capitalista de atuação. Desta forma, instrumentalizam-se as pessoas, a partir da fragmentação e desconexão do real, priorizando ações instrumentais.O comprometimento profissional é o grande diferencial de atuação, reunindo competência técnica, teórica e política, qualificando o trabalho desenvolvido, e indo ao encontro às necessidades reais do usuário.
Outro perfil de atuação profissional é a imediaticidade, onde a sua instrumentalidade tem um caráter manipulatório. Não havendo o aprofundamento da complexidade do problema do usuário, tornando este muito mais dependendo do Serviço Social, pois o cerne da questão continua intacto, levando este cidadão a necessitar de outras medidas imediatistas futuras.
Ambos os níveis de instrumentalidade podem até obter êxito na imediaticidade, porém, a realidade do usuário estará sempre mascarada, sendo o assistente social alienado e alienador. Desta forma, o Serviço Social perde a sua identidade, já que o capitalista é o seu usuário e não o proletariado.
Quando a atuação profissional passa para a mediação, o uso da instrumentalidade está voltada à efetivar soluções reais, olhando o usuário na sua singularidade, como detentor de direitos e não como um “pobre coitado” que necessita das benesses do Estado. O Assistente Social, assume o seu papel como profissional conhecedor das mazelas que o capitalismo cria, lutando pelos direitos inalienáveis do cidadão.Reconhecer a instrumentalidade como mediação significa tomar o Serviço Social como totalidade constituída de múltiplas dimensões: técnico-instrumental, teórico-intelectual, ética-política e formativa. (Guerra 2007,
p.12) Para que esta instrumentalidade possa ter o seu desempenho efetivo, necessita o profissional tomar posse de todo o referencial teórico- metodológico-político, sem o qual, não há como atuar de maneira eficaz.Necessita uma rede de atuação que possa atender na totalidade a necessidade do usuário, para que possa sair da vulnerabilidade, passando não só a ser conhecedor de direitos, mas, detentor destes.
Expressar os objetivos que se quer alcançar não significa que eles necessariamente serão alcançados. Nunca podemos perder de vista que qualquer ação humana está condicionada ao momento histórico em que ela é desenvolvida. A realidade social é complexa, heterogênea e os impactos de qualquer intervenção dependem de fatores que são externos a quem quer que seja inclusive ao Serviço Social. É importante ter essa compreensão para localizarmos o lugar ocupado pelos instrumentos de trabalho utilizados pelo Assistente Social em sua prática.Se são os objetivos profissionais (construídos a partir de uma reflexão teórica, ética e política e um método de investigação) que definem os instrumentos e técnicas de intervenção (as metodologias de ação), conclui-se que essas metodologias não estão prontas e acabadas. Elas são necessárias em qualquer processo racional de intervenção, mas elas são construídas a partir das finalidades estabelecidas no planejamento da ação realizado pelo Assistente Social. Primeiro, ele define “para quê fazer”, para depois se definir “como fazer”. Mais uma vez, podemos aqui identificar a estreita relação entre as competências teórico-metodológica, ética-política e técnico-operativa.
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