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Lendo Imagens Criticamente: Em direção a uma Pedagogia Pós-moderna

Por:   •  8/8/2019  •  Resenha  •  600 Palavras (3 Páginas)  •  709 Visualizações

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KELLNER, Douglas, Lendo Imagens Criticamente: Em direção a uma Pedagogia Pós-moderna. In: Alienígenas na sala de aula. Tomaz Tadeu da Silva (org.). Petrópolis, RJ, 1995, p. 104-131.

O texto de Douglas Kellner, capítulo cinco do livro “Alienígenas na sala de aula”, põe em discussão acerca das tendências sobre à pós-modernidade, expondo o posicionamento da comunidade acadêmica e se posicionando sobre a mesma. Kellner alega tanto a inexistência de uma teoria pós-moderna clara e coerente como a falta de uma condição inteiramente pós-moderna, nos direcionando com isso a pensar mais acerca a diversidade da teoria como às das posições pós-modernas.

O capítulo em questão é subdividido em seis subtópicos: “Algumas aberturas e avanços e avanços teóricos; lendo imagens criticamente”; “Lendo anúncios criticamente”; “Imagens simbólicas nos anúncios de Virginia Slims e Malboro”; “Alfabetismo crítico, mídia e cultura consumista da imagem”; “Implicações para a Política Pública e para a Política da Educação”.  Apresenta a sociedade pós-moderna como uma sociedade saturada de imagens, imersa no que se denominou a chamar de “nova cultura das imagens”, em que a análise crítica destas são imprescindíveis a serem alcançadas pela sociedade.

Douglas Kellner discute proposições que consideram relevantes para o desenvolver de uma pedagogia crítica que transcenda, dentre outras coisas, as noções como de “alta” e “baixa” cultura, leitura, escrita e textualidade. No entanto compartilha das ideias de Giroux (1988) acerca de um alfabetismo crítico, “um alfabetismo que esteja vinculado com um discurso de emancipação, possibilidade, esperança e luta” (p.107).

Baseado neste argumento o autor elege algumas propostas sobre o desenvolvimento de um “alfabetismo crítico em relação a mídia” e de competências importantes para a leitura crítica de imagens, como aquelas de publicidades impressas. Com isso Kellner propõe desenvolver um alfabetismo que possibilite ao indivíduo a autonomia em relação a leitura imagética da mídia.

Ao explanar o fato de estarmos em uma nova cultura, às das imagens, Kellner pontua uma crítica sobre a educação, que deveria se atentar mais sobre essa nova cultura, procurando desenvolver uma pedagogia crítica com enfoque na leitura de imagens que visasse ir a fundo das nossas experiências, do nosso comportamento e conhecimento, além da “liberação da dominação e criação de novos “eus”, plurais, fortalecidos e mais potentes” (p. 109). Ideias que, para Kellner, são características não só da pós-modernidade como também da própria modernidade.

No subtópico “Lendo anúncios criticamente”, Kellner explana a publicidade como potente fonte de imagens culturais, por apresentar, dentre outras coisas, informações das tendências atuais da sociedade, conduzindo os indivíduos aprecia-las/aderi-las. Explana também sobre a multidimensionalidade dos anúncios publicados, em termos de riqueza de sentidos, que exige por sua vez um processo sofisticado de decodificação e interpretação.

Ao final do capítulo, Kellner apresenta dados surpreendentes de gastos com peças publicitarias nos Estados Unidos, mostrando o exagerado crescimento ocorrido nesta área. Com esses dados o autor revela que a publicidade tem se tornado uma questão de política pública, uma luta que deve se partir da criticidade imagética a ser ministrada por uma pedagogia crítica e progressista; um alfabetismo crítico que ainda se apresenta como uma política a ser construída.

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