Limites E Possibilidades Das TIC Na Educação
Trabalho Escolar: Limites E Possibilidades Das TIC Na Educação. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 30/10/2013 • 5.051 Palavras (21 Páginas) • 1.038 Visualizações
s í s i f o / r e v i s t a d e c i ê n c i a s d a e d u c a ç ã o · n . º 3 · m a i / a g o 0 7 i s s n 1 6 4 9 ‑ 4 9 9 0
Limites e possibilidades das TIC na educação
Guilhermina Lobato Miranda
gmiranda@fpce.ul.pt
Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Lisboa
Resumo:
Neste artigo começo por clarificar o conceito de Tecnologia Educativa e termos afins. Seguidamente
analiso os resultados mais conclusivos da investigação neste domínio, para
depois descrever projectos em que estive envolvida e onde a tecnologia foi usada para
produzir inovação. Não refiro nenhuma “experiência revolucionária” a nível cognitivo e
educacional, pois as tecnologias não conseguem tal feito.
Parte da educação das novas gerações tem de ser conservadora, i.e., tem de passar o
testemunho e o conhecimento construído pelas gerações anteriores. Os conhecimentos
disciplinares são a condensação exemplar do esforço e talento humanos. Como podem
as tecnologias apoiar na transmissão e aquisição destes conhecimentos? Não será necessário
que as novas gerações, além de saberem usar a tecnologia, saibam e tenham sobre
ela um discurso informado e racional? Não é este também o papel da escola? Estas são
algumas das questões que orientam a minha reflexão.
Palavras‑chave:
Tecnologia Educativa, Tecnologias da Informação e Comunicação, Aprendizagem e Ensino,
Ambientes Virtuais de Aprendizagem.
Miranda, Guilhermina Lobato (2007). Limites e possibilidades das TIC na educação. Sísifo. Revista
de Ciências da Educação, 03, pp. 41‑50.
Consultado em [mês, ano] em http://sisifo.fpce.ul.pt
41
Intro dução
Os seres humanos têm uma tendência, que diria
natural, para simplificar a informação que recebem
do meio. Criam categorias e associações de modo
a memorizar e compreender o que se passa à sua
volta. Uma das associações mais recorrentes em
educação é a de juntar ensino e aprendizagem. Com
razão. Porque o objectivo de quem ensina é que o
que é ensinado seja aprendido. E reciprocamente
o objectivo de quem aprende é memorizar e compreender
o que é ensinado. Ensinar e aprender são
as duas faces de uma mesma moeda, embora nem
sempre em sintonia. Deveria existir uma qualquer
relação entre aquilo que é ensinado e o que é aprendido,
mas esta relação, como a investigação o tem
mostrado, não é linear.
Do mesmo modo se tem associado o conceito
de tecnologia ao de inovação e estes dois termos ao
de melhoria nos processos de ensino e de aprendizagem.
Considera-se que a introdução de novos
meios tecnológicos no ensino irá produzir efeitos
positivos na aprendizagem, porque se pensa que os
novos meios irão modificar o modo como os professores
estão habituados a ensinar e os alunos a
aprender. Considera-se também que novos programas,
métodos e currículos são a senha que garante
uma melhor aprendizagem. Como veremos ao longo
deste artigo estas simples asserções nem sempre
são verdadeiras.
Defini ções
Comecemos por uma clarificação conceptual. De
que falamos quando dizemos Tecnologia Educativa
(TE), Tecnologias Educativas, Tecnologias
Aplicadas à Educação, Tecnologias da Informação
e Comunicação (TIC), Novas Tecnologias da Informação
(NTI) ou Novas Tecnologias da Informação
e Comunicação (NTIC), Literacia Informática
e Educação Tecnológica?
O termo Tecnologia Educativa tem já alguma
tradição no mundo anglo-saxónico. É um domínio
da educação que teve as suas origens nos anos 40
do século XX e foi desenvolvido por Skinner na década
seguinte com o ensino programado (cf. Skinner,
1953, 1968). O termo não se limita aos recursos
técnicos usados no ensino mas a todos os processos
de concepção, desenvolvimento e avaliação da
aprendizagem. Daí que no livro publicado em 1994,
pela Association for Educational Communications
and Technology, tendo em vista estabilizar a terminologia
usada neste domínio, os termos Educational
Technology e Instructional Technology surjam
como sinónimos, referindo-se “à teoria e prática do
planeamento, desenvolvimento, utilização, gestão
e avaliação dos processos e recursos da aprendizagem”
(cit. Thompson, Simonson & Hargrave, 1996,
p. 2). Esta definição tem em conta o que é considerado
o domínio da Tecnologia Educativa que engloba
três subdomínios que vão influenciar o aluno
e a sua aprendizagem. São eles: 1) as funções de gestão
educacional, 2) as funções de desenvolvimen‑
42 sísifo 3 | guilhermina lobato miranda | limites e possibilidades das tic na educação
to educacional, e 3) os recursos de aprendizagem.
Vemos pois que o termo Tecnologia Educativa está
enraizado numa tradição anglo-saxónica que valoriza
a instrução e é influenciada pela teorização produzida
no âmbito da psicologia da aprendizagem,
nomeadamente pelas teorias comportamentalistas
e cognitivistas e mais recentemente pelas teorias
construtivistas. Outras das inspirações teóricas do
domínio da Tecnologia Educativa são a Teoria dos
Sistemas e a Teoria da Comunicação (cf. Thompson,
Simonson & Hargrave, 1996).
O termo Tecnologias Aplicadas à Educação pode
ser considerado sinónimo de Tecnologias Educativas,
pois trata-se de aplicações da tecnologia, qualquer
que ela seja, aos processos envolvidos no funcionamento
da educação, incluindo a aplicação da
tecnologia à gestão financeira e administrativa ou a
outro qualquer processo, incluindo, como é óbvio, o
processo educativo ou instrutivo propriamente dito.
As pessoas que trabalham no domínio da Tecnologia
Educativa não se interessam só pelos recursos
e avanços técnicos mas também, e sobretudo, pelos
processos que determinam e melhoram a aprendizagem.
Estes processos podem integrar determinados
tipo de recursos técnicos como, por exemplo,
o computador e a Internet. O uso educativo do
computador e da Internet pode ser considerado um
subdomínio da Tecnologia Educativa.
O termo Tecnologias da Informação e Comunicação
(TIC) refere-se à conjugação da tecnologia
computacional ou informática com a tecnologia das
telecomunicações e tem na Internet e mais particularmente
na Worl Wide Web (WWW) a sua mais forte
expressão. Quando estas tecnologias são usadas
para fins educativos, nomeadamente para apoiar e
melhorar a aprendizagem dos alunos e desenvolver
ambientes de aprendizagem, podemos considerar as
TIC como um subdomínio da Tecnologia Educativa.
Os termos Novas Tecnologias da Educação
(NTI) e Novas Tecnologias da Informação e Comunicação
(NTIC) parecem-me redundantes, pois a
referência à novidade nada acrescenta à delimitação
e clarificação do domínio. Mais ainda, o que é novo
hoje deixa de o ser amanhã.
Como já devem ter reparado os leitores, prefiro
usar o termo Tecnologia Educativa para delimitar
um domínio teórico e de investigação no qual me
reconheço. Contudo, não me parece desadequado
o uso de termos como Tecnologias Educativas ou
Tecnologias da Informação e Comunicação, desde
que no sentido anteriormente assinalado.
O termo Literacia Informática pode ser definido
como “o conjunto de conhecimentos, competências
e atitudes em relação aos computadores que levam
alguém a lidar com confiança com a tecnologia computacional
na sua vida diária” (McInnerney, McInnerney
& Marsh; Soloway, Turk & Wilay, citados
por Tsai & Tsai, 2003, p. 48). Esta definição incluiu
três termos que convém elucidar: primeiro, conhecimentos
e competências sobre a tecnologia computacional;
segundo atitudes positivas face a esta tecnologia;
e terceiro ter confiança para usar os computadores
sem grande ansiedade. Por isso, o objectivo da
literacia informática deveria ser apoiar os professores
e os estudantes a iniciar ou melhorar as suas competências
e conhecimentos nesta área, desenvolver
atitudes positivas face ao computador e à Internet
e diminuir a ansiedade face ao seu uso e aprendizagem.
Deveria ainda apoiar os alunos, sobretudo os
do ensino secundário, a analisar criticamente a evolução
das tecnologias e seus campos de aplicação.
E neste âmbito estamos já a entrar numa outra
área, a da Educação Tecnológica. Este é um conceito
mais amplo do que o anterior, pois implica “saber
usar” a tecnologia e ainda analisar a sua evolução
e repercussão na sociedade. Supõe ainda desenvolver
um discurso racional sobre as tecnologias.
Como refere Postman (2002), “A educação tecnológica
não é uma disciplina técnica. É um ramo das
humanidades” (p. 218). Uma verdadeira educação
tecnológica só o é quando se ensina aos estudantes
a história das diferentes tecnologias (iluminuras,
alfabeto, prensa tipográfica… computadores e Internet)
e dos seus criadores, dos seus efeitos económicos,
sociais e psicológicos e ainda de como elas
refizeram o mundo e continuam a refazê-lo. Igualmente
será necessário mostrar como as tecnologias
“criam novos mundos, para o bem e para o mal”
(Postman, 2002, p. 219). Os estudantes deveriam,
ainda, ser ensinados a ler e a interpretar e a saber
diferenciar a informação que nos é transmitida por
vários símbolos. Por exemplo, em que diferem as
imagens das palavras? Uma pintura de uma fotografia?
Uma fala de um texto escrito?
Retomando o conceito de literacia tecnológica,
temos que levantar em primeiro lugar algumas
sísifo 3 | guilhermina lobato miranda | limites e possibilidades das tic na educação 43
questões: a) Que conhecimentos e competências
deveriam os alunos adquirir na escola, desde o
pré-escolar até ao final do ensino secundário? b)
Como organizar e sequenciar a aprendizagem destes
conhecimentos e competências, desenvolvendo
um currículo em espiral? c) Devem estes conhecimentos
e competências ser integrados nos currículos
das disciplinas já existentes, será preciso criar
disciplinas autónomas (sobretudo a partir do 2º ciclo
do ensino básico) ou devem usar-se estas duas
estratégias em simultâneo?
Não existem respostas inequívocas para estas
questões. Penso que a melhor estratégia é apetrechar
as escolas com alguma tecnologia (nomeadamente
computadores com ligação à Internet) e usála
quer de uma forma transversal às várias disciplinas,
quer em disciplinas próprias, como foi a opção
do Ministério da Educação ao criar a disciplina de
TIC no 9º e 10º anos da escolaridade. Esta deveria
ser ainda a base para uma verdadeira Educação
Tecnológica, entendida no sentido que atrás referi,
que penso não estar em sintonia com a disciplina
com esta designação que integra os planos curriculares
dos 7º, 8º e 9º anos.
A tecnologia e os processos
de ensino e apren dizagem
Nesta parte gostaria de descrever, com a brevidade
necessária a um artigo, algumas experiências em
que as tecnologias informáticas foram usadas para
desenvolver ambientes de aprendizagem que considero
inovadores. Mas antes quero referir os resultados
mais conclusivos da investigação no domínio
da tecnologia educativa e o que hoje em dia se considera
ser as características de uma aprendizagem
efectiva.
Resultados da investigação
A investigação tem demonstrado que a estratégia de
acrescentar a tecnologia às actividades já existentes
na escola e nas salas de aula, sem nada alterar
nas práticas habituais de ensinar, não produz bons
resultados na aprendizagem dos estudantes (cf. De
Corte, 1993; Jonassen, 1996; Thompson, Simonson
& Hargrave, 1996, entre outros). Esta tem sido,
contudo, uma das estratégias mais usadas. E compreende-
se porquê. Existem várias razões. Enunciarei
as duas que considero mais importantes.
A primeira prende-se com a falta proficiência
que a maioria dos professores manifesta no uso das
tecnologias, mormente as computacionais. Vários
estudos têm revelado que a maioria dos professores
considera que os dois principais obstáculos ao
uso das tecnologias nas práticas pedagógicas são a
falta de recursos e de formação (cf. Paiva, 2002; Pelgrum,
2001; Silva, 2003; entre outros).
A segunda razão prende-se com o facto da integração
inovadora das tecnologias exigir um esforço
de reflexão e de modificação de concepções e práticas
de ensino, que grande parte dos professores
não está disponível para fazer. Alterar estes aspectos
não é tarefa fácil, pois é necessário esforço, persistência
e empenhamento.
O problema reside em que alguns professores
têm uma concepção romântica sobre os processos
que determinam a aprendizagem e a construção de
conhecimento e concomitantemente do uso das tecnologias
no acto de ensinar e aprender. Pensam que
é suficiente colocar os computadores com algum
software ligados à Internet nas salas de aula que os
alunos vão aprender e as práticas se vão alterar. Sabemos
que não é assim.
Como já referi, os resultados mais conclusivos do
imenso esforço de investigação que acompanhou a
introdução em grande escala das tecnologias computacionais
no ensino (sobretudo a partir dos anos
80) mostram que acrescentar estes recursos às actividades
já existentes nas escolas não produz efeitos
positivos visíveis na aprendizagem dos alunos, na
dinâmica da classe e no empenhamento do professor
(De Corte, 1993; Jonassen, 1996; entre outros).
Existem mesmo autores, como Clark (1994), que
consideram que os Media Educativos por si só nunca
influenciarão o desempenho dos estudantes. Os
efeitos positivos só se verificam quando os professores
acreditam e se empenham de “corpo e alma”
na sua aprendizagem e domínio e desenvolvem actividades
desafiadoras e criativas, que explorem ao
máximo as possibilidades oferecidas pelas tecnologias.
E para isto é necessário que os professores
as usem com os alunos: a) como novos formalismos
para tratar e representar a informação; b) para
apoiar os alunos a construir conhecimento significativo;
c) para desenvolver projectos, integrando (e
44 sísifo 3 | guilhermina lobato miranda | limites e possibilidades das tic na educação
não acrescentando) criativamente as novas tecnologias
no currículo.
Analisemos brevemente cada um destes aspectos.
Considerar que os professores deveriam usar as
ferramentas informáticas como novos formalismos
para tratar e representar a informação implica primeiro
perceber que a linguagem escrita, o sistema
decimal e as operações aritméticas elementares, a
lógica das classes e das relações (sistemas de classificação),
os gráficos… são Sistemas Convencionais
de Representação e Tratamento da Informação,
residindo aí todo o seu poder comunicacional e
de tratamento dos conhecimentos (Mendelsohn,
1999). Estes sistemas, no mundo alfabetizado e pós
industrializado em que vivemos, devem ser aprendidos
e dominados com alguma perícia até ao final
do 1º Ciclo, quando as crianças têm entre 9 e 10
anos, continuando a sua aprendizagem até muito
mais tarde, para adquirirem uma certa mestria.
Aspecto interessante é que a aprendizagem destes
sistemas modifica de forma radical o modo como as
crianças percepcionam o mundo e a si próprias (estamos
a referir-nos principalmente à autoconsciência),
quer dizer, interferem no seu percurso natural
de desenvolvimento (Luria, 1990; Vygotsky, 1991,
1994), amplificando-o (Bruner, 1998, 1999). O desenvolvimento
cognitivo segue um padrão que se
caracteriza precisamente pelo progressivo domínio
das representações espaciais (formas e transformações),
das representações simbólicas (onde a linguagem
e a escrita são determinantes), do tratamento
das relações (gerando sistemas de categorias, classes
e suas relações) e do tratamento das dimensões
(número, aritmética e mais tarde a álgebra). Parece
existir uma sintonia entre o desenvolvimento das
funções psicológicas superiores (Vygotsky, 1994)
e os sistemas convencionais de tratamento e representação
da informação.
O que acontece é que os sistemas informáticos,
considerados como novos formalismos para tratar
e representar a informação, ancorados nos sistemas
convencionais, vão modificar o modo como
as crianças estão habituadas a aprender e também
amplificar o seu desenvolvimento cognitivo. Alguns
exemplos: os processadores de texto alteram
o modo como as crianças estavam habituadas a escrever;
estas precisam não só de aprender as convenções
e procedimentos da escrita no papel como
os procedimentos e funções de um editor de texto.
O mesmo se poderá dizer face aos programas
de desenho, de gráficos, de bases de dados. Alteram
o modo de conceber o desenho, de pensar um
gráfico, de classificar as coisas, pois assentam em
formalismos diferentes dos tradicionais. Exigem
novas aprendizagens e aumentam as antigas. O que
acontece na maioria das escolas é que os professores
pensam que estas aprendizagens se fazem por
transferência analógica, não necessitando de uma
aprendizagem mais estruturada e formal, o que tem
levado a alguns dissabores.
Mas se o professor dominar estas novas ferramentas
poderá apoiar os alunos a explorar as potencialidades
destes novos sistemas de tratamento e
representação da informação. A escrita pode exprimir-
se de um modo mais flexível e plástico quando
se usa um processador de texto. Fazer e transformar
gráficos pode ser uma actividade compensadora.
E o que dizer da construção de bases de dados sobre
quase todos os tópicos que se possam imaginar?
As mudanças nos modos de aprender e de organizar
cognitivamente a informação não serão
visíveis de imediato, pois todos os processos de
mudança mental são lentos, levam gerações. Mas a
aprendizagem de certos sistemas simbólicos e seus
formalismos interfere, quer dizer, deixa “marcas”
na organização mental e mesmo cerebral, como teorizaram
Vygotsky (1991, 1994) e Luria (1990) e as
investigações no domínio das neurociências estão a
comprovar (cf. Squire & Kandel, 1999).
Com estes novos sistemas de tratamento e representação
da informação e de comunicação, os
professores podem desenvolver com os alunos actividades
que favoreçam a aquisição de conhecimentos
disciplinares significativos. Para que isto aconteça é
necessário ter em consideração que a aprendizagem
é um processo (re)construtivo, cumulativo, auto-regulado,
intencional e também situado e colaborativo.
A aprendizagem é um processo re(construtivo),
o que significa que os alunos constroem os novos
conhecimentos com base nas estruturas e representações
já adquiridas sobre os fenómenos em estudo
e que devem estar cognitiva e afectivamente envolvidos
no processamento da nova informação. Uma
aprendizagem efectiva deve exigir esforço e manter
os alunos empenhados na realização das tarefas.
Para isso, deve ser feita com um nível óptimo de
sísifo 3 | guilhermina lobato miranda | limites e possibilidades das tic na educação 45
incerteza (Bruner, 1999) e estar na zona de desenvolvimento
potencial (Vygotsky, 1991), quer dizer,
não deve evitar a crise do pensamento (Van Hiele,
1986). Os professores devem ter o cuidado de não
impor a sua estrutura e estilo de pensamento aos
alunos mas antes criar situações, problemas, exercícios
e projectos que conduzam os alunos para níveis
superiores de conhecimento.
Uma aprendizagem cumulativa implica que os
novos conhecimentos são adquiridos com base nas
aprendizagens realizadas anteriormente (Gagné,
1975). Todas as disciplinas exigem este saber prévio.
Há, contudo, algumas que são mais cumulativas
do que outras. É o caso da matemática e também,
em certa medida, da física. Nesta o principal
problema parece advir da dificuldade em modificar
as concepções que os alunos desenvolveram para
explicar diferentes fenómenos, antes de iniciar o
seu estudo científico. Estes conceitos espontâneos
estão muitas vezes em contradição com os aceites
pela comunidade científica e, na maioria das vezes,
dificultam mais do que facilitam a aprendizagem
posterior (cf. Gardner, 1993; Pina, 2005).
A aprendizagem ser auto-regulada significa que
os professores devem apoiar os alunos a desenvolver
estratégias de aprendizagem de modo a adquirirem
hábitos de estudo e de trabalho intelectual, e ainda
padrões de correcção do seu próprio trabalho, de
modo a progressivamente se irem autonomizando
da tutela do professor (cf. Brown, 1987; Collins &
Brown, 1988).
A aprendizagem ser orientada para determinados
objectivos implica que o conhecimento, por parte
dos alunos, das finalidades ou metas a atingir em
cada situação de aprendizagem, facilita o processo
de construção de conhecimento, pois imprime-lhe
um intencionalidade e direcção (cf. Bruner, 1999).
Tem ainda a vantagem de motivar os alunos para
alcançar os objectivos enunciados, garantindo uma
maior capacidade de vencer os obstáculos que se
encontram em qualquer processo de aprendizagem
(cf. Gagné, 1984; Lemos, 2005).
Existe hoje uma tendência para considerar que
uma aprendizagem efectiva deve ainda ser situada e
colaborativa. Enquanto as características anteriores
não me levantam dúvidas, estas duas não estão ainda
inteiramente comprovadas pelos resultados da
investigação. Contudo, são características importantes
da aprendizagem, sobretudo dos ambientes
informatizados que actualmente se podem modelar
com recurso aos computadores e à Internet.
A aprendizagem ser situada significa que o seu
sentido advém do contexto onde foi realizada. São
os contextos que facilitam ou, pelo contrário, dificultam
a aplicação dos conhecimentos. As pessoas
aprendem não só com o que lhes é directamente ensinado
mas desenvolvem ainda padrões de participação
em comunidades de prática, apropriando-se
progressivamente do discurso, dos saberes e saberes-
fazer próprios de cada comunidade, dos seus
recursos e até identidades (cf. Greeno, 1998; Lave,
1997; Lave & Wenger, 1995; entre outros). Ora, a
criação de comunidades de prática e de comunidades
de aprendizagem está hoje facilitada pelo recurso
à Internet.
Dizer que a aprendizagem é colaborativa significa
que esta se faz em contextos de práticas sociais
que implicam a colaboração entre iguais e destes
com os adultos que, em princípio, se tornam os
tutores que modelam progressivamente determinados
conhecimentos e atitudes. A aprendizagem
é aqui considerada sobretudo um processo de interacção
social que deveria ser promovido pelos
professores. Por exemplo, o desenvolvimento das
estruturas cognitivas, sobretudo do pensamento
formal, depende, em grande medida, da descentração
cognitiva, i.e., de se ser capaz de cooperar
com os outros, quer dizer, realizar operações em
comum, ouvindo os argumentos e contra-argumentando
(Perret-Clermont & Schubauer-Leoni,
1989; Piaget, 1971). A Internet pode facilitar esta
aprendizagem colaborativa, se o professor criar
projectos onde alunos (e outros adultos) possam realizar
actividades, resolver problemas em cooperação
e participar em tarefas comuns. Mas nem todas
as aprendizagens se fazem de modo colaborativo e
nem todos os estudantes gostam e aprendem nestes
ambientes (cf. Hopper, 2003). Cerca de vinte por
cento dos estudantes universitários preferem trabalhar
e aprender sozinhos (McClanaghan, 2000,
citado por Hopper, 2003).
Como vemos não é suficiente introduzir os computadores
e a Internet nas escolas para se começarem
a obter resultados positivos na aprendizagem
dos alunos. É ainda necessário reflectir sobre o que
a torna efectiva e modificar a organização dos espa‑
46 sísifo 3 | guilhermina lobato miranda | limites e possibilidades das tic na educação
ços e das actividades curriculares de modo a que
estas novas ferramentas possam apoiar a aquisição
de conhecimento disciplinar significativo. Embora
a aprendizagem dos alunos seja a variável que considero
mais importante quando se introduzem as
tecnologias no ensino, outras existem que não devemos
menosprezar. Por exemplo, o contributo que
o uso das tecnologias nas práticas educativas dos
professores pode dar para uma maior literacia tecnológica
de estudantes e docentes, a motivação que
geram, as redes de relações que criam, etc. Tudo
aspectos que me parecem muito importantes quando
as tecnologias são integradas e não só acrescentadas
às actividades curriculares.
Experiências em análise
As quatro experiências que vou referir permitem
ilustrar o que acabei de dizer. Por falta de espaço,
apenas descreverei uma e de um modo muito sumário.
Os leitores interessados podem consultar as
obras que estão referenciadas na bibliografia.
Uma foi desenvolvida pela autora no âmbito da
investigação conducente ao grau de doutoramento
e designa-se Concepção de um ambiente de aprendizagem
Logo em meio escolar: efeitos na cognição e nos
conhecimentos geométricos de crianças de 9-10 anos
(Miranda, 1998).
Duas foram realizadas por estudantes do mestrado
em Ciências da Educação, área de especialização
em Tecnologias Educativas. Uma tem como título
Comunidade Virtual de Aprendizagem de Matemática:
uma experiência com alunos do 10º ano de escolaridade
(Inácio, 2006) e a outra intitula-se Integrar a
teoria e a prática através de um fórum de discussão:
um estudo de investigação-acção aplicado à enfermagem
da criança e do adolescente (Paixão, 2006).
A última das experiências referidas foi desenvolvida
no contexto da preparação da monografia
de licenciatura e designa-se de Projecto Prom@tic
(Rolo, 2001). Foi publicado um artigo que descreve
esta experiência (Miranda & Rolo, 2002) e que se
encontra disponível on-line em: http://www.leeds.
ac.uk/educol/documents/00002194.htm.
Comunidade Virtual de Aprendizagem
de Matemática
Esta experiência foi desenvolvida durante o ano
lectivo de 2004/2005, com uma turma do 10º ano
de escolaridade, por Ricardo Inácio, na altura estudante
do mestrado em Tecnologias Educativas. A
experiência tem tido continuidade.
O principal objectivo foi conceber, desenvolver
e avaliar um ambiente virtual de aprendizagem de
matemática (AVA). Visou ainda estudar os factores
que influenciam positiva e negativamente o desenvolvimento
de uma comunidade virtual de aprendizagem
(CVA) em meio escolar, funcionando como
complemento e não como substituto das aulas presenciais.
A análise dos efeitos deste ambiente nos
resultados escolares e nas abordagens à aprendizagem
dos estudantes foi outro dos objectivos.
O Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)
baseou-se na WWW e funcionou como um meio
de apoio à aprendizagem dos alunos nos três temas
que compõem o programa da disciplina de Matemática:
Geometria no Plano e no Espaço I, Funções
I e Estatística. A construção deste ambiente virtual,
como o autor refere, “caracterizou-se como sendo
um processo lento, de carácter evolutivo e faseado”
(Inácio, 2006, p. 99). A concepção e construção da
página demorou nove meses e passou por várias fases.
Refiro apenas as mais importantes: (a) elaboração
de um guião tipo cinematográfico (storyboards),
que constou da realização de desenhos e tabelas,
com referência às cores, fontes, textos, barras de navegação,
disposição de conteúdos e ferramentas de
comunicação; (b) desenvolvimento da página, conciliando
diversas linguagens de programação; (c)
validação da AVA, feita por especialistas, quer do
ponto de vista técnico quer do conteúdo matemático;
(d) apresentação da AVA aos estudantes, explicando
como iria funcionar e quais os seus objectivos.
Os conteúdos desta AVA são muitos e variados
mas, do meu ponto de vista, o mais interessante é
a conjugação dos diversos conteúdos e actividades
matemáticas, com actividades de comunicação
síncrona e assíncrona e ainda actividades sociais.
As ferramentas disponibilizadas foram usadas pelos
estudantes, umas mais do que outras, havendo
ainda estudantes mais participativos e outros menos,
como é habitual em qualquer ambiente, seja
ele presencial ou virtual. O papel do professor na
dinamização deste ambiente foi determinante, não
só no que se refere ao processo de ensino e aprendizagem,
mas ainda na construção de uma verdadeira
comunidade virtual de aprendizagem de matemásísifo
3 | guilhermina lobato miranda | limites e possibilidades das tic na educação 47
tica. Transformar um ambiente numa comunidade
virtual não é tarefa fácil, pois esta caracteriza-se por
ser um grupo de pessoas que partilham conhecimentos,
interesses e objectivos num domínio específico,
podendo desenvolver laços de amizade através
do ciberespaço (cf. Inácio, 2006). As CVA’s têm
também durabilidades diversas, dependendo de
vários factores. Contudo, o papel do dinamizador
é fundamental para que o “tempo de vida” de uma
CVA seja mais longo. A que estamos a descrever
durou um ano lectivo, embora o professor continue
a experiência com a nova turma do 10º ano.
Os resultados mais salientes deste estudo são:
(1) perceber que é possível conceber, desenvolver
e utilizar comunidades virtuais de aprendizagem
no ensino secundário, ao serviço dos alunos e da
inovação dos métodos de ensino, sobretudo numa
disciplina que muitos consideram difícil e onde
existe muito insucesso; (2) análise dos factores facilitadores
e inibidores da construção de uma CVA,
contribuindo para a compreensão da vida destas
comunidades; (3) maior interesse de grande parte
dos alunos pela disciplina, embora os que mais
usaram e aproveitaram este ambiente tenham sido
os estudantes que já à partida estavam predispostos
para estudar e valorizavam mais o desempenho
académico; (4) existência de uma correlação positiva
e significativa entre a Frequência da AVA e as
Classificações dos alunos (r=0,715; p<.05); (5) os
estudantes com uma abordagem profunda à aprendizagem
antes da experiência (pré-teste) passaram
a usar com mais frequência estratégias típicas desta
abordagem, tendo a diferença entre o pré e o pósteste
sido significativa (p<.5); já os estudantes com
uma abordagem superficial não alteraram significativamente
as suas estratégias de aprendizagem do
pré para o pós-teste (p>.05).
Embora a AVA tenha contribuído para que a
maior parte dos estudantes se tenha interessado
mais pela disciplina de matemática, os resultados
sumariamente descritos parecem querer dizer que,
neste como noutros domínios, são os estudantes
mais motivados, empenhados e que mais valorizam
a aprendizagem e o sucesso académico os que mais
proveito tiram dos meios e recursos postos à sua
disposição. Os que têm mais dificuldades, desmotivados
e que não valorizam tanto o desempenho
académico usam pouco os recursos que lhes são
disponibilizados. Esta tendência foi designada por
Resnick e Collins (1996) por the “rich get richer”
problem. Para estes alunos devem ser concebidos
ambientes mais estruturados e direccionados para
superar as dificuldades apresentadas. Ora este não
era o objectivo principal da experiência descrita.
Como referi anteriormente penso que a introdução
e uso das tecnologias da informação e comunicação
no ensino não devem ser só avaliadas tendo como
referência os efeitos que têm sobre a aprendizagem
e os resultados académicos dos alunos. Esta é uma
entre muitas variáveis a ter em conta, embora considere
ser a mais importante. Outras que também
me parecem relevantes são: o contributo para uma
maior literacia tecnológica de docentes e alunos;
um maior interesse dos estudantes pelas disciplinas
que usam recursos tecnológicos de um modo
inovador e criativo; uma modificação dos métodos
e estratégias de ensino dos professores, dando-lhes
uma sensação positiva de domínio das tecnologias
que são valorizadas na sociedade numa dada época
e por consequência um maior sentido de pertença a
essa mesma sociedade.
Conclus ão
O uso efectivo da tecnologia nas escolas, nomeadamente
nas salas de aula e no desenvolvimento
de ambientes virtuais de aprendizagem, é ainda um
privilégio de alguns docentes e alunos. As variáveis
que parecem ter mais influência neste processo são
múltiplas, como vimos, mas penso que uma sólida
formação técnica e pedagógica dos professores bem
como o seu empenhamento são determinantes.
Será ainda preciso pensar as tecnologias não como
“apêndices” das restantes actividades curriculares,
um prémio que se dá aos alunos bem comportados
ou um “tique” insólito de alguns docentes, mas
como um domínio tão ou mais importante que os
restantes que existem nas escolas. Só assim se conseguirá
generalizar o uso das tecnologias no ensino.
Ou então, num olhar pessimista ou quiçá realista,
esperar pelo impulso das gerações nascidas em plena
era da “sociedade da informação”, até porque,
como refere Arendt (2005) a novidade é e deve ser
trazida pelas novas gerações. É este o fluxo e destino
natural e cultural da humanidade.
48 sísifo 3 | guilhermina lobato miranda | limites e possibilidades das tic na educação
Referências bibliográficas
Arendt, A. (2005 [1961]). Entre o passado e o futuro.
Traduzido por J. M. Silva. Lisboa: Relógio
d’Água Editores.
Brown, A. (1987). Metacognition, executive control,
self-regulation and other more mysterious
mechanisms. In F. E. Weinert & R. H. Kluwe
(eds.), Metacognition, motivation and understanding.
New Jersey: Erlbaum, pp. 65-116.
Bruner, J. (1998 [1960]). O processo da educação.
Tradução de M. C. Romão. Lisboa: Edições 70.
Bruner, J. (1999 [1966]). Para uma teoria da educação.
Tradução M. Vaz. Lisboa: Relógio d’Água
Editores.
Clark, R. (1994). Media will never influence learning.
Educational Technology Research and Development,
42, 2, pp. 21-29.
Collins, A. & Brown, J. (1988). The computer as a
tool for learning through reflection. In H. Mandl
& A. Lesgold (eds.), Learning issues for intelligent
tutoring systems. New York: Springer-
Verlag, pp. 1-18.
De Corte, E. (1993). Psychological Aspects of
Changes in Learning Supported by Informatics.
In D. C. Johnson & B. Samways (eds.), Informatics
and Changes in Learning (IFIP - A34). North
Holland: Elsevier Science Publishers B. V., pp.
37-47.
Gagné, R. M. (1975). Essentials of learning for instruction.
New York: Holt, Rinehart & Winstons.
Gagné, R. M. (1984). Learning outcomes and their
effects. Useful categories of human performance.
American Psychologist, 39, 4, pp. 377-385.
Gardner, H. (1993). La mente no escolarizada.
Cómo piensan los niños y cómo deberían enseñar
las escuelas. Tradução de F. Meler-Ortí. Barcelona:
Paidós.
Greeno, J. & MMAP Project Group (1998). The
situativity of knowing, learning, and research.
American Psychologist, 53, 1, pp. 5-26.
Hopper, K. B. (2003). In defense of the solitary
learner: a response to collaborative, constructivist
education. Educational Technology, March-
April, pp. 24-29.
Inácio, R. J. P. (2006). Comunidade virtual de
aprendizagem de matemática: Uma experiência
com alunos do 10º ano de escolaridade. Dissertação
de mestrado. Lisboa: Faculdade de Psicologia
e de Ciências da Educação da Universidade
de Lisboa.
Jonassen, D. (1996). Computers in the classroom.
Mindtools for critical thinking. N. J.: Prentice
Hall.
Lave, J. (1997). Cognition in practice. Mind, mathematics,
and culture in everyday life (6th Ed.).
Cambridge: Cambridge University Press.
Lave, J. & Wenger, E. (1995). Situated learning.
Legitimate peripheral participation (4th Ed.).
Cambridge: Cambridge University Press.
Lemos, M. S. (2005). Motivação e aprendizagem. In
G. L. Miranda & S. Bahia (orgs.), Psicologia da
educação: Temas de desenvolvimento, aprendizagem
e ensino. Lisboa: Relógio d’Água Editores,
pp. 193-231.
Luria, A. R. (1990). Desenvolvimento cognitivo:
Seus fundamentos culturais e sociais. Tradução
de L. M. Barreto, M. K. Oliveira, M. M. Andrade
& R. H. Maciel. São Paulo: Ícone Editora Ltda.
Mendelsohn, P. (1999). Technologies de
l’Information et de la Communication et construction
du Savoir. Consultado em Maio de
2007 em http://tecfa.unige.ch/tecfa-people/mendelsohn.
html
Miranda, G. (1998). Concepção de um ambiente de
aprendizagem Logo em meio escolar. Efeitos sobre
a cognição e os conhecimentos geométricos de
crianças de 9-10 anos (Manuscrito não publicado).
Lisboa: Faculdade de Psicologia e de Ciências
da Educação da Universidade de Lisboa.
Miranda, G. & Rolo, A. (2002). The role of ICT
in teacher education: The development of web
pages by project method. Education-line. Consultado
em Maio de 2007 em http://www.leeds.
ac.uk/educol/documents/00002194.htm
Paiva, J. (2002). As tecnologias de informação e comunicação:
utilização pelos professores. Lisboa:
ME/DAP.
Paixão, M. J. G. (2006). Integrar a teoria e a prática
através de um fórum de discussão: Um estudo
de investigação-acção aplicado à enfermagem
da criança e do adolescente (Manuscrito não
publicado) Lisboa: Faculdade de Psicologia e
de Ciências
da Educação da Universidade de
Lisboa.
sísifo 3 | guilhermina lobato miranda | limites e possibilidades das tic na educação 49
Pelgrum, W. (2001). Obstacles to the integration
of ICT in education: results from a worldwide
educational assessment. Computers & Education,
37, 2, pp. 163-178.
Perret-Clermont, A. N. & Schubauer-Leoni,
M- L. (1989). Social factors in learning and teaching.
International Journal of Educational
Research, 13, pp. 573-684.
Piaget, J. (1971). A evolução intelectual entre a adolescência
e a maturidade. Tradução de J. P. Ferreira
da Silva. Revista Portuguesa de Pedagogia,
V, 1, pp. 83-95.
Piaget, J. (1975). L’équilibration des structures cognitives.
Paris: Puf.
Pina, J. A. M. (2005). Um estudo exploratório sobre
o papel das imagens nos manuais de ciências físico-
químicas e na construção pelo alunos de modelos
que explicam os fenómenos que representam
(Manuscrito não publicado). Lisboa: Faculdade
de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade
de Lisboa.
Postman, N. (2002). O fim da educação. Redefinindo
o valor da escola. Tradução de C. Alcobia.
Lisboa: Relógio d’Água Editores.
Resnick, L. B. & Collins, A. (1996). Cognition
and learning. In E. De Corte & F. E. Weinert
(eds.), International encyclopedia of developmental
and instructinal psychology. U.K.: Pergamon
Press, pp. 377-381.
Rolo, A. (2001). Promatic (Manuscrito não publicado).
Lisboa: Instituto de Educação da Universidade
Católica Portuguesa.
Silva, F. (2003). Tecnologias e formação inicial de
professores: um estudo de opiniões e práticas (Manuscrito
não publicado). Lisboa: Faculdade de
Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade
de Lisboa.
Skinner, B. F. (1953). Science and human behavior.
New York: Macmillan.
Skinner, B. F. (1968). The technology of teaching.
New York: Appleton Century Crofts.
Squire, L. R. & Kandel, E. R. (1999). Memory.
From mind to molecules. New York: Scientific
American Library.
Thompson, A. D.; Simonson M. R. & Hargrave,
C. P. (1996). Educational Technology: A review
of the research (2nd ed.). Washington, D. C.: Association
for Educational Communications and
Technology (AECT).
Tsai, M. & Tsai, C. (2003). Students computer
achievement, attitude, and anxiety: the role
of learning strategies. Journal of Educational
Computing Research, 28, 1, pp. 47-61.
Van Hiele, P.M. (1986). Structure and insight. A
theory of mathematics education. London: Academic
Press.
Vygotsky, L. S. (1991). Aprendizagem e desenvolvimento
intelectual na idade escolar. In A. R.
Luria; A. N. Leontiev & L. S. Vygotsky e outros,
Psicologia e pedagogia I: bases psicológicas
da aprendizagem e do desenvolvimento (2ª Ed.).
Tradução de A. Rabaça. Lisboa: Editorial Estampa,
pp. 31-50.
Vygotsky, L. S. (1994). A formação social da mente.
O desenvolvimento dos processos psicológicos
superiores (5ª Ed.). Tradução de J. C. Neto, L.
S. Barreto e S. C. Afeche. São Paulo: Martins
Fontes.
50 sísifo 3 | guilhermina lobato miranda | limites e possibilidades das tic na educação
...