Lâmpada fluorescente

A lâmpada fluorescente surgiu como uma luz no fim do túnel quando o brasileiro foi obrigado a economizar energia, em 2001. Capaz de reduzir o consumo em até 80%, a lâmpada fluorescente caiu no gosto no consumidor. Antes do racionamento, eram vendidas três milhões por ano no Brasil. Hoje, são 150 milhões.

Mas o que chegou como solução para a economia virou problema para o meio ambiente.

Os componentes principais da lâmpada fluorescente é o mercúrio, um metal pesado extremamente tóxico a saúde e também ao meio ambiente.

Para minimizar o volume de mercúrio descarregado no meio ambiente, através da implantação de uma indústria de reciclagem de lâmpadas fluorescentes, propondo alternativas para o gerenciamento do descarte correto das mesmas sob os cenários ambientais, econômicos e sociais. Contribuir para a redução do impacto ambiental ocasionado pelo descarte incorreto das lâmpadas fluorescentes englobado por ações constantes e efetivas de educação ambiental, informando e sensibilizando a todos sobre a importância da reciclagem.

O mercúrio metálico (Hg) é um metal prateado e brilhante, que ocorre em estado líquido na temperatura ambiente, e volatiliza facilmente para a atmosfera formando vapores de mercúrio.

O ciclo biogeoquímico do mercúrio é caracterizado pelas várias rotas que este composto pode seguir no ambiente, com destaque para sua liberação do solo e da água para a atmosfera, e seu transporte aquático seguido da deposição atmosférica as espécies do metal para água e solo. Em contato com solo ou sedimento, pode ocorrer sorção (absorção/adsorção) na forma insolúvel seguida de metilação/desmetilação. O ciclo é completo pelas formas de precipitação (chuvas), bioconversão em formas solúveis ou voláteis, reiteração na atmosfera ou bioacumulação na cadeia alimentar.

Na atmosfera, o mercúrio se apresenta em três formas: mercúrio metálico, mercúrio inorgânico e principalmente nas formas metilmercúrio e dimetilmercúrio. Quando o mercúrio metálico entra em contato com a atmosfera pode ser oxidado pelo ozônio (ou outros oxidantes atmosféricos) para Hg²+. Esta forma oxidada pode complexar com outros íons presentes, como o cloreto (formando HgCl2), que se deposita na água e no solo, podendo formar metilHg, ou se volatilizar e retornar para a atmosfera, na forma de mercúrio metálico, metilHg ou dimetilHg.

A síntese do metilHg(CH3Hg+) a partir do mercúrio é mediada por vários organismos presentes no meio aquático. Além disso, existem bactérias capazes de fazer esta conversão.

A formação do metilHg aumenta a dispersão de Hg no ambiente aquático. O metilHg é liberado para a coluna d’água e entra na cadeia alimentar. Nos organismos, liga-se às proteínas, em virtude da afinidade com os radicais sulfidrilas (SH) destas moléculas. Assim, passa a ser acumulado, atingindo altos níveis nos tecidos dos peixes predadores, situados no topo da cadeia alimentar. Até peixes predadores oceânicos, como atum, tubarão ou marlin, apresentam níveis elevados de metilHg, mesmo vivendo longe de áreas contaminadas.

Os sedimentos de rios, lagos e oceanos poluídos são altamente perigosos, pois o mercúrio confinado pode permanecer ativo como substrato para a metilação por mais de 100 anos, mesmo que a fonte de contaminação seja eliminada.

Os solos possuem capacidade elevada de reter e armazenar mercúrio, devido ao forte acoplamento deste com o carbono presente. Solos argilosos são os que mais retêm mercúrio, podendo acumulá-lo por muitos anos. Quando o mercúrio entra no ecossistema terrestre, parte dele pode ser volatilizada retornando à atmosfera e a outra parte é complexada com material orgânica, especialmente ácida húmico e fúlvico. Entretanto, a quantidade de mercúrio acumulada no solo dependerá da história de deposição,