Mãe com açúcar
Por: Julirds • 21/9/2016 • Ensaio • 367 Palavras (2 Páginas) • 138 Visualizações
“Mãe com açúcar”
Quando nos tornamos mãe entramos em contato com um substantivo especial: MATERNIDADE. Um dos meus assuntos preferidos.
Nessas últimas férias, fomos viajar em família. Meus pais levaram meus meninos dois dias antes. Chegando lá comecei a reparar na relação deles, na minha mãe como vó e nos meus filhos como netos.
Essa experiência me fez procurar um substantivo novo: VOTERNIDADE.
Meu primeiro filho foi o primeiro neto da minha mãe. Ela virou avó enquanto eu aprendia a ser mãe. Acredito que nós, mães, somos responsáveis pelo tipo de avós que os nossos filhos recebem. Tirando a personalidade individual, certamente eles só vão até onde permitimos.
O fato de eu ter tido uma avó espetacular, aumentou a minha expectativa em relação à avó que meus filhos teriam. Mas como tudo evolui, as avós não podiam ficar de fora e ganharam um novo design no terceiro milênio. O que eu esperava para eles ficou perdido no tempo.
Pudera. Minha vó tinha 49 anos quando eu nasci e revendo as fotos da época, ela já se vestia e se portava como uma senhorinha. Minha mãe foi avó com 46 e hoje, 11 anos depois, está longe de parecer uma velhinha.
A minha avó cuidava, cozinhava, servia, brincava, passeava, viajava... Ensinou-me a tricotar, a fazer bolo, a lavar a louça e arrumar a cama. As avós dos meus filhos compartilham coisas com eles no facebook, o gosto musical e ainda levam as netas para fazer a unha.
Mudança saudável e necessária, claro!
Mas entra década e sai década e a alucinação que os netos tem pelos avós não muda. Meus filhos aceitam ordens, argumentos e atitudes deles que não aceitam de mim nem do pai. Tudo que é irritante em uma mãe é aceitável em uma avó.
E como competir com a maturidade e relevância que os mais velhos adquirem? E a tranqüilidade de não ter a obrigação de educar? Por que comer arror e feijão hoje, se já comeu ontem? Que tal pipoca no almoço? Deixa o menino...
A maternidade é trabalhosa. A “voternidade” é suave.
Os pais obrigam. Os avós liberam.
O pai cobra. O vô aplaude.
A mãe alimenta. A vó adoça a boca.
Não vejo a hora de poder estragar umas crianças por aí...
Juliana Ramos
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