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Manifestações Brasileiras

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Por:   •  8/4/2014  •  Seminário  •  829 Palavras (4 Páginas)  •  132 Visualizações

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Contribuíram como fatores importantes para essa ascensão dos movimentos a justiça das reivindicações iniciais (transporte público no Brasil é mesmo caro e ineficiente), a truculência da resposta do poder público e das suas polícias aos atos da semana anterior (que despertarou um clima cívico de defesa do direito à manifestação), a forma descentralizada de mobilização (sem comando único, com forte protagonismo individual e grupal) e a mudança de humores da mídia privada, que passou a disputar os rumos do movimento a partir de uma reavaliação de sua postura inicial (da qual a auto-crítica de Jabor na CBN logo na manhã de segunda foi o mais nauseante e expressivo exemplo).

Da parte do PT e do nosso campo político, não há como registrar a importância da mudança de discurso ao abordar as manifestações, que culminaram com a nota pública de Lula e o pronunciamento de Dilma saudando o direito de manifestação e a justeza das reivindicações. Contribuíram também a iniciativa de Haddad de convocar o Conselho da Cidade a opinar e a abertura de negociações com o Movimento do Passe Livre em São Paulo, bem como a lúcida entrevista de Tarso Genro ao Valor Econômico. Essas manifestações, mais do que um alento para a militância petista incomodada com as primeiras reações oficialistas, foram corretas e adequadas do ponto de vista de uma análise do momento presente desses novos movimentos a ocupar as ruas.

Essa atitude permite que agora passemos ao principal: que resposta dar, como Partido que lidera a coalizão de forças que governam o país, a esses movimentos? Como impedir, como Partido que tem um projeto de transformação social do País, que movimentos como esses canalizem seu vigor para a oposição a este projeto de mudança? Como disputar a hegemonia de um movimento fundamentalmente de jovens, que expressam um ranço anti-partido, anti-governos e anti-política destilados ano após ano pelos meios oficiais da hegemonia neoliberal no país? E como ganhar corações e mentes de uma generosa parcela da juventude que, após anos de inércia, rompe cadeias para voltar às ruas e dispor-se a participar de um movimento coletivo pelo que ela identifica como o melhor para si e para o país?

São imensos desafios para um Partido que ao longo dos anos institucionalizou-se como Partido de governo e que, mesmo tendo nascido e sempre mantido relações importantes com os movimentos sociais, há tempos deixou de ter uma elaboração prioritária sobre o que outrora denominávamos de “frente de massas”.

Contraditoriamente, é a direita que se assanha com a possibilidade de levar para as ruas a disputa inglória que há mais de dez anos trava contra nós. Do comandante-geral da PM de São Paulo a eminentes editorialistas, distintas vozes definiram que um movimento vigoroso e sem comando centralizado nas ruas pode ser espaço propício para agitação de propaganda de uma oposição sem causas e projeto. Falhando em tentativas anteriores de usar o tema da corrupção contra nós no plano institucional e eleitoral, não faltam sugestões implícitas ou explícitas de transformar “novos caras-pintadas” anti-corrupção (do PT, claro, como vendem sua mercadoria) na simpática face da oposição.

É o que buscam, por exemplo, em atos no exterior, em faixas e cartazes carregados por pequenos grupos nas ruas e veiculados pelas redes

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