Marketing Em Nutrição

1. INTRODUÇÃO

A expressão vegetarianismo somente se tornou mundialmente conhecida após a criação da Sociedade Vegetariana da Inglaterra em 1847. De fato, o vegetarianismo, via de regra, consente o consumo de ovos e leite, mesmo que hoje em dia esteja mais em alta a filosofia vegan, que se aproxima da teoria do abolicionismo animal, recusa o consumo de todo e qualquer produto que se obtém com o padecimento animal (SANTANA, 2007).

Muitas são as razões que levam os indivíduos a ado¬tarem a dieta vegetariana. Os principais motivos estão relacionados à saúde, à ética e aos direitos dos animais, ao meio ambiente, à fome, à economia e à religião. A maioria das pessoas que adotam esse regime alimentar baseiam sua escolha num estilo de vida saudável (COUCEIRO, 2008).

A preocupação principal dos profissionais em relação à dieta vegetariana tem sido a aferição em relação à ingestão proteica, especialmente no que diz respeito aos aminoácidos essenciais (PEDRO, 2010).

Dietas vegetarianas podem ser saudáveis quando cuidadosamente planejadas e monitoradas. Podem combater a obesidade, a constipação, doenças coronárias, diabetes, hipertensão e a doença diverticular. Reduzir câncer de cólon e cálculos biliares. Normalmente consomem menos gordura e exibem níveis de lipídeos mais favoráveis e ingestões mais baixas de colesterol, LDL-colesterol, ácidos graxos saturados e menor índice aterogênico. Em geral dietas vegetarianas proporcionam níveis mais elevados de HDL-colesterol, ácidos graxos poli-insaturados e vitaminas E e C (BEDEROVA et al. 2000, citado por ESCOTT, 2007).

Segundo Escott (2007) os vegetarianos podem ter complicações potenciais em sua dieta, como anemias por deficiência de ferro e de vitamina B12, deficiência de vitamina D ou raquitismo. Para as dietas vegetarianas restritas os ácidos graxos poli-insaturados ômega 3 e os aminoácidos essenciais metionina e lisina são encontrados em baixas quantidades. A absorção de cálcio também pode ser inibida em virtude da presença de fitatos em alimentos vegetais.

Alimentos de origem animal são as únicas fontes naturais de vitamina B12, como produtos lácteos, carne, fígado, peixes e ovos. A biodisponibilidade desta vitamina no peixe, carneiro ou frango é, em média 42%, 56-89% e 61-66%, respectivamente. Nos ovos parece ser pouco absorvida (<9%) comparada a produtos animais. A deficiência da vitamina B12 leva a duas grandes complicações como a anemia e neuropatias (COZZOLINO, 2009).

A anemia perniciosa é uma das consequências da dieta vegetariana, distúrbio hematológico raro que se caracteriza pela incapacidade da utilização da vitamina B12, que é essencial para o desenvolvimento dos eritrócitos. A anemia megaloblástica causada também pela deficiência desta mesma vitamina é uma forma reversível de hematopoese ineficaz. (DAHELE E GOSH, 2001 citado ESCOTT, 2007).

Os sintomas da anemia são fadiga, flatulência, náusea, emese, diarreia, desarranjo gástrico, constipação, anorexia, perda de peso, pele pálida, taquicardia, cardiomegalia, acloridria e glossite. Também são comuns episódios recorrentes de anemia megaloblástica e icterícia (ESCOTT, 2007).

2-DESENVOLVIMENTO

2.1 Identificação do paciente

V.L.S, paciente feminino, branca, nascida em 10 de setembro de 1984 tem 30 anos, brasileira, casada, esta cursando nível superior, curso de educação física. Reside com seu esposo, suas duas filhas e sua sogra. A primeira consulta foi no dia 24 de setembro de 2014.

3- EVOLUÇÃO CLÍNICA

3.1- Diagnóstico Clinico

Paciente segue dieta vegetariana ovo-láctea por motivos ideológicos, informou que apresenta quadro de anemia, relata que no momento não está sentindo nenhum sintoma da doença ,porém, não faz nenhum tratamento medicamentoso e até o momento não tinha nenhum acompanhamento com um profissional na área da saúde, como um nutricionista. Deseja uma melhora em sua saúde com a mudanças nos seus hábitos de vida, como por exemplo a prática de atividade física e alimentação saudável.

O tratamento não medicamentoso é de extrema importância para pacientes com anemia, pois é de baixo custo, e pode controlar a deficiência de micro e macro nutrientes necessários para manutenção do metabolismo corpóreo e assim prover uma melhor qualidade de vida.

3.2- Histórico Social

As informações do histórico social não foram relatadas pela paciente.

3.3- Antecedentes médicos

Paciente relata que nunca foi submetida a nenhuma cirurgia, apresenta quadro de bronquite, renite e anemia. Não foi encontrado em literatura a relação entre a bronquite, renite com a dieta vegetariana, mas a anemia é diretamente ligada a este tipo de dieta já que há uma redução no consumo de ferro heme e vitamina B12.

3.4- Antecedentes Familiares

Paciente não tem antecedentes familiares em relação a anemia, mas relata que a Avó paterna apresenta quadro de Diabetes Mellitus tipo 2, a avó materna apresenta doença cardiovascular e trombose, o pai teve câncer de fígado e a mãe trombose.

3.5- Histórico Clínico

Paciente não trouxe na consulta nenhum exame, apenas relatou que no último exame de anemia os resultados no período pré-menstrual foi 11 e pós menstrual foi 10, não soube informar a data mas informou que foi recente. Segundo a paciente seu hábito intestinal é de duas vezes na semana com consistência normal, não tem problemas de flatulência, toma em média 1 litro de água por dia.

Para o tratamento de muitas doenças é importante à administração de alguns fármacos, esses fármacos podem alguns causar efeitos colaterais e pode reduzir a eficácia. Na interação entre fármaco e o alimento, um componente ou nutriente pode alterar esse processo em qualquer ponto (KRAUSE, 2010).

Quadro 1. Exames Laboratoriais referidos pela paciente.

Exame Hemoglobina em mulheres

Valor de referência Período pré-menstrual Período pós-menstrual

12.0 a 16.0 g/dl 11 g/dl 10 g/dl

Fonte: Krause, 2010.