Maturi: Uma Herança Ainda Esquecida
Dissertações: Maturi: Uma Herança Ainda Esquecida. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: Iasminpita • 19/1/2014 • 730 Palavras (3 Páginas) • 550 Visualizações
MATURI: UMA HERANÇA AINDA ESQUECIDA
Iasmin Santos Pita
Discente do curso de Gastronomia
Universidade Federal da Bahia
RESUMO
Muitos ainda restringem a culinária baiana a aquela produzida no Recôncavo e todo litoral baiano, composta por temperos fortes, pimenta e dendê que não chegam a representar cerca de 30% do que é consumido habitualmente nessa região. Essa disseminação da culinária baiana como exclusivamente “afro-baiana” deve-se muito ao fato de Salvador, principal cidade turística do estado, estar situada no litoral baiano, tomando para si um importante papel na divulgação do legado africano deixado na cozinha baiana. Dessa forma, este trabalho visa divulgar a importância do resgate de somente um de muitos ingredientes utilizados em produções nordestinas, o Maturi, e por consequência avaliar se mesmo com toda sua ligação com a culinária baiana ainda faz-se necessário a sua introdução no atual mercado gastronômico e valorização como ingrediente da culinária baiana ao lado do dendê, leite de coco, pimenta e outros produtos característicos da nossa cozinha. Existe hoje uma grande variedade de receitas com caju e a sua castanha, dentre elas as mais regionais são a cajuada, o mocorocó, a cajuína, e a mistura de castanha-de-caju torrada e moída com amendoim e camarão seco que serve de base para muitos pratos como o caruru, vatapá e xinxim, além de pesquisas e artigos sobre esses produtos. Já a castanha-de-caju verde, chamada de maturi, possuí pouquíssimas referências no que se diz respeito a pesquisas e sua utilização em preparações, sendo as mais conhecidas a Moqueca e a Frigideira de Maturi servida com caruru, vatapá e arroz de coco e eternizada na obra Tieta do Agreste do escritor baiano apaixonado pela culinária genuinamente baiana, Jorge Amado. Devido a sua difícil extração, pois a casca que a envolve possui uma parte esponjosa que solta um líquido inflamável que queima a pele, aliado ao baixo valor pago aos extratores e consequentemente o alto preço cobrado pelos comerciantes, o maturi hoje, corre grande risco de extinção. Seja por essa dificuldade na extração, ou pela falta de divulgação, informações e pesquisas sobre esse produto, é fato que o maturi tem desaparecido cada vez mais das mesas e preparações regionais. Poucos chefes se arriscam a produzir pratos com esse ingrediente e ainda muitos desconhecem suas propriedades nutricionais, sendo um poderoso antioxidante e fonte de proteínas, além de incorporar as preparações leveza, crocância e aroma. Sendo assim, é notório concluir que ainda é necessário um maior aprofundamento em pesquisas e principalmente divulgação da utilização do Maturi tanto nas receitas tradicionais como em novas preparações, pois temos ainda uma iguaria sem precedentes que deve ser valorizado e preservado em nossa culinária.
Palavras-chave: maturi, resgate, divulgação, culinária baiana.
ANEXO:
Frigideira de Maturi
Ingredientes:
Duas xícaras de maturi;
Quatro
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