Metamorfoses do Estado Brasileiro no final do Século XX
Por: Neide Jacob • 22/5/2018 • Trabalho acadêmico • 819 Palavras (4 Páginas) • 290 Visualizações
SALLUM JR., Brasilio. Metamorfoses do Estado Brasileiro no final do Século XX. Revista Brasileira de Ciências Sociais – Vol. 18 nº 52, p. 35-54, junho/2003.
O artigo do Sallum analisa as principais mudanças políticas nas últimas décadas do século XX, tendo como pano de fundo a democracia política e a liberação econômica.
A Era Varguista era firmada por uma política autocrática e desenvolvimentista de Estado.
A crise de Estado ficou descrita pela incapacidade frente a dívida externa, o que colocou o Brasil numa situação delicada economicamente.
Além dos fatores externos, os fatores internos agravaram mais a crise e enfraqueceram o regime: instabilidade política, a incapacidade de administrar a dívida externa.
As mudanças políticas iniciadas nos inicios dos anos de 1970, impulsionaram o processo de redemocratização política.
Nos anos de 1980 o governo brasileiro encontra-se em campo minado (pressão externa e as novas condições políticas internas). A política governamental foi considerada recessiva, inflacionária e “injusta”, passando a ser consideradas contrárias aos valores da aliança desenvolvimentista.
Dessa forma, a coalizão desenvolvimentista passou a se opor ao governo.
Em janeiro de 1984, numa luta contra a perpetuação do regime militar, houve uma demonstração pública em favor da democratização política- a Campanha das Diretas Já.
A crise política expandiu-se e aprofundou-se: perda da legitimidade do governo.
A Campanha das Diretas redefiniu o espaço legítimo da política no Brasil- a Democracia.
A aliança democrática assimilava e anunciava uma sintonia com as aspirações populares de implantar uma política democrática, construindo uma Nova República, com uma orientação nacional- desenvolvimentista reservada, e que promovesse o crescimento econômico com redistribuição de renda.
Esse conjunto de alterações que se firmou com a Nova República criaram enorme impacto na atividade política dos trabalhadores e incluindo o direito de participação. Na Nova República, vários segmentos sociais, inclusive classes populares, puderam lutar por interesses e ideais.
As mudanças nas instituições políticas e no âmbito de poder dos diversos atores culminaram na Constituição de 1988, que emprestou uma moldura legal rígida ao desenvolvimentismo democratizado. No entanto, a Nova República tornou-se um sistema instável de dominação política (sociopolítica e econômica).
A desorganização da economia e finanças públicas tornaram-se obstáculos para que na Nova República o processo de democratização de estabilizasse.
A Constituição de 1988 e o projeto político da Nova República tornaram-se alvos para os ataques da elite empresarial e de líderes políticos.
A crescente presença das classes populares e média na esfera política criou caminho para o desempenho eleitoral dos candidatos da esquerda- que tinha como bandeira- eliminar a exclusão social.
Em 1989, ficou evidente a polarização ideológica: a oposição entre dois tipos diferentes de ideais democráticos. Com a vitória de Fernando Collor de Mello (neoliberalismo), as eleições tornaram um marco divisório para a transição política brasileira: democratização política e liberação econômica.
O governo Collor contribuiu para danificar o quadro institucional nacional- desenvolvimentista e redireciona a sociedade brasileira em um sentido anti-estatal e internacionalizante.
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