O Entendimento Maçônico Sobre A Verdade, O Livre-Arbítrio E O Grande Arquiteto Do Universo
Por: Eduardo Clarindo Marcos • 16/11/2023 • Artigo • 1.531 Palavras (7 Páginas) • 63 Visualizações
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AF 57 - O entendimento maçônico sobre a verdade, o livre-arbítrio e o Grande Arquiteto do Universo
Grau de Aprendiz
IIr.·. Eduardo Clarindo Marcos
Confederação Maçônica Brasileira – COMAB
Grande Oriente de Santa Catarina - GOSC
A.·. R.·. L.·. S.·. Fraternidade e Justiça Valmor da Silva nº 144
Rito Escocês Antigo e Aceito
Setembro de 2022
Introdução
Um dos desafios para um maçom é honrar e representar a instituição no desempenho de suas atividades como homem, profissional, cidadão e chefe de família, pois deve ser exemplo de postura ética e moral numa sociedade excessivamente individualista, onde o TER a todo momento procura absorver o SER numa luta desigual, incompreensível e desumana. Uma sociedade em que valores familiares nem sempre são considerados, onde a honestidade, a honradez e a correção de conduta muitas vezes são tidas como práticas ultrapassadas.
Os maçons devem dar exemplos de moral, de ética e de virtudes. Afinal nossa sublime Instituição afirma ser educativa, filantrópica e filosófica, que tem por objetivo os aperfeiçoamentos moral, social e intelectual do Homem por meio do culto inflexível do dever, da investigação constante da verdade, buscando a inteligência e praticando o amor através do conhecimento no Grande Arquiteto do Universo.
Desenvolvimento
Nós Maçons temos como objetivos a investigação da verdade, o exame da moral e a prática das virtudes, a Maçonaria não põe nenhum obstáculo ao esforço dos seres humanos na busca da verdade, se o maçom é um eterno buscador da verdade, deve então, ter como primeiro questionamento o que seja a verdade, pois não se busca aquilo que não se conhece, senão corre-se o risco de passar a margem dela e não a reconhecer.
Mas o que é, então, a verdade?
Primeiramente devemos ter em conta que esta é uma pergunta feita desde os tempos dos antigos filósofos na Grécia.
Para Aristóteles verdade é “dizer do que é que ele é e do que não é que ele não é”.
Para Platão a verdade é algo ininteligível, incapaz de ser alcançado, mas que deve sempre ser buscado. Platão afirmava que a Inteligência (conhecimento) e a Verdade (o que é) são as fronteiras do mundo inteligível que permeiam o Criador (Grande Arquiteto do Universo).
Na Bíblia, no Novo Testamento, lemos que durante o julgamento de Jesus este diz que “…vim ao mundo para dar testemunho da verdade…” (João 18, 37) ao que Pilatos pergunta “quod est veritas?” (que é a verdade?)… e o autor do Livro Sagrado não enuncia nenhuma resposta.
Vemos, então, que o conceito da verdade está estreitamente interligado ao conceito do conhecimento.
Recorrendo-se as definições atuais da Teoria do Conhecimento podemos dizer que existem três formas de interpretarmos a verdade:
1 – pelo conhecimento moral;
2 – pelo conhecimento cognitivo;
3 – pelo conhecimento ontológico.
O conceito da verdade moral denota em honestidade e justiça, ou seja, dignidade e fidelidade. Na Maçonaria é “levantar templos as virtudes (disposição constante para a prática do bem)”.
Já o conceito da verdade cognitiva ou lógica se refere ao ato de manifestarmos aquilo que foi experimentado e que é, portanto, imutável. Por isto em nossas Lojas deve-se estimular aos obreiros a se expressarem na apresentação de Trabalhos ou na fala quando da “Palavra a Bem da Ordem”. É o exercício do expressar-se respeitosamente mesmo na discordância.
Define-se por verdade ontológica (conhecimento do ser) aquilo que é inerente a natureza do ser, da realidade e da existência.
O Maçom, como buscador da verdade, deve sempre questionar a tudo e a todos, submetendo todo conhecimento e experimentação ao seu laboratório interior. Na Maçonaria exige-se apenas a fé em uma única Verdade, a existência de um único princípio criador, regulador, absoluto, supremo e infinito ao qual se dá, o nome de GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO.
É nos braços desta Verdade que o Maçom deve se colocar de forma pueril e inocente, entretanto a cada um individualmente esta Verdade se revela ou melhor, desvela de forma particular, e essa atividade de pensar confere asas para mover-se, e raízes para aprofundar-se na realidade, sendo nós mesmos os próprios sujeitos da formação do conhecimento.
O primeiro passo para a busca do conhecimento maçônico resume-se, portanto, no CONHECE-TE A TI MESMO, deve-se aprender a pensar, pois desta forma, aprende-se a conhecer, a discernir e a falar, até porque quem melhor desbasta a Pedra Bruta, é quem melhor conhece a si mesmo.
A existência de um grande arquiteto do universo.
Será necessário, e será possível demonstrar a existência de um Deus?
Segundo alguns filósofos, Deus é a primeira verdade e o princípio de todo o ser existente, à luz da razão, esta verdade necessita ser conhecida e racionalmente demonstrada, porque o ser que é objeto de hipótese ou de esperanças não pode ter uma certeza científica. Esse é o Deus que é descrito na Bíblia, na Tora, no Alcorão ou em outro livro sagrado.
Pesquisa feita no século XX mostrou que só 4% dos cientistas eram ateus, os demais 96% eram crentes em um Deus. A universalidade da crença mostra a alma humana em sua busca da verdade, tentando conhecer o que está encoberto sob as aparências, isto é, mostra a sua busca pela razão das coisas, sem o estudo deste tema transcendental, o maçom se arrisca a bloquear o seu aperfeiçoamento moral e espiritual.
Mas quem é esse Grande Arquiteto do Universo? É o mesmo Deus que uns conhecem como Tupã, Alá e muitos outros nomes. Mas como a Maçonaria define o GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO? Nossa instituição ensina-nos que ele é um ser incriado, do qual viemos e para o qual voltaremos quando conseguirmos o aperfeiçoamento final, ele é a plenitude do amor.
A Maçonaria consagra o homem que vive do fruto de seu trabalho, cumpre os seus deveres morais, familiares, sociais, honrando seus pais, à sua esposa, seus filhos, à sua pátria e à humanidade, enfim, ela nos recomenda a adoção da postura que nos leva do vale à montanha, isto é, do zero ao infinito. Não à toa que sempre falamos na Escada de Jacó, a qual nos incentiva a subir pelo menos um degrau a cada dia na escalada evolutiva.
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