O Estresse
Por: Ruanna Ferreira • 11/9/2018 • Dissertação • 2.451 Palavras (10 Páginas) • 221 Visualizações
"Estresse"
A palavra "Estresse" vem do inglês "Stress". Este termo foi usado inicialmente na física para traduzir o grau de deformidade sofrido por um material quando submetido a um esforço ou tensão. Estamos acostumados a utilizar a palavra "Estresse" indiscriminadamente para definir diferentes sensações que temos. É muito comum dizermos: "Estou nervoso, estressado, cansado", querendo apenas enfatizar uma mesma vivência. Utilizamos "tensão nervosa", "cansaço" e "fadiga" como sinônimos de "Estresse" para evidenciar uma conotação em comum de dificuldade, pressão e de estarmos nos desgastando mais do que deveríamos. Atualmente até na literatura técnica essa palavra tem tomado uma conotação ligada somente a desgaste. Apesar de estarmos acostumados em nosso dia-a-dia a associar a palavra "Estresse" somente a situações que tenham conotações negativas, consideramos importante realçar que também são entendidas como "Estresse" reações relacionadas a situações prazerosas e com retorno agradável para o indivíduo. Isto é, nem sempre o agente disparador de um processo de estresse é um acontecimento ruim. Uma paixão, um emprego novo tão desejado, uma aprovação ou uma promoção também podem gerar alterações no equilíbrio interno do organismo.
A organização mundial de Saúde afirma que o "Estresse" é uma "epidemia
global". Vivemos um tempo de enormes exigências de atualização. Somos constantemente chamados a lidar com novas informações. O Ser Humano cada vez mais se vê diante de inúmeras situações às quais precisa adaptar-se. Como or exemplo diante de demandas e pressões externas vindas da família, do meio social, do trabalho/escola ou do meio ambiente. Outros fatores aos quais precisa adaptar-se são, entre outras, as responsabilidades, obrigações, autocrítica, dificuldades fisiológicas e psicológicas.
O que é “estresse”
O estresse tem o significado de pressão ou tensão. As situações de ameaça provocam reações do indivíduo, mobilizando suas defesas, conhecidas como "síndrome de adaptação geral", em que toda ação resulta em uma reação. Em momentos de estresse, o corpo prepara-se para lutar ou fugir da situação através de uma série de mudanças físicas, como o aumento da produção de adrenalina e uma maior compressão dos vasos sangüíneos. As respostas as estresse excessivos são auto-produzidas, isto é, ocorrem devido à interpretação que o indivíduo atribui ao estímulo e de como ele vai administrá-lo.
Poucas pessoas compreendem ou reconhecem o impacto que o estresse pode ter no organismo. É possível aprender a reconhecê-lo, controlá-lo, e até mesmo utilizá-lo para o nosso benefício.
O termo estresse foi usado na área da saúde, por Hans Selye, em 1926, quando notou que muitas pessoas sofriam e reclamavam de alguns sintomas em comum, como falta de apetite, pressão alta, desânimo e fadiga. A definição de estresse foi dada como um desgaste geral do organismo. Esse desgaste é causado pelas alterações psicofisiológicas que ocorrem quando a pessoa se vê forçada a enfrentar uma situação que a irrite, amedronte, confunda ou excite, ou mesmo que a faça feliz. Desse modo, qualquer situação que desperte uma emoção forte, boa ou má, é um estressor, isto é, uma fonte de estresse.
O que ocorre com a pessoa quando está sob estresse?
O organismo apresenta algumas sensações físicas como defesa. Estas podem ser: tensão muscular, taquicardia, hiperatividade, náusea, aumento da sudorese, que são resultantes de quando a pessoa se prepara para lutar ou fugir. A resposta de luta ou fuga foi defendida por Walter B. Cannon, em 1920, como sendo reações físicas internas a eventos ameaçadores, as quais são indispensáveis à sobrevivência do organismo. O ser humano procura sempre manter um equilíbrio de suas forças internas, com seus órgãos trabalhando em harmonia, em equilíbrio biológico. Assim,
quando algo acontece em nossa vida causando alguma mudança, nosso corpo faz um esforço para se adaptar à nova situação.
As mudanças fisiológicas associadas com as reações de estresse, são processadas por um centro nervoso no cérebro, o hipotálamo. Este, por sua vez, ativa o sistema nervoso simpático e a glândula pituitária, que aciona a descarga de adrenalina das glândulas supra renais. Tal reação estimula o coração, os músculos e os pulmões, que aumenta o fluxo de sangue no organismo. Se a produção dessas substâncias for excessiva ou muita prolongada, problemas sérios de desgaste orgânico podem ocorrer. Ao mesmo tempo em que ocorrem essas reações físicas, o organismo também produz efeitos psicológicos e emocionais, como: a ansiedade, angústia, insônia, alienação, dificuldades interpessoais, preocupação excessiva, inabilidade de relaxar, tédio, ira, depressão, hipersensibilidade emotiva e tensão.
Estresse, envelhecimento precoce e doenças:
Quando o estresse é prolongado, o sistema imunológico é afetado, pois as células linfáticas do timo (que é a glândula situada na parte inferior do pescoço, que participa ativamente do sistema imunológico) são prejudicadas. Em conseqüência disto, as células brancas diminuem e o organismo fica sujeito a várias infecções e doenças. Concomitantemente, o envelhecimento prematuro ocorre.
Quando o estresse é muito severo, ele provoca um aumento do córtex das glândulas supra-renais. Essas por sua vez, começam a produzir corticosteróides em excesso, que são hormônios responsáveis pela reação de estresse. Para essa produção de corticosteróides, as glândulas supra renais utilizam grande quantidade de lipídeos (gordura) e se depauperam (enfraquecem, esgotam, delibitam). Essa depauperação é que contribui para o envelhecimento precoce da pessoa, pois essas glândulas supra renais são indispensáveis para a homeostase do corpo, para o equilíbrio e bom funcionamento do organismo.
O processo de Estresse
O processo de estresse engloba 3 estágios, que são: alerta, resistência e exaustão:
Alerta: é um período de grande atividade do sistema nervoso simpático, caracterizado por hiperventilação, taquicardia, e aumento na pressão arterial. Todos nós já tivemos em fase de alerta do estresse, pois o nosso organismo está preparado para lidar com essas emergências, contanto que elas não ultrapassem a nossa habilidade de adaptação. Para isso, é fundamental reconhecer quando o estresse está se tornando excessivo a fim de se tentar fugir daquilo que está nos estressando no momento. É nesse estágio que o corpo reconhece o estressor e se prepara para a ação através da mobilização de reações bioquímicas do organismo. Alguns sintomas dessa fase são: nó no estômago, mãos e pé frios, boca seca, tensão nas costas, insônia, etc.
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