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O Homem Mais Ico Da Babilonia

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Por:   •  15/5/2014  •  471 Palavras (2 Páginas)  •  442 Visualizações

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sustentar o seu raro apetite? Isso não é normal em você, meu amigo. Onde está sua inesgotável energia? Alguma coisa aconteceu com você? Trouxeram-lhe os deuses algum infortúnio?

— Deve ser mesmo um tormento dos deuses — disse Bansir, concordando. — Tudo começou com um sonho, um sonho sem sentido onde me via como um homem de posses. De meu cinturão pendia um belo saco, pesado de tanta moeda. Dali retirava punhados de siclos, que eu lançava, com uma liberalidade descuidosa, aos mendigos; havia moedas de prata com que eu comprava presentes para a esposa e o que bem desejasse para mim mesmo; havia moedas de ouro que me tranqüilizavam quanto ao futuro e me deixavam sem medo de gastar à vontade as moedas de prata. Uma sensação magnífica de contentamento enchia o meu peito! Você não teria reconhecido o seu velho e diligente amigo. Como não teria reconhecido minha mulher, com suas faces saudavelmente rosadas e sem rugas. Ela era novamente a mocinha sorridente de nossos primeiros anos de casados.

— Um sonho agradável, sem dúvida — comentou Kobbi —, mas por que deveriam essas sensações tão prazerosas deixá-lo apático e deprimido como agora?

— Por que, realmente! Porque, quando acordei e me lembrei de que não tinha um centavo sequer, um sentimento de revolta tomou conta de mim. Vamos conversar um pouco sobre isso, pois, como dizem os marinheiros, estamos no mesmo barco, nós dois. Quando meninos, fomos juntos aos sacerdotes do Templo buscar sabedoria. Na juventude, divertimo-nos um bocado. Gomo homens feitos, mantivemo-nos amigos íntimos. Temos sido de algum modo súditos conformados. Temos nos contentado em trabalhar longas horas e gastar nossos ganhos livremente. Conseguimos muito dinheiro nos últimos anos, mas só em sonhos poderíamos conhecer as alegrias decorrentes da riqueza. Ora! Não passamos de duas ovelhinhas pacatas! Vivemos na mais rica cidade do mundo. Os viajantes costumam dizer que nenhuma outra se iguala a ela em prosperidade. Tanta ostentação de riqueza nas nossas barbas, mas nós mesmos ficamos a ver navios. Depois de praticamente meia existência de trabalho árduo, meu melhor amigo se acha sem um níquel e me procura para dizer: "Não poderia me emprestar a bagatela de dois siclos até o término do banquete dos nobres esta noite?" E o que respondo? Digo, por acaso: "Aqui está minha bolsa, dividirei com você todos os siclos que aí se encontram?" Não, simplesmente admito que minha bolsa está tão vazia quanto a sua. Mas o que há? Por que não podemos obter prata e ouro — mais do que apenas o necessário para o sustento do lar?

"Pense também em nossos filhos", continuou Bansir, "não estão seguindo o caminho dos pais? Tem cabimento que eles e suas famílias, e os filhos e as famílias de seus filhos, passem a vida inteira no meio de tantos guardadores de ouro e, apesar disso,

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