O Monge e o Executivo
Por: Gustavo Andrade • 23/8/2021 • Resenha • 1.763 Palavras (8 Páginas) • 110 Visualizações
A Arte de Liderar Pessoas
O livro O Monge e o Executivo tem como premissa o antigo paradoxo "para liderar você precisa servir". Através da narrativa de John Daily, um executivo renomado que começou a perder sua autonomia como marido, pai e gestor. John passa por dificuldades em vários aspectos de sua vida e por sugestão do pastor de sua igreja e a pedido de sua esposa Rachel, ele aceitou participar de um retiro de uma semana em um mosteiro beneditino que abrigava frades desta ordem. Um dos frades era Leonard Hoffman, um ex-executivo de uma das maiores empresas estadunidenses que abandonou tudo em busca de um novo sentido para sua vida. Quando John chegou ao mosteiro e soube que o lendário Leonard Hoffman agora era o frade Simeão, ficou surpreso, pois este nome o perseguia desde criança. Nas palestras de Simeão, o mesmo fala sobre os princípios de liderança bem como de sua distinção entre autoridade e poder. Destaca a importância de se conjugar a realização de uma tarefa com a construção saudável de relacionamentos, enfatiza os paradigmas, mostra a importância de desafiá-los sempre em relação a si, aos demais e ao mundo. Hunter explica que o princípio da liderança efetiva é baseado na interação de responsabilidade, respeito e cuidado. Ao final do retiro, John percebe o quanto haveria de mudar e mostra expectativa de aplicar os princípios dos ensinamentos recebidos no retiro, ao voltar para casa.
De maneira bem peculiar e seguindo um roteiro comovente o autor norte-americano James C. Hunter expõe a história de John Daily, um executivo aparentemente bem sucedido que aos poucos vê a sua vida declinar, e não consegue compreender o por que deste declínio.
Casado, pai de um casal de filhos e gestor de uma empresa renomada, John passa por muitas dificuldades tanto em suas atividades profissionais quanto em sua vida familiar. Orientado por sua esposa, e depois de relutar muito, este decide participar de um retiro em um mosteiro cristão para refletir sobre seus erros e colocar a sua vida em ordem. A obra é narrada na primeira pessoa do singular e, portanto compreende a participação ativa do próprio protagonista no desenrolar dos fatos.
Hunter empresta voz ao seu personagem e partilha com o leitor cada momento de sua trama da forma mais íntima possível, partilhando não só as descobertas e alegrias daquele, mas também expondo suas dúvidas, inquietações e acima de tudo o seu receio...
O receio de mudar, de admitir que não está no caminho certo, o receio de se auto-reconhecer, o confronto de John com seus sentimentos e a transformação que isto ocasiona são os principais atributos de O monge e o executivo.
O conflito interno do executivo passa a ser o pano de fundo da obra, que tem como tema principal a significação da liderança em sua essência, a liderança enquanto uma atividade humana e que deve ser exercida na forma de serviço e assistencialista e não imperialista e ditatória.
A obra questiona sobre o modelo coorporativo atual e pretende esclarecer o que vem a ser a liderança contrapondo-a com os modelos vigentes de relações interpessoais. É feita uma análise minuciosa sobre as nossas relações e a forma como estas se dão, nos mais variados ambientes (familiar, empresarial, escolar, comunitário, esportivo, etc.) e de que forma estamos atuando e percebendo o mundo a nossa volta.
Toda a trama desenrola-se como já foi dito num mosteiro beneditino, através de uma espécie de exílio que por sua vez acontece de forma estruturada e segue uma programação recheada de treinamentos, atividades religiosas e momentos de reflexão, onde a humildade, a atenção e a paciência figuram como os principais ingredientes para um bom aproveitamento de seus participantes.
O retiro em questão, ou seja, o vivenciado na obra, conta com seis participantes cada um com características bem diferentes e funções distintas perante a sociedade, porém com uma característica em comum: o desempenho de atividades de liderança. São eles:
O pregador
O jovem sargento do Exército
A diretora de uma escola pública
A treinadora de um time de basquete
A enfermeira chefe
E o próprio John Daily
O grupo é incentivado a discutir seus problemas e a realizar atividades em equipe a fim de solucionar as questões pessoais de cada um.
O grande mediador desse processo é Leonard Hoffman, um famoso empresário que abandonou sua brilhante carreira para se tornar monge, Hoffman ou Simeão (como é chamado no mosteiro) é uma verdadeira lenda do mundo dos negócios e desperta o interesse de John, que busca inspiração no mesmo para desenvolver suas próprias habilidades. A maior referência deste monge é um homem que não ocupou cargo algum, não fez faculdade e sequer pisou numa empresa: Jesus Cristo. O monge apresenta o Mestre como exemplo maior de líder.
Partindo da premissa de que as pessoas rendem mais quando estão felizes e fazem aquilo que gostam, o autor aborda de maneira peculiar a construção dos valores morais, pautados a partir da criação de um ambiente favorável para este desenvolvimento, sendo assim este se utiliza estrategicamente de um ambiente muito interessante para passar lições de liderança. Um mosteiro onde todos os frades possuem o mesmo status: ninguém é melhor ou pior que ninguém, onde a presença de um líder (reitor) serve apenas como lembrança ao cumprimento de atividades habituais, mantendo a harmonia e a ordem no ambiente, não sendo necessário, portanto a utilização de poder ou arrogância, isso desperta uma preocupação constante em cumprir as ordens, tais como os horários e os deveres que os frades têm em fazerem as refeições juntos. Dessa forma, é fácil perceber que no mosteiro, além de um local extremamente calmo, todos trabalham e vivem entusiasticamente em equipe.
Conclusão do autor da obra
O autor tem como conclusão que a base da liderança não é o poder, mas sim a autoridade, conquistada com amor, dedicação e sacrifício. Com o retiro, através de Simeão, John aprendeu como ser um líder de sucesso, sendo servidor e respeitoso com as pessoas, desta feita, o retiro mudou a sua vida em todos os sentidos.
Referência do autor:
O autor tem como referências palavras de sabedoria de filósofos e escritores e os ensinamentos de Jesus Cristo bem como a sua experiência de vida.
Crítica ou apreciação do resenhista ou crítico:
A
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