O PAPER SERVIÇO SOCIAL

GESTÃO, DIMENSÕES E APLICABILIDADE TÉCNICO-OPERATIVA: O exercício profissional do assistente social e sua dimensão técnico-operativa.

Nomes das Acadêmicas:

Ana Maria Lopes Frazão

Carla Regina Santos Pereira

Elaine Soraya Costa Carvalho

Tutora Externa: Daniele Costa de Oliveira Lopes

RESUMO

Desde o surgimento da profissão de Serviço Social que se consolidou principalmente através das lutas de classes, dos movimentos sociais, cada vez mais a profissão vem sendo valorizada e muitas atribuições cabem ao assistente social. Este artigo apresenta uma pesquisa bibliográfica sobre a dimensão técnico-operativa que compõe o fazer profissional do assistente social através da articulação das três dimensões da atuação profissional: teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa.

Palavras – Chave: Serviço Social, Dimensão, Articulação.

1. INTRODUÇÃO

A profissão de Serviço Social por si só ela não se explica, depende de uma quantidade de fatores que vem desde o desenvolvimento do capitalismo, das relações sociais, do modelo de Estado, da condição da política social e em especial da assistência política. Esses fatores fazem com que o perfil do Assistente Social seja limitado e não haja clareza dos fins que sua intervenção profissional busca no que se refere à aplicação das técnicas e instrumentos.

Dependendo da realidade social em que o assistente social está inserido, como também das feridas causadas pela questão social que fornecem os objetos da intervenção profissional, essas dimensões podem se aprimorarem ou complicarem, pois é dessa forma que a profissão do Serviço Social é capaz de dar as respostas qualificadas às diferentes demandas que lhe são apresentadas.

Neste trabalho, iremos conceituar a dimensão técnico-operativa no exercício profissional do assistente social, que nada mais é que o aparecer da profissão, ou seja, a imagem social da profissão. Esta dimensão é recheada da cultura profissional e das representações sociais. Através da dimensão técnico-operativa que a profissão do Serviço Social ganha notoriedade, pois dela depende a solução da situação. Além de conceituar a dimensão técnico-operativa, iremos refletir também sobre as atividades e conhecimentos realizados pelo Assistente Social.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. O exercício profissional do assistente social e sua dimensão técnico-operativa

Atualmente, as diversas preocupações emergentes no âmbito do Serviço Social, que exige novas ações profissionais e novas respostas, movimenta consideravelmente as alterações nos campos de ensino, de pesquisas e de organizações políticas dos profissionais de Serviço Social. Vivemos em um cenário de lutas e mudanças, com grandes dimensões e muitas expressões, tentando constantemente romper com as barreiras do conservadorismo, onde o projeto ético-político profissional em construção, afirma à defesa intransigente dos direitos humanos e a opção profissional que está vinculada a construção de uma nova lógica societária.

A pratica do serviço social deve estar sempre comprometida com a consolidação e ampliação dos direitos sociais, especialmente com aquelas parcelas das classes sociais mais empobrecidas, marginalizadas e destituídas dos direitos básicos sociais como: educação, saúde, moradia, direito à vida, trabalho, lazer, alimentação e etc. onde as práticas profissionais dos assistentes sociais deve convergir com a materialização desses direitos.

A dimensão técnico-operativa compõe o fazer profissional, através da articulação das três dimensões da atuação profissional: teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa. Segundo SANTOS (2002), “Dimensão” remete as propriedades de alguma coisa, no sentido de seus pressupostos, de suas direções, de seus princípios fundamentais.

Diante desse pressuposto, podemos dizer que a intervenção profissional dos assistentes sociais é constituída de diferentes dimensões, onde os instrumentos e as técnicas são um dos elementos constitutivos dessa dimensão técnico-operativa que materializa as demais dimensões. Essas dimensões se encontram presentes nas diferentes expressões do fazer profissional de forma: organizativa, formativa, investigativa e interventiva.

O exercício profissional se configura pela articulação dessas dimensões, e se realiza sob condições subjetivas e objetivas historicamente determinadas, estabelecendo assim a necessidade da profissão em responder as demandas sociais, através de requisições socioprofissionais e políticas, delimitadas pelas convergências das forças sociais que expressam os demais projetos profissionais.

A dimensão técnico-operativa, enquanto dimensão que mais se aproxima da pratica profissional do assistente social, não pode ser considerada autônoma, já que carrega em si as demais dimensões. Também não pode ser considerada neutra, pois possui caráter ético-político que se sustenta em fundamentos teóricos.  

A dimensão técnico-operativa engloba um conjunto de estratégias, de táticas e de técnicas instrumentalizadoras da ação de efetivação do trabalho profissional, expressando uma determinada teoria, método e posição politica e ética.

Podemos observar que a dimensão técnico-operativa contem a existência de condições objetivas e subjetivas, de objetivos e de uma busca pela a efetivação desses objetivos para a efetivação da finalidade. Esta busca refere-se ao conhecer dos sujeitos da intervenção; conhecer as relações de poder, o perfil do usuário, analise e aprimoramento das condições subjetivas dos usuários, conhecendo as atribuições profissionais que, para Trindade (2012) envolve ações, procedimentos e instrumental técnico-operativo. Segundo LIMA, MIOTO E DAL PRÀ (2007), essa dimensão é entendida como um espaço de trânsito entre o projeto profissional e a formulação de respostas às demandas sociais que se impõem no cotidiano dos assistentes sociais. Segundo Guerra (2012):

É na realização da dimensão técnico-operativa da profissão que o assistente social legitima e constrói uma determinada cultura, um ethos profissional. É através da dimensão técnico-operativa que o assistente social articula um conjunto de saberes, recriando-lhes, dando-lhes uma forma peculiar e constrói um “fazer” que é socialmente produzido e culturalmente compartilhado ao tempo em que os vários atos teleológicos dos profissionais resultam na criação/renovação de novos modos de ser desta cultura.