O filme escolhido foi Coach Carter: treino para a vida (2005), de Thomas Carter
Por: nickmar • 18/6/2019 • Abstract • 1.718 Palavras (7 Páginas) • 514 Visualizações
O filme escolhido foi Coach Carter: treino para a vida (2005), de Thomas Carter
A negociação entre Carter e os jogadores, começou de forma distributiva, onde cada um tinha um objetivo. Os alunos viam aquilo como uma válvula de escape para os problemas sociais que enfrentavam, o técnico tinha como objetivo propiciar nesses quatro meses ensinamentos que lhe servissem para vidas melhores, tanto como pessoas, como profissionalmente. Com o andar das negociações, com resultados positivos aparecendo, entendo que a negociação passou a ser do tipo colaborativa, ou seja, todos colaboram para o atingimento de um objetivo comum, com ganhos mútuos, sistema ganha-ganha, que no caso seria o título do campeonato, mas percebo também que ocorrera o tipo de negociação integrativa, pois todos os objetivos foram alcançados no final, mesmo não vindo o título, restou a todos uma vida melhor, e a satisfação do Carter.
Ele planejou mentalmente qual a melhor forma de no espaço de tempo que lhe fora dado, que era de quatro meses, cumprir com seu objetivo inicial, que era dar um novo rumo aos jovens, um rumo de vida bem melhor, e devido a esse curto espaço de tempo, por vezes teve que ser duro, cumprir as etapas que programara não foi fácil, que iniciou-se na sua conversa “contratual” com a equipe, passou pelos treinamentos físicos, depois estratégicos, teve que alterar um pouco suas estratégias devido ao não cumprimento do contrato por parte de alguns alunos, mas logo que tudo voltou ao normal, deu sequência ao estrategiado, até o final, que fora a final do campeonato, mas muito mais do que isto, foi o resultado na vida de cada jovem, conforme narrado no final do filme.
Entendo que o enredo do filme propiciou ao técnico vários episódios aos quais podemos classificar como negociação. O filme já inicia com a negociação entre ele e a esposa, para decidir se ele aceitaria o emprego ou não, ali foi fácil pois ambos estavam pensando no mesmo sentido, pensavam em ganhos mútuos, tivemos a negociação entre ele e o filho, pois o filho não queria ficar afastado do pai, gostaria de continuar ser treinado por ele, e que tivesse seu pai assistindo seus jogos, o poder ali estava com o pai, onde entendo que usou seu poder legítimo, o que mudara de situação, quando o guri trocou sua escola, transferindo-se para a que o pai fora trabalhar, naquele momento a negociação envolveu o poder de barganha, pois o filho já havia se transferido, deixando pouca margem para negociação com seu pai, usando como estratégia para firmar seu posicionamento, a compensação que daria, entrando para o time, e se compromissado a obter a condição necessária para ir a universidade acordada. Com a diretora entendo que a negociação também foi de ganho mútuo, pois a escola precisava de um técnico e o técnico estava interessado no salário que a escola ofertava. Quando começou os treinos com os alunos, devido as condições que lhe eram impostas, utilizou como estratégia seu poder coercitivo, pois o caos que se encontrava o clima do grupo, e a total falta de comprometimento e objetivo do grupo, e o pouco tempo que havia para mudanças, teve que ser radical, o que houvera como estratégia de uns a fuga, o que mais tarde com a mudança do clima da equipe e dos resultados obtidos, elevou o nível de confiança do grupo e quem estava fora queria fazer parte daquela equipe, onde tiveram que se reposicionar e aceitar as negociações nos termos proposto pelo treinador, o qual possuía neste momento como acréscimo de poder o da habilidade, pois ali já provara-se suas habilidades como técnico, que mudara o espírito dos indivíduos tornando-os aos poucos vencedores. Mas para chegar-se a este nível foi firmado um acordo, o qual especificava o mínimo aceitável no trato entre todos, que envolvia desde respeito, desempenho curricular dos estudos, e óbvio sua postura no esporte. No início gerou desconfiança por parte de todos, mas aos poucos com os resultados materializando os esforços de todos, parecia que tudo fluiria bem, mas como o contrato firmado tinha a necessidade de atingir um nível mínimo aceitável de presença nas aulas e notas, e isto não fora cumprido, e a intransigência de Carter em firma-se contra a continuidade dos treinos e jogos, levou a conflitos no relacionamento com os alunos, pais, imprensa e a própria diretora. Sendo que a maior dificuldade acontecera com os pais, que usaram seu poder de grupo, e pediram sua saída, o que ele mesmo preferiu se demitir, se as regras do acordo pré estabelecidas não fossem cumpridas. Mas quando a negociação estava definida e Carter manteve-se firme com sua demissão, os alunos usam do poder de barganha com seu técnico, voltam aos estudos, e aceitam o poder do conhecimento e a capacidade que seu técnico tinha para guiá-los a vitória, não só do campeonato, mas para a vida. Neste momento há uma negociação que envolve o ganha-ganha de fato, onde os interesses são mútuos, e todos seguem com seus objetivos para o mesmo sentido.
A comunicação verbal do técnico tinha um estilo agressivo, era sempre forte, muito transparente e sincero, o que facilitava para ele era a empatia que ele tinha com os jovens, pois já estudara na mesma escola, morava no mesmo bairro, e suas palavras seguiam seus exemplos de vida, pois fora um vencedor dentro da mesma realidade dos seus pupilos. Notava-se na comunicação entre todos a confiança em seu técnico. A comunicação não verbal, o que envolvia sua postura, a forma que exigia que todos se vestissem para os jogos, seus gestos, seja de reprovação, seja de aprovação, mais uma vez reproduzia o que viam nele, ou seja, sua retórica não era dissociada de suas atitudes e comportamento, o que ele demonstrava a todos que a forma que se vestiam, que se portavam, como falavam, o tom de voz, tudo se traduzia num maior nível de negociação, onde todos ganhavam.
Carter por ter que administrar uma equipe que era um caos em relacionamento interno e externo da equipe, foi muito feliz quando fez um contrato e nele estabeleceu algumas regras de convívio, e regras que iam além do que para os demais stakeholders era somente para o basquete, seu conhecimento da realidade da cidade, do seu espírito vencedor, de sua forma de ver o todo, ou seja, sua preocupação ia além das quadras, ia além do esporte, tinha a convicção de que aquele grupo tinha talento, de que precisavam era de lapidação, precisavam treinamentos físicos, táticos, mas muito mais do que isto, preocupava-se com a parte humana de seus atletas, entendia que o sucesso na quadra seria uma consequência do crescimento humano, somado as demais etapas que regem a formação de um atleta vencedor. É difícil fazer uma análise de mudança na sua forma de negociar, pois há todo um contexto de filme que obriga a abreviar algumas etapas da comunicação, talvez ele pudesse agir com mais calma quando já tinha sua equipe comprometida com sua forma de ver o mundo, pois óbvio que a situação financeira dada pelo filme as famílias daqueles jovens, falta de estrutura familiar para alguns, faziam em determinado momento com que houvesse um ele de pai e filhos, o que por vezes deixava a relação um tanto árdua, mas no contexto do filme, muito apropriado dado a situação. Tenso também era suas negociações com as famílias e com jornalistas, o que óbvio não poderia ser diferente, visto que os jornalistas somente viam a parte esportiva, o que lhes rendia mídia, aos familiares, que pelo meu modo de visão são parte fundamentais dos problemas dos jovens em questão, viam ali sonhos, e principalmente uma forma de ver seus filhos em situações mais favoráveis, longe daquela vida que ali viviam, havia uma anseio emocional muito grande, o que colocava a negociação em risco. A forma de negociar dele deu ótimos resultados se formos analisar o enredo e o final do filme, creio que ele negociava pouco, maior parte do filme impunha suas convicções, mas acho que isso se dava devido a fragilidade das outras partes, tanto para argumentar quanto para negociar, devido situação constrangedora que estavam.
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