O que é comtemporanêo ? Agamben

O que é contemporâneo? e outros ensaios. (pp 55- 77) Segundo capítulo.

AGAMBEN, Giorgio. O que é contemporâneo? e outros ensaios . Giorgio Agamben; Chapecó, SC: Argos, 2009.

Neste capitulo o autor inicia o seminário fazendo alguns questionamentos. “O que significa ser contemporâneo?” “De quem somos contemporâneos?” e ele busca algumas respostas através do que foi estudado por Nietzsche, que compreendia o contemporâneo como algo intempestivo.

Ele esclarece a necessidade de Nietzsche entender seu próprio tempo, ressaltando que para entender o contemporâneo é necessário que o individuo não esteja inserido em sua época, tem que haver esse desacordo de usos e costumes da época em que se encontra e é através desse anacronismo que é compreendido o seu tempo.

A partir disso a contemporaneidade pode ser vista como um distanciamento do seu próprio tempo, pois quando se é moldado plenamente à época, não se pode enxergar e compreender.

No entanto apesar do distanciamento o contemporâneo não é indispensavelmente aquilo que vive em outro tempo, para o autor não se pode fugir do seu próprio tempo.

Depois Agamben cita Osip Mandelstam que uma poesia que se intitula “O século” que mostra a relação com seu próprio tempo, bem como consegue visualizar o período que se encontra como um fato contemporâneo.

Agamben expõe outro conceito para mesma definição de contemporaneidade “Contemporâneo é aquele que mantém fixo o olhar no seu tempo, para nele perceber não as luzes mais o escuro” (pag-62)

Uma resposta sugerida pela neurofisiologia é que a ausência de luz desinibe uma serie de células periféricas da retina, Agambem tem intenção de mostrar que para compreender o contemporâneo é necessário visualizar além do que se pode enxergar, percebendo que o escuro do período é algo que lhe pertence.

O autor trás contribuições da astrofísica para entender o contemporâneo “No universo em expansão,as galáxias mais remotas se distanciam de nós a uma velocidade tão grande que sua luz não consegue nos alcançar” (pag-64) podemos entender portanto que o contemporâneo é ver o escuro bem como ver a luz que lhe é direcionada no meio dessa escuridão. É citado que a contemporaneidade não está apenas associada ao tempo cronológica mais do que surge dele, suas transformações.

Partindo de outro pressuposto Agamben busca exemplificar a contemporaneidade através da moda, ressaltando que assim como na moda contemporâneo pode ser visto por quem os percebem não a partir de um ponto de vista cronológico, por que a moda se transforma constantemente.

É a partir desse diferenciamento de tempo que podemos perceber essa relação entre passado e futuro, algo que está na moda hoje, amanhã pode não está, ou algo que já esteve na moda se reinventar, existe esse leque de transformações e o contemporâneo está relacionado a essas transformações e ao que nos é passado, o arcaico. Porém Aganbem ressalta que o arcaico não está necessariamente ligado ao período cronológico, pois a origem não deixa de está relacionado ao presente.

Ele também relaciona o arcaico com o moderno destacando que toda origem perpassa pelo arcaico. Ele cita “tudo aquilo no presente que não podemos em nenhum caso viver restando não vivido é incessantemente