O sujeito que aprende
Por: loyaneguedes • 25/5/2015 • Resenha • 715 Palavras (3 Páginas) • 1.100 Visualizações
Loyane Guedes Santos Lima
Resenha Crítica
O sujeito que aprende: desafios do desenvolvimento do tema da aprendizagem na psicologia e na prática pedagógica.
O texto faz parte do livro organizado por MCVR Tacca, Aprendizagem e trabalho pedagógico. Campinas, SP: Ed. Átomo e Alínea, 2006 e foi escrito por González Rey (2006) autor que apresenta atenção teórica ao tema da subjetividade na perspectiva histórico - cultural e os problemas epistemológicos e metodológicos que se derivam do estudo da subjetividade. Suas pesquisas no momento atual estão centradas nos aspetos subjetivos e sociais das doenças crônicas, no sujeito que aprende e no estudo das Representações Sociais.
Em síntese o autor apresenta discussões sobre a contribuição da psicologia com teóricos sobre as representações da mente, aponta alguns aspectos, que diria negativos, de cada teoria que permearam e em algumas situações atuam na ação pedagógica negando os aspectos subjetivos do sujeito que aprende.
É importante ressaltar que em toda teoria desenvolvida há aspectos importantes que contribuíram ao longo desse processo educacional, ou seja, de cada teoria podemos usufruir de alguns aspectos positivos mesmo que esses sejam para nos alertarmos sobre as ações que não deram certo.
O mesmo critica a teoria do Behaviorismo – que defende a negação da mente; do Positivismo – que apresenta uma visão instrumental da mente, que influenciaram a concepção tradicional de ensino que está “enraizada” em nossas escolas, pois fez parte do ensino de vários professores que continuam atuando da mesma forma na época atual.
Gonzáles Rey critica também a teoria Cognitivista, representada por Piaget, que defende o caráter operacional da aprendizagem e aponta importância da emoção e da afetividade apenas como uma “energia” de motivação para o “aprender”.
Dessa forma, Gonzáles Rey defende que “aprender” é uma produção subjetiva cuja base é criada por um sistema de relações articuladas com ideias do sujeito que aprende mais o aspecto operacional.
O mesmo continua citando a importância de considerar as emoções do sujeito que surgem no espaço de aprendizagem e que esse sujeito tem origens subjetivas em outros espaços da vida, observa-se que essas duas formas de “emoção” caminham juntas, são inseparáveis e vistas como partes do processo de aprendizagem e não simplesmente como um fator motivador para aprender.
Nos atendimentos da Sala de Apoio á Aprendizagem - SAA, da qual faço parte como pedagoga, é visível a importância de se observar a subjetividade do aluno, pois cada sujeito que inicia o atendimento “carrega” com ele uma bagagem de emoções que perpassam os laços familiares, contexto escolar e os aspectos intrapessoais, ou seja, o que esse sujeito pensa o que esse sujeito sente e o que ele tem vontade de fazer. Percebe-se então que olhar o laudo médico desse sujeito é a última ação a ser realizada (já que para participar do atendimento esse laudo é necessário).
Gonzáles Rey, explica de forma clara que a aprendizagem está muito associada aos processos sociais da instituição escolar e que tem uma dimensão subjetiva que envolve o sujeito que aprende de forma individual, que não se pode engessar um aluno em fórmulas, operacionalizando o conhecimento esquecendo-se de incentivá-lo a produzir seu pensamento sobre o que aprende, por meio de reflexões e criticas.
Portanto, é possível perceber a importância de oferecer ao aluno que momentos de reflexões, de criação, de contar suas experiências, de aprender a criticar tornando-se sujeito ativo de sua própria aprendizagem. Esses momentos estão sendo pouco cultivados na sala de aula por diversos motivos e quando esse aluno participa dos atendimentos na SAA que está aos poucos está permitindo esse espaço ele diz “como aqui é melhor que a sala de aula”, pois no atendimento é possível escutar mais o aluno na busca de tentar compreender como é esse sujeito que apresenta dificuldades de escolarização, mais ele é capaz de aprender.
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