Os Equipamentos de Proteção Individual - TST
Por: MaxCastro • 20/10/2023 • Projeto de pesquisa • 4.454 Palavras (18 Páginas) • 30 Visualizações
UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL POR FRENTISTAS DE POSTOS DE COMBUSTÍVEIS:
INTRODUÇÃO: O ambiente dos postos de combustíveis propicia aos trabalhadores frentistas inúmeros riscos e agravos à saúde, os quais devem ser considerados ofensivos ao processo saúde-doença do profissional exposto, entre eles: contato com combustíveis e outros produtos químicos, permanência junto às bombas de combustíveis, ruído, calor, frio, possibilidade de atropelamento, assaltos, repetitividade de movimentos, longas jornadas de pé e sobrecarga de trabalho pelas distintas funções que desenvolvem. Nesse conjunto, atenta-se para os produtos químicos a que os frentistas estão expostos, como os hidrocarbonetos aromáticos, benzeno, tolueno e xileno (BTX), constituintes da gasolina e de solventes químicos. O agente químico benzeno, que apresenta altos riscos à saúde humana mesmo em pequenas quantidades, é um líquido incolor, volátil, lipossolúvel, inflamável e com elevado potencial carcinogênico. Está presente no ar atmosférico por meio da fumaça de cigarro, da gasolina, das emissões de motores automotivos, dos postos de abastecimento de combustíveis, das indústrias químicas, entre outros. Considera-se, ainda, que as principais fontes de emissão do benzeno são predominantemente veiculares, destacando-se, assim, a exposição permanente do trabalhador frentista ao agente durante a jornada de trabalho.Soma-se a isso o fato de que a exposição ao benzeno tem sido objeto de controle ambiental e ocupacional em âmbito mundial, devido ao seu potencial contaminante e agressor à saúde, relacionado à possibilidade do desenvolvimento de doenças como a leucemia mieloblástica e a leucemia linfoblástica. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) indicam o benzeno, o tolueno e o xileno entre os riscos elevados de desenvolvimento de câncer relacionados à ocupação e à exposição ambiental. A toxicidade do benzeno não depende de sua via de introdução no organismo, porém, são consideradas principais a via respiratória, por inalação de vapores, a via digestiva e a via dérmica, esta influenciada pela integridade, hidratação e temperatura da pele. Essa exposição pode acarretar alterações gastrointestinais, como dor estomacal, pirose e má-digestão; na epiderme/derme evidenciam-se alergias e prurido, principalmente nas mãos; e alterações do sistema nervoso central, como vertigens e, em especial, o comprometimento do sistema respiratório.6 Devido às incertezas quanto aos níveis seguros de exposição ao benzeno, ponderamse as diferenças de sensibilidade à absorção de cada sujeito. Nesse sentido, aponta-se para um modelo de prevenção que, a priori, não reconheça qualquer parâmetro que considere níveis seguros de exposição ao benzeno. Na legislação brasileira, o processo de vigilância epidemiológica das populações expostas ao benzeno é considerado uma maneira de identificar e controlar precocemente os agravos à saúde, decorrentes do ambiente laboral em questão. O referido processo visa minimizar a exposição do trabalhador aos riscos e agravos ocupacionais, por meio de medidas de prevenção individuais e coletivas. No contexto dos trabalhadores frentistas, atenta-se para as ações de vigilância em saúde, e de programas que reduzam tal exposição ao benzeno. Dessa forma, tornam-se importantes o incentivo e a educação para o uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) adequado, cuidados de higiene e medidas de proteção coletiva. Nesse contexto, surge a necessidade de identificar a realidade dos trabalhadores frentistas, de modo a contribuir com o planejamento de estratégias de intervenção que promovam a saúde e a prevenção de riscos e agravos oriundos do ambiente de trabalho. Para tanto, elaborou-se a seguinte questão: quais os equipamentos de proteção individual utilizados pelos atendentes/ frentistas de postos de combustíveis no ambiente de trabalho? O objetivo do estudo consiste em identificar a utilização de equipamentos de proteção individual por atendentes/frentistas de postos de combustíveis da cidade de Abaetetuba-PA
OBJETIVO GERAL: O objetivo geral consiste em apresentar o cenário atual e a importância da utilização de equipamentos de proteção individual por atendentes/frentistas de postos de combustíveis bem como a importância da utilização dos mesmos na cidade de Abaetetuba-PA
OBJETIVO ESPECÍFICO:
- Identificar através de estudo quantitativo e exploratório as principais dificuldades e motivos da não utilização de EPI’s nos postos de combustíveis;
- Verificar a predominância de utilização dos EPI’s nos postos de combustíveis;
- Mostrar os impactos e riscos a saúde da não utilização dos EPI’s em suas atividades;
- Apresentar os principais benefícios da utilização dos EPI’s durante as atividades;
- Ampliar e Disseminar o conhecimento e importância da utilização de EPI’s para os atendentes/frentistas de postos de combustíveis.
MÉTODO: Estudo quantitativo, exploratório, descritivo, realizado com 13 (56%) dos 23 postos de combustíveis localizados na cidade do Abaetetuba. Nesse rol, quatro postos de combustíveis recusaram e oito foram classificados como perdas, considerando-as a partir da insistência sem resposta, durante o período de seis meses, em estabelecer o contato pessoal, e em tentativas de contato por meio telefônico e e-mail. Nenhuma delas aceitou assinar a recusa. A população de atendentes/frentistas no município é de, aproximadamente, 340 trabalhadores, dos quais 221 constituíram a amostra do estudo, distribuídos de acordo com o quadro funcional das empresas. Os trabalhadores foram selecionados segundo os critérios: atuação diretamente nas bombas de combustível e cumprimento de uma carga-horária semanal mínima de trinta horas de trabalho, independentemente do turno de atuação. A amostra foi calculada utilizando-se a ferramenta StatCalc do programa EpiInfo versão 3.5.2. Foi considerado o nível de confiança de 95% e obtido um tamanho amostral de 180 sujeitos. Inicialmente, foi realizado contato prévio com cada empresa e obtida a aprovação para a realização do estudo. Posteriormente, partiu-se para o estudo-piloto, realizado em dois postos de combustíveis da cidade, com a participação de 20 trabalhadores atendentes/frentistas, incluídos na amostra total por não haver alterações no questionário para a coleta de dados. Precedendo à pesquisa, foi realizado um treinamento com os integrantes do grupo de pesquisa responsável pelo estudo, a fim de norteá-los para a execução do trabalho de campo, o qual se realizou no segundo semestre de 2010, por meio de questionário estruturado com as seguintes variáveis: sexo, idade, cor da pele, escolaridade, estado civil, relacionadas à caracterização dos sujeitos; características do trabalho, tempo de atuação, jornada de trabalho e rendimento salarial, relacionadas à organização do processo de trabalho; e à utilização de EPI, seção estruturada com base na Norma Regulamentadora (NR)-6, que regulamenta aspectos relativos à vigilância da saúde dos trabalhadores expostos ao benzeno, e ao uso desses instrumentos pelos trabalhadores como medidas de proteção e prevenção da exposição de risco presentes no ambiente laboral.10-11 Para aferição da fidedignidade das questões, realizou-se o teste Alpha de Cronbach, com o qual se obteve o resultado de 0,96, demonstrando que a variância do escore das questões é explicável.12 Além do questionário, a coleta de dados se constituiu do registro de observação não participante, em processo de circunstâncias naturais e em local público, caracterizando a sustentação da pesquisa para descrever e esclarecer como o fato analisado ocorre e, assim, complementar os dados obtidos no questionário, subsidiando um conhecimento mais consistente para a organização e análise dos dados.13 Utilizou-se um roteiro norteador, de forma a dirigir a observação para aspectos referentes ao problema de pesquisa. Foram realizados registros de 213 horas e 15 minutos de observações, o que representa a média de dez horas em cada posto de combustível. As observações foram realizadas, predominantemente, no horário diurno, entre oito e vinte horas, incluindo domingos e feriados, durante as jornadas de trabalho, abrangendo um total de 163 frentistas no exercício do trabalho. Foi utilizado o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 19.0, para organização e análise dos dados, optando-se por uma análise estatística descritiva, em que se obteve a frequência absoluta e o percentual dos dados. As observações foram registradas em diário de campo e, logo em seguida, codificadas em diferentes categorias, a fim de auxiliar a manter as diferenças e as semelhanças existentes entre as observações, desenvolvendo-se a análise do tema com base na definição do problema de pesquisa.13 Dessa forma, foi possível quantificar as características do trabalho, na especificidade do tema: utilização dos EPI por trabalhadores atendentes/ frentistas. Estudo integrante de um macroprojeto de pesquisa, intitulado “Saúde, riscos e doenças ocupacionais: estudo integrado em diferentes ambientes de trabalho”. Recebeu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), conforme o parecer n. 109/2010. Utilizou-se o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, anterior à coleta de dados, explicitando a garantia do sigilo e o anonimato.
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