Os Estudos Socioculturais

1) Podemos observar nas reportagens sobre o trabalho escravo na produção de roupas em fábricas da marca Zara uma clara demonstração da prática do capitalismo visando o lucro em detrimento do bem estar do trabalhador.

Na lei, a escravidão está extinta, porém em muitos países ainda ocorre alguns tipos dela. Geralmente, mulheres e meninas são roubadas para trabalhos domésticos forçados ou traficadas para prostituição forçada, principalmente em lugares pobres da Rússia, Tailândia e Filipinas.

De acordo com o relatório da OIT de 2001, o trabalho forçado no mundo tem duas características em comum: o uso da coação e a negação da liberdade. No Brasil, a escravidão é uma mistura de trabalho degradante com a privação de liberdade, que ocorre muito na região urbana de São Paulo. A maioria dos escravizados são imigrantes ilegais latino-americanos e asiáticos que já chegam aqui com a dívida da passagem até o Brasil. Depois tem seus documentos retidos, e condições de vida desumanas, trabalhando dezenas de horas diárias, sem folgas e com salários baixos. Trabalham para pagar sua dívida e enfim conseguir algum tipo de lucro, mas a dívida nunca é quitada, já que sempre aparecem mais formas de se endividarem.

Na sociedade atual, vende-se a própria força de trabalho em troca de salário. Já o escravo, era vendido de uma vez para sempre com a sua força de trabalho. Era uma mercadoria que podia passar das mãos de um dono às mãos de outro. Assim, ele era uma mercadoria, mas a sua força de trabalho não lhe pertencia.

Na concepção de Marx, o salário deve ser determinado considerando as habilidades do trabalhador, e as necessidades dele de produzir e aprimorar sua força de trabalho, e de acordo com sua forma de vida. Para ele a única mercadoria que pode ter valor é a força de trabalho, e uma parte desse valor é trabalho excedente, e se torna riqueza. No Capitalismo isso é chamado de mais-valia que é a exploração da força de trabalho pelo capital.

Então, olhando pelo referencial de Marx podemos interpretar a escravidão como forma exploração da força de trabalho, que deveria ser paga de acordo com as habilidades do trabalhador, mas não é. Ou seja, sendo manipulada pelo Capitalismo o que ele sempre criticou.

2) Julien Assange temeu que a Inglaterra permitisse que ele fosse julgado pelo suposto crime de estupro na Suécia, que ele diz não ter cometido. Posteriormente, tendo em vista o amplo acordo de extradição do governo sueco com o governo norte-americano, ser extraditado para os Estados Unidos e processado por espionagem, fraude e abuso de computadores. Isso seria muito provável de ocorrer tendo em vista a excelente relação diplomática entre a Inglaterra e os EUA. Com isso, Assange acredita que o governo sueco facilitará a sua extradição. Caso seja extraditado para os EUA, ele poderá ser condenado a prisão perpétua.

Segundo o Art XI da Declaração Universal dos Direitos Humanos promulgada pela ONU em 1948, “Todo homem acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público, no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias a sua defesa. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não se constituam delito perante o direito nacional ou internacional”.
Assange afirma que o estupro é caracterizado na Suécia diferente do resto do mundo e o julgamento naquele país é feito fechado, segundo ele, não permitindo as condições necessárias a sua defesa, contrariando o artigo acima citado.
Podemos destacar, também, um trecho do Art XI da Declaração Universal dos Direitos Humanos, “Todo homem, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países”.