Políticas Culturais e Aprendizados: Outros Olhares Epistemológicos
Por: elder1235 • 16/9/2019 • Resenha • 1.299 Palavras (6 Páginas) • 176 Visualizações
Resenha da obra:
VASCONCELOS-OLIVEIRA, M.C. Culturas, públicos, processos de aprendizado: possibilidades e lógicas plurais. Políticas Culturais em Revista, Salvador, v.2, n.2, p. 122-136, 2009.
Maria Carolina Vasconselos Oliveira é pesquisadora nas áreas dos estudos em Cultura, Arte e Políticas Culturais. É Mestre em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP) e Doutora em Sociologia pela mesma instituição de ensino, e vem a anos atuando como pesquisadora do CEBRAP (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento).
O ensaio como a própria autora define, tende a problematizar as esferas da produção de conhecimento e das ações políticas, no que tange as práticas culturais e o consumo de cultura dos entes e grupos sociais. Analisando também, as definições de cultura enquanto ação política, subsidiando os modelos de cultura, a democratização do acesso aos bens culturais e as premissas pelas quais distingue os comportamentos culturais dos sujeitos e todos que fazem parte da ação conjunta.
O que a autora deixa bem claro é a analogia de que as práticas culturais tem significado com os processos educativos, numa correlação que avaliamos não ser o conjunto de todas as relações de causa e efeito com um único objetivo. No que se refere as dinâmicas de consumo cultural e formação de público, ademais são várias perspectivas que desencadeia dissidências entre pesquisadores e demais sujeitos interessados no campo da cultura.
É relevante destacar que, quase sempre todas as teorias ligadas às práticas culturais dos entes e grupos sociais, são notadamente produzidas por direcionamentos assumidos no âmbito da política, o que torna mais complicado é o que se distingue da esfera analítica e o que diz a respeito à normativa.
Levando-se em consideração que, as práticas culturais e o consumo de cultura são pontos relevantes na difusão do conhecimento quanto na esfera política por inúmeras razões. Outro fator importante é a definição do conceito de cultura, a autora do texto concebe a cultura como um objeto de múltiplas dimensões e a partir de qual perspectiva ela pode ser contextualizada tanto em pesquisas quanto para fins políticos. Os autores citados no decorrer do texto apresentam dois conceitos de cultura, por um lado a cultura numa perspectiva sociológica e por outro lado a cultura numa perspectiva antropológica.
A sociológica diz à espeito por ter sido explorada no contexto das escolas da tradição francesa dos públicos, como também das práticas culturais, a partir de Pierre Bourdieu temos então a delimitação da cultura pelo viés das manifestações artísticas eruditas para produção de estudos e produtos culturais. A antropológica traz à tona toda a diversidade das culturas, com a intenção da pluralidade cultural sem fins produtivos em que o sujeito pode expressar as suas subjetividades.
A autora levante uma suposição pessoal de que trabalhar com a dimensão da cultura antropológica seria inviável no nível operacional, ou seja, a cultura precisa estar operando no sentido de planejamento, organização, criando políticas públicas e execução das atividades na vida de todo e qualquer ser humano. A partir daí a legitimidade da cultura se torna dinâmica e não estática.
Segundo o autor Canclini (2011) as culturas já não se agrupam em grupos fixos e estáveis e os dispositivos de reprodução se proliferam. Nesse sentido, há uma grande preocupação nessas distinções devido ao distanciamento entre as culturas que vem do processo de colonização. A autora supõe que, o debate sobre a definição de cultura é abstrato, porque a cultura se apresenta cotidianamente na vida dos que planejam e pensam as atividades culturais.
É perceptível que, atualmente as instituições de fomento à cultura tem uma visão ampla do conceito de cultura, tais como, os símbolos, expressões, modos, fazeres e tradições pelos quais um sujeito ou o seu grupo social se expressa. Mas, que operacionalmente as instituições delimita suas políticas a vertentes mais específicas desse geral, por exemplo, fomentar as atividades de determinada atividade cultural e espaços de lazer ou garantir a formação de público para seletivas linguagens artísticas.
As definições de cultura se apresenta associadamente com a questão do objeto de relevância dissidente entre interessados que curtem todos os temas relacionados à cultura, entendendo o papel das hierarquias nas suas diversas manifestações. Daí surge as classificações como citadas no texto, cultura de massa, cultura popular, cultura erudita e cultura legitima, bem como as inúmeras dicotomias dos tipos de cultura em consonância com os subsídios são exemplos nas revisões de literatura dos estudos culturais e nas discussões sobre políticas e gestão cultural nos últimos anos. Assim, nos incita a pensar o quanto e para quem essas linhas imaginárias fazem sentido.
A grande questão é que os estudiosos elucidam as diferenciações entre tipos e hierarquias de cultura e só fazem sentido se pensar a partir dos consumidores ou quando se avalia conjuntamente as práticas reais dos sujeitos. A autora levanta uma questão pertinente no texto, de que ainda o relativismo
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