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Por uma Geografia Nova: da crítica da Geografia a uma Geografia Crítica

Por:   •  21/2/2020  •  Resenha  •  1.274 Palavras (6 Páginas)  •  428 Visualizações

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RESUMO

SANTOS, Milton. Por uma Geografia Nova: da crítica da Geografia a uma Geografia Crítica. 6ª edição. 2º reimpr. - São Paulo: Edusp, 2012.

Por uma Geografia nova: da crítica da Geografia a uma Geografia Crítica” que pretende ser o primeiro de uma série de cinco, consagrados a um tema geral: O espaço humano, além disse é considerado uma das obras mais importantes e bem produzidas sobre a geografia crítica no mundo desde o seu processo de inserção aos dias atuais. Escrito pelo Professor Doutor em Geografia Milton Santos em 1978, ano de sua primeira edição, também produzido pela Edusp e Hucitec, o livro fundamenta-se de um clássico dentro da ciência, que se faz presente na atualidade e em nossos dias. Neste livro, o autor pretende apontar os problemas que impedem a construção de uma geografia crítica, destinada para uma problemática social mais vasta e construtiva. Nesse livro Milton Santos lança as bases de seu projeto teórico que, posteriormente, culmina na produção da sua obra máxima, a “Natureza do espaço”.

A obra dedica-se a uma revisão crítica da evolução da Geografia e propõe uma nova forma de pensar e fazer Geografia na hodiernidade.  Dessa forma, o autor trabalha com algumas categorias geográficas de análise, as quais considera primordiais para o entendimento do espaço em sua “totalidade social”, dentre elas, estrutura, processo, função, forma, e temas diversos como Teoria, Prática, Método e Técnica, sempre presentes nas análises. Dessa forma, o livro estrutura-se em três partes:  a) A Crítica da Geografia, b) uma nova interdisciplinaridade, c) Por uma Geografia Crítica.

No primeiro capítulo, o autor afirma que a Geografia ainda arca com as consequências da sua juventude e das condições econômicas, sociais e políticas nas quais se desenvolveu.  Para tanto, o autor lembra a relação existente entre o colonialismo e a expansão geográfica no fim do século XIX, que justificou as novas conquistas territoriais em prol dos interesses da ideologia imperialista dominante.

Ainda falando dessa Geografia Colonial que para ele não houve uma orientação isolada, particular a um país, o autor critica a excessiva analogia com as ciências naturais feita pela Geografia Humana e destaca essa como uma das razões de sua fraqueza enquanto ciência, uma vez que “[...] não se pode esperar de coletividades humanas um comportamento semelhante ao dos seres vivos mais elementares”. De fato, os fenômenos históricos jamais se repetem da mesma forma, as inter-relações entre os grupos sociais variam no tempo e as leis de desenvolvimento são regidas   pelas   relações não   funcionais.   Logo   seria   um erro grave transpor, de forma mecânica, o que se passa no mundo físico ao que se passa na história.

Partindo dos fundadores clássicos e seus desejos científicos, passando pela “New Geography que é a ciência, como outra qualquer, está em constante processo de transformação. Também podendo ser chamada de Geografia Pragmática e Geografia Quantitativa ou Nova Geografia, sendo ela uma corrente de pensamento que surgiu na década de 1950 e promoveu grandes modificações na abordagem metodológica da Geografia, baseada na coleta de dados e aprofundamento em pesquisas usando de informações já construídas para elaboração de novos resultados, até chegar à crise que fez da Geografia a “Viúva do Espaço”, Milton Santos faz seus comentários e reflexões a respeito da revolução quantitativa advinda das grandes transformações que a ciência passou após a Segunda Guerra Mundial, na qual emergem novos desafios, novos paradigmas, novas formas de pesquisa, novos objetos e novas necessidades.

Milton Santos adverte ainda que a “Nova Geografia” excluiu o movimento social do processo de realização da ciência e eliminou de suas preocupações o espaço das sociedades em movimento permanente, de modo que a Geografia se tornou viúva do espaço. Assim, o espaço geográfico é estudado como se não fosse resultado de um processo onde o homem, a produção e o tempo exercem o papel essencial, ou seja, ignora a dinâmica do espaço.

Quanto a Geografia da Percepção e do comportamento, é evidente na crítica do autor, pois refuta a análise psicológica como um único método de pesquisa do real. Para ele, esta vertente confunde percepção individual com conhecimento, uma vez que a simples apreensão dos objetos por seus aspectos externos fornece apenas o que ele apresenta e não o que representa. Nesse caso, a sociedade toda em si, a dimensão do trabalho e da produção de agnição é desconsiderada, somente a percepção individual é valorizada.

Nos capítulos adiante, são abordadas as várias tentativas da ciência geográfica em busca da interdisciplinaridade onde a geografia baseada em dados quantitativos não tinha lugar dando certeza quase que absoluta dos geógrafos em se trabalhar de forma interdisciplinar, mesmo que na realidade isso não ocorra. Na verdade, nota-se, por exemplo, um grande número de disciplinas sociais que investigam o mesmo objeto de estudo ignorando umas às outras, trabalhando com seus próprios métodos e criando sua própria metodologia, muito distante de uma integração.

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