Projeto De Intervenção Sobre Educação Inclusiva
Ensaios: Projeto De Intervenção Sobre Educação Inclusiva. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: piovesanjuci • 11/10/2013 • 3.252 Palavras (14 Páginas) • 1.691 Visualizações
Diante de tantas mudanças e desta nova proposta educacional, surgem muitos obstáculos, como por exemplo, a resistência de alguns profissionais da educação que encaram esta nova proposta como sendo um grande desafio, também existe o preconceito de pais, e ate mesmo de alunos, por estarem frequentando a mesma escola que uma criança com necessidades especiais.
Para que tudo isto seja superado, é preciso que os professores encarem esse novo desafio, e desta forma mostrem aos pais e alunos que pode ser muito vantajoso essas crianças ditas “normais”, estudarem ao lado de uma criança com necessidade especial, neste sentido, Sassaki vem nos ensinar que:
“A escola enquanto agente que educa crianças, jovens, adultos e idosos, precisa oferecer oportunidades para este tipo mais abrangente de formação de cidadãos. Mais do que isso, precisa oferecer oportunidade de desenvolvimento de comportamentos e atitudes baseados na diversidade humana e nas diferenças individuais de seus alunos. Quando alunos com os mais diferentes estilos de aprendizagem e tipos de inteligências estudam juntos em uma mesma classe, todos eles se beneficiam com os estímulos e modelos comportamentais uns dos outros (1999, p. 1).”
Apesar de muitas conquistas no âmbito da educação inclusiva, o processo de inclusão no Brasil encontra-se em fase de implementação, pois, conforme afirmado anteriormente, ocorreu uma inversão nas ações, pois primeiro incluíram os alunos, para depois preparar os profissionais para lidar com os educandos com necessidades especiais, bem como para preparar a escola para receber essa clientela.
Enquanto teoria concorda-se totalmente com as disposições feitas sobre as adaptações, as mudanças que a escola deveria estar fazendo, a capacitação dos profissionais que irão atuar junto do aluno. Porém, ao se observar como está sendo aplicada toda a teoria, a satisfação em ver direitos sendo reconhecidos dá lugar à preocupação e ao receio pelos alunos, pois a inclusão conforme se vem observando tem sido nada mais do de deixar o aluno com necessidades educacionais especiais ocupando um lugar junto a uma classe regular. Os conceitos estão sendo invertidos e está sendo feita uma inclusão excludente, à medida que em muitas escolas os alunos apenas habitam um novo local, não sendo reconhecidos como alunos e sujeitos capazes.
Diante desta realidade, em muitos casos o aluno com necessidades educacionais especiais é recebido como um ser diferente, do qual só se sabe o que não consegue aprender, o que não pode realizar. O foco está sempre na deficiência, no “não pode”, “não consegue”, “não aprende”.
Ainda não é real a perspectiva das possibilidades e capacidades, as limitações do aluno são enfatizadas, seus fracassos sempre lembrados, porém seus progressos, em muitos casos estes são subestimados por serem considerados insignificantes ao se comparar com os de outros alunos e suas capacidades não são estimuladas, e assim cria-se o circulo vicioso que parece condenar esse aluno á marginalidade: dificuldade – negligencia – fracasso – reforço do fracasso, para COCARO:
“(...) colocar na criança a marca da incompetência (...) passa a ser natural e esse aluno que causa a mínima estranheza no professor mediante a sua aprendizagem é identificado como inapto. E isso se reproduz em toda a sociedade pela dificuldade em aceitar e lidar com as diferenças (...) É o aluno que não aprende, ele é o desinteressado (...) o “problema” é e está no aluno (...) (2001, p. 11-12)”.
Tenta-se compreender a situação, uma vez que a escola só fica sabendo que vai ter que aceitar esse aluno, mas muitas vezes não recebe preparação nenhuma para fazê-lo da forma correta.
Na verdade, a inclusão, se feita conforme se pretendeu nos diversos documentos criados para esse fim, se transformaria em uma oportunidade plena de realizações e vitórias aos alunos, com ou sem necessidades educacionais especiais, pelas enriquecedoras trocas que propicia, pelos valores positivos que inculca (reconhecimento da diversidade, respeito às diferenças, etc.) e pelas variadas situações de aprendizagem que possibilita através da interação entre os alunos.
A educação inclusiva, enquanto conceito e proposta institucional, teve avanços significativos ao longo dos anos 90 do século XX, provocados por dois movimentos importantes, a saber: a Conferência Mundial de Educação para Todos, realizada em Jomtiem, Tailândia, em 1990 e a Conferência Mundial de Educação Especial, realizada em 1994, em Salamanca, Espanha, de onde se originou o documento “Declaração de Salamanca”.
Buscando alcançar os objetivos da inclusão, torna - se extremamente necessário o apoio de teorias cognitivistas de Piaget e Vygotsky. O primeiro em sua teoria enfatiza que o sujeito é construtor de seu próprio conhecimento através de sua ação sobre o meio, o segundo defende a ideia de que a construção do conhecimento implica uma ação compartilhada, ou seja, é através dos outros que as relações entre sujeitos e objeto são estabelecidas e consequentemente a aprendizagem acontece.
Vygotsky desenvolveu pesquisas voltadas à educação especial, segundo ele a educação de crianças especiais deve basear-se em suas características positivas, não em suas limitações. Por isso a prática com crianças especiais deve ser pautada em incentivos ao seu desenvolvimento.
Vygotsky em sua teoria sustenta a inclusão quando enfatiza o papel da interação com pessoas mais experiente no processo de aprendizagem humana. O papel da mediação apresentado por ele também subsidia uma prática inclusiva na educação.
Ele ainda enfatiza que não se pode conceber uma escola inclusiva sem que haja a pratica pedagógica construtivista ou também sócio - interacionista, que possibilitem a permanência do aluno na escola, proporcionando condições para que ele obtenha sucesso na construção de seu conhecimento.
Adequar o currículo é imprescindível para o sucesso da escola inclusiva, pois ele pode constituir um grande obstáculo para os alunos especiais, ao impor uma referencia homogênea a ser alcançada por todos os alunos, independente das condições que possam apresentar.
Precisam ser estabelecidos currículos mais abertos, apresentando novas concepções que contemplem aqueles que não e se encontram dentro do padrão de normalidade estabelecido.
Um desafio que se coloca para a efetiva inclusão escolar de pessoas com necessidades especiais é a falta de preparo de grande parte dos professores e, mais especificamente, a falta de uma formação fundamentada nos pressupostos da educação inclusiva. É comum ouvir de muitos professores que não estão ou não se sentem preparados para lidar com alunos com diferentes
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