Projeto Integrador

Quais são os impactos ambientais do descarte incorreto de medicamentos?

Adrieli Santos Miranda^[1]

Douglas Gomes Santos^[2]

Larissa Alves Romero^[3]

Leticia Rocha do Nascimento^[4]

Resumo

Por anos a população tem descartado seus medicamentos em lixo comum causando uma grande poluição ao meio ambiente devido aos materiais que são descartados não serem degradáveis, mas hoje em dia já temos um novo conceito de descarte e logística reversa desses produtos, sem que ele vá para natureza de forma incorreta. O objetivo deste trabalho é apresentar a logística reversa de medicamentos, e qual o impacto ambiental do descarte incorreto dos medicamentos. A pesquisa foi feita por meio de entrevistas com empresas no ramo de medicamentos e 32 consumidores da região de São Paulo, com um questionário por meio do Google Formulário em novembro de 2017. Com a análise foi chegada a conclusão de que há falta de incentivo e informação para a população, pois quando foram questionados se eles já foram orientados a descartar corretamente seus medicamentos vencidos ou em desusos quase todos responderam que nunca foram orientados.

Palavras-chave: Logística Reversa; Medicamento; Descarte; Meio ambiente.

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1.     Introdução

É assustador o quanto a população é escassa de informações e nesse caso de logística reversa de medicamentos usados, mais ainda. Aqueles que tem a informação e buscam descartar seus medicamentos de forma correta são bem poucos comparado ao todo da população do Brasil e essa pequena parte que descarta já fez uma grande diferença, até 2017 foram descartados 234.348,46 kg de medicamentos e foram preservados 105.456.807.000 m³ litros de água e esse número é alto, mais poderia ser maior ainda se todos pensassem consciente. (DESCARTE CONSCIENTE, 2017).

É comprovado que o impacto que os resíduos de medicamentos causam ao meio ambiente é um grave problema. Os resíduos produzidos em estabelecimentos de saúde são atualmente denominados Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde (RSSS) e são vários fatores que vem contribuindo para o aumento desses resíduos. Algumas toneladas de medicamentos são produzidas por ano e aplicadas na medicina humana e veterinária. O Brasil junto com Estados Unidos, França e Alemanha constituem os maiores consumidores de medicamentos no mundo. Um estudo feito em 2014 chegou a conclusão de que cerca de 30% dos medicamentos adquiridos no brasil são descartados de forma incorreta, como no lixo comum, pia ou vaso sanitário.

Algumas farmácias já estão implementando depositadores de medicamentos, para a população descartar seus remédios, mas são bem limitadas as farmácias que disponibilizam o descarte. A evolução no processo da logística reversa está se tornando cada vez mais crescente no mundo dos negócios, levando pessoas fazerem o descarte adequado do material que já não utilizam. Quando falamos de logística, as pessoas compreendem como o fluxo direto, ou seja, da empresa direto para o consumidor final. Porém podemos falar da logística reversa como uma nova abordagem que trata do fluxo reverso, que vai do consumo ao ponto de origem. Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo demonstrar os impactos ambientais do descarte incorreto dos medicamentos, analisar como o descarte incorreto dos medicamentos podem causar grandes impactos ambientais e como a logística reversa ajuda a mudar o quadro de contaminação e poluição e com o objetivo específico de apresentar dados coletados sobre a logística reversa de medicamentos em farmácias.

2.   Fundamentação Teórica

2.1. Logística

 A logística é o conjunto de atividades que tem por fim a colocação, com um custo mínimo, duma quantidade de produto no local e no momento em que existe procura. A logística abarca, pois, todas as operações que condicionam o movimento dos produtos, tais como: localização das fábricas e entrepostos, abastecimentos, gestão física de produtos em curso de fabrico, embalagem, formação e gestão de estoques, manutenção e preparação das encomendas, transportes e circuitos de entregas.

O serviço ao cliente é o conjunto de atividades, desenvolvidas pela empresa, na busca da satisfação dos clientes, proporcionando, ao mesmo tempo, uma percepção de que a empresa pode ser um ótimo parceiro comercial. (WOOD et al. ,1998 apud SILVA, p. 2)

A administração pode ser usada como ferramenta para melhorar o rendimento de serviços e distribuição, usando ferramentas de aplicações e facilitadores para movimentação e armazenagem que facilitam o fluxo de produtos. (Ballou, 2009, p.139)

A logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, através de planejamento, organização e controle efetivos para as atividades de movimentação e armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos. (BALLOU, 2009, p.139).

“A logística, de um modo geral, é o processo responsável pela circulação de materiais e serviços numa entidade. Esse fluxo logístico, se bem gerenciado, pode ser parte integrante na determinação do sucesso empresarial. ” (BOWERSOX e CLOSS, 2001, p.131)

2.2. Logística Reversa

Um conjunto de procedimentos e meios para recolher e dar encaminhamento pós-venda ou pós-consumo ao setor empresarial, para reaproveitamento ou destinação correta de resíduos.  

Separa os canais de distribuição reversos em dois, um deles é formado pelos canais reversos de pós-consumo. Os produtos têm vida útil variável, mas após um tempo de utilização perdem suas características básicas de funcionamento e tem de ser descartados. Outro tipo importante de canais de distribuição reversos é o de pós-venda. Nesse caso incluímos o retorno da embalagem e a devolução de produtos ao varejista ou a fabricante. (LEITE,2003 apud NOVAES, 2007, p.67)

Os medicamentos que têm vida útil variável, depois de um tempo perdem suas características e são descartados, que é o canal de distribuição reverso de pós-consumo, assim como a pós-venda que também é uma das mais importantes. (Leite, 2003, p.67)

As atividades envolvidas na logística reversa são a coleta, a separação, a embalagem e a expedição de itens usados, danificados ou obsoletos, dos pontos de venda ou consumo até os locais de reprocessamento, reciclagem, revenda ou descarte. (STEVEN, 2004 apud BERTAGLIA e BINOTO, 2017, p.56)