RESÍDUOS DA CONTRUÇÃO CIVIL
Por: Val Teixeira • 22/6/2017 • Trabalho acadêmico • 1.253 Palavras (6 Páginas) • 200 Visualizações
Durante a maior parte da história, os seres humanos não produziram resíduos suficientes para exigir gerenciamento. A gestão de resíduos tornou-se cada vez mais importante, no entanto, começando durante a época da Revolução Industrial. Historicamente, os preços dos materiais de construção foram o fator limitante na construção, não no trabalho, de modo que os construtores conservaram o uso de materiais sempre que possível. Os materiais de construção tornaram-se cada vez mais produzidos em massa após a Segunda Guerra Mundial, resultando em materiais baratos, de alta qualidade e uniformes. Com o acesso a materiais baratos e de alta qualidade, uniformes e preços de mão de obra cada vez maior, os empreiteiros tornaram-se menos preocupados com conservar material e mais interessados em fazer as coisas rapidamente com custos trabalhistas mínimos (FERNANDES, 2013).
No Brasil, o aumento da produção de resíduos tanto na indústria quanto nos municípios resultaram nas resoluções normativas do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) – “órgão colegiado de caráter deliberativo e consultivo do Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA, [...] constitui importante instância de participação social e de cooperação entre o governo e sociedade” (CONAMA, 2012, p. 10).
No âmbito de resoluções de tratamento e destinação final de resíduos e produtos perigosos, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) criou a Resolução Nº. 307, publicada em 2002, “que estabeleceu diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, atribuindo aos municípios e aos grandes geradores a responsabilidade de segregar e dispor seus resíduos de acordo com uma classificação sugerida” (SILVA, 2007, p. 8).
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), relacionada nas disposições da Resolução Nº. 307 fixam os requisitos exigíveis para projeto, implantação e operação de resíduos da construção civil - NBR 10.004/04: Classificação de resíduos sólidos em geral; NBR 15.112: Área de transbordo e triagem; NBR 15.115 e 15.116: Agregados reciclados, entre outras.
Na fase de concepção do empreendimento, resoluções e programas necessitam ser consultado quanto aos resíduos, nesse contexto, o manual de Plano Diretor de Resíduos Sólidos da Região Metropolitana da Grande Vitória – ES, possui informações sobre plano de gerenciamento de resíduos da construção, tipologia, formas de armazenagem, manuseio, destino, legislações e mais (INSTITUTO JONES DOS SANTOS NEVES, 2009).
Definir algo como sustentável significa que é um processo ou criação que pode ser usado por um longo período de tempo sem ser consumido ou destruído. Os principais aspectos da sustentabilidade na construção são que o conceito ou edifício é sustentável economicamente, socialmente / culturalmente e ambientalmente. O desenvolvimento de estilos de vida e práticas sustentáveis é uma parte fundamental para garantir que o ambiente em que a humanidade vive continua saudável e capaz de sustentar o uso em longo prazo.
A sustentabilidade é importante na engenharia civil e construção por causa da consequência que o ambiente construído tem sobre o ambiente natural, conforme os dados do aluno de MBA em Gestão de Negócios Imobiliários e da Construção Civil:
A construção civil tem um grande impacto econômico, social e ambiental em nível mundial bem como no contexto brasileiro. Mundialmente, representa 10% do PIB, enquanto no Brasil representa 9,2% do PIB, ou seja, bem próximo de sua importância em nível global. O consumo de água pela construção civil no Brasil está em torno de 16% de toda a água consumida no país enquanto no mundo todo a participação do consumo de água pela construção civil sobe para 20%. O consumo de materiais utilizados para construção de imóveis ou infraestrutura, em nível mundial representa 40% de tudo que é utilizado em todos os setores produtivos da economia. No Brasil, o consumo apresenta nomenclatura diversa da mundial, informando um consumo de 9,4 toneladas de materiais consumidos por habitante. Essa quantidade representa aproximadamente 1,78 bilhão de toneladas. Uma das consequências do grande consumo de materiais é o grande volume de resíduos, que mundialmente representa 30% dos resíduos totais gerados, enquanto no Brasil novamente o dado é apresentado de forma diversa, informando que a produção de resíduos chega a 500 kg por habitante por ano, ou cerca de 95 milhões de toneladas de resíduos. O consumo mundial de energia elétrica pelo setor da construção civil representa 35%. No Brasil, se esse consumo for equivalente ao mundial, representará um consumo superior ao que é produzido pela hidrelétrica de Itaipu (BRENNER, 2015).
O setor tem um grande desafio: como conciliar uma atividade produtiva desta magnitude com as condições que conduzam a um desenvolvimento sustentável consciente, menos agressivo ao meio ambiente. A reciclagem de resíduos pela indústria da construção civil vem se consolidando como uma prática importante para a sustentabilidade, atenuando o impacto ambiental gerado pelo setor ou reduzindo os custos. Os resíduos de construção e demolição (RCD) são os desperdícios de materiais de construção e escombros gerados durante a construção, remodelação, reparação e demolição de casas, edifícios comerciais, pavimentos e estruturas artificiais semelhantes. Os resíduos da construção civil (RCC) são “tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica e outros itens diversos” (BRASIL, 2002).
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