RESENHA CRÍTICA DE “HOMENS OU FOGO?”
Por: jv_so • 5/8/2021 • Resenha • 1.934 Palavras (8 Páginas) • 1.277 Visualizações
MARSHALL, Samuel Lyman Atwood. Homens ou fogo? Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 2003. p. 39-52
RESENHA CRÍTICA DE “HOMENS OU FOGO?”: Capítulos 3 e 4
O livro ‘’Homens ou fogo’’, de autoria de Samuel Lyman Atwood, é uma obra que junta coletâneas de entrevistas sobre o Teatro de Operações do Pacífico, com o objetivo de passar de maneiro clara e concisa, que o combatente a pé (Infante) é a principal ferramenta do campo de batalha, apesar dos novos desenvolvimentos tecnológicos que havia desde a época da Segunda Guerra Mundial, tais como aviões, blindados e carros de combate.
Samuel Lyman Atwood, nasceu em 18 de julho de 1900, em Catskill, Nova York, filho de Caleb C e Alice Medora Marshall. Alistou-se no exército em 28 de novembro de 1917, serviu na França (Empresa A, 315º Engenheiros, da 90ª Divisão) como sargento. Depois de retornar à vida civil em setembro de 1919, Marshall cursou brevemente a Texas School of Mines (agora Universidade do Texas em El Paso) e depois trabalhou em vários empregos até 1922, quando começou sua carreira jornalística no El Paso Herald . Durante esse tempo, ele adotou seu apelido, Slam, uma sigla de suas iniciais, para suas assinaturas. Ele serviu como repórter, editor de esportes e editor municipal do jornal até 1927, quando se juntou à equipe do Detroit News. Lá, ele permaneceu como redator editorial pela maior parte do resto de sua vida, exceto nas ausências relacionadas ao serviço militar. Durante os anos anteriores à Segunda Guerra Mundial, ele viajou com frequência para o México e a América Central como correspondente cobrindo eventos nesses países. Ele também se tornou um comentarista de assuntos militares e, quando a guerra estourou em 1939, ele deu início a uma transmissão noturna de rádio na estação WWJ. Em 1940 publicou seu primeiro livro, Blitzkrieg , que foi recebido favoravelmente pelos grandes historiadores militares britânicos JFC Fuller e Basil H. Liddell Hart.
Em sua longa carreira como comentarista militar, Marshall escreveu mais de trinta livros, dezenas de artigos em jornais e incontáveis artigos de jornal, rádio e televisão. Seus livros incluem The River and the Gauntlet (1953), Pork Chop Hill (1956), Battle at Best (1964) e Battle in the Monsoon(1967). Além de sua participação em quatro guerras americanas, ele observou a Guerra do Sinai em 1956 e a Guerra dos Seis Dias de 1967, a crise do Líbano em 1958, a guerra civil no Congo em 1961 e os distúrbios no sudoeste da África em 1965. Marshall recebeu muitas honras e prêmios durante sua vida, incluindo a Legião de Mérito, a Estrela de Bronze com aglomerado de folhas de carvalho, o Emblema de Infantaria de Combate e a Legião de Honra. Ele também foi eleito para o National Cowboy Hall of Fame em 1972.
O Capítulo 3, ‘’O homem no campo de batalha’’, é um capítulo que começa explicitando sobre a necessidade do soldado de Infantaria saber realmente como é o campo de batalha antes de se colocar nele, e não pensar previamente que é um lugar como as pessoas que nunca foram pra guerra descrevem e distorcem, como é nas novelas e romances. Pessoas que já experimentaram a guerra devem ser pessoas de auxílio e que devem passar essa experiência aos ignorantes do campo de batalha ainda, caso contrário os novos soldados irão chegar na guerra como estranhos, e provavelmente muitas vidas irão ser perdidas desnecessariamente, somente pelo fato delas não possuirem um simples e efetivo conhecimento prévio sobre o que é e o que há no campo de batalha, de acordo com o autor.
Posteriormente, o autor afirma, entretanto, que certos fatos e acontecimentos somente se adquire conhecimento a partir do exercício empírico da guerra, e também aponta fatores que levam a esse pensamento de que o soldado deve possuir um conhecimento prévio a mais além do que saber o básico ( instruções diversas aprendidas sobre armamento, sobrevivência e entre outros). Primeiramente, o autor constrói uma problematização acerca do relacionamento entre o soldado e seu armamento, do seu armamento com o terreno e do soldado com o terreno, afirmando que se deve condicionar à natureza humana, de modo que se o terreno não fornece condições de proteção, o infante deve sabe se posicionar e se defender com a sua arma. Em segundo e último plano, afirma que quando colocado apenas sobre aspectos humanos, não materiais, em máxima evidencia que, as unidades táticas obterão seu maior rendimento eficiente.
Em seguida, o texto concretiza a maior causa do fracasso dentro do campo de batalha: falhas do controle da natureza humana. Quase inevitavelmente a causa é diminuição da intensidade do fogo, a falta da economia de forças entre os soldados que lutam lado a lado. Nem sempre é culpa do comando, mas as vezes do subordinado que, pressionado pelo momento da batalha, não corresponde às ordens dadas pelo escalão superior de sua fração. Conforme o livro, percebe-se que o soldado da época era instruído por um pensamento e doutrina já ultrapassados, que era o reflexo, um método que vista uma resposta automática. Todavia, o autor propõe um novo método de instrução dos infantes, de modo que os estimulasse a pensar, de ser flexível, de se adaptar a qualquer situação que a guerra o colocasse e também de tirar o máximo de proveito do seu camarada.
Por último, a derradeira ideia relevante que Samuel introduz no capítulo é sobre a motivação subjetiva de cada soldado, afirmando que o toque humano ou o contato humano entre os soldados que é o maior fato que dá coragem a eles, é o que os faz continuar avançando. Esse sentimento de unidade espiritual é o que fortalece a tropa no campo de batalha, como fez o personagem de ficção fuzileiro Dodd de C. S. Forest, de acordo com Slam.
Esse Capítulo reúne os elementos mais relevantes que Samuel Lyman considerou sobre o campo de batalha da guerra. Realmente, considerando o pensamento da época é possível observar sobre o conhecimento avançado de Marshall. O conhecimento prévio além do normal pro soldado é um excelente caminho para evitar mortes e principalmente para os guiar e trilhar novas estratégias contra o inimigo. Juntamente com isso, compilando o novo método de instrução proposto é possível se formar soldados autodidatas, mesmo que seja característica de um oficial. Ou seja, um soldado mesmo poderia exercer a liderança que somente um Oficial da época faria, se tornando adaptado ao meio que a guerra o colocaria, usando seu armamento de maneira eficiente e tomando iniciativas corretas que garantiria à tropa, o sucesso, mas não comandaria os seus pares, obviamente. Por fim, o contato humano já é algo que é requerido em tempos de paz, em casos de guerra então é algo que é de urgência preocupação, visto que é isso que garante as vezes o acalmo do companheiro do lado, o pensar mais profundo, e o respirar mais calmo, de forma que assegure que o camarada não faça algo sem pensar, evitando assim perdas de vida desnecessárias.
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