RESENHA CRÍTICA: REFLEXÕES SOBRE A DIGITALIZAÇÃO DE DOCUMENTOS E UTILIZAÇÃO DE DOCUMENTOS DIGITAIS NA PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA HISTÓRICA
Por: Fernanda Sarmento • 21/6/2020 • Resenha • 1.534 Palavras (7 Páginas) • 815 Visualizações
RESENHA CRÍTICA: REFLEXÕES SOBRE A DIGITALIZAÇÃO DE DOCUMENTOS E UTILIZAÇÃO DE DOCUMENTOS DIGITAIS NA PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA HISTÓRICA
O texto inicia abordando sobre a necessidade da humanidade em registrar a memória histórica do seu tempo, visto que com o passar dos anos tem sido o recurso utilizado pelo homem para registrar o conhecimento de uma época e pode agregar valor ao presente independentemente do suporte. Contudo, tem-se a preocupação em como garantir a durabilidade desses documentos históricos, que podem estar em variados suportes, e com isso, uma alternativa capaz de romper barreiras geográficas e temporais, e possibilitar o acesso sem que degrade o original é a utilização dos documentos em formato digital.
No texto os autores apresentam trechos que levam a compreensão da memória e memória histórica, baseando-se na literatura, em que apresenta a memória como a tradição e a cultura de um povo, sendo esta criada em coletividade, ou seja, a memória de uma sociedade. Quanto a memoria histórica, segundo o texto, são os fotos notáveis de um indivíduo e os documentos históricos, a representação materializada da memoria histórica, em que temos o dever de preservar e disseminar para que todos tenham o acesso sempre que necessário de forma segura, então deve-se buscar recursos que possa garantir o acesso sem que cause qualquer deterioração do suporte ou perdas das características em que está registrado. Mas além disto, para fornecer o acesso aos documentos históricos, como não estão mais aos cuidados dos seus criadores, estes precisam ser cuidados por profissionais para que possam interpretá-los, preservá-los e disponibilizá-los a quem interessar, mas sempre garantindo a sua integridade física, visto que é onde encontra-se respostas no presente e futuro sobre o que ocorreu no passado.
Diante do exposto, os autores sugerem que seja feita uma política de avaliação aquedada para que seja possivel normalizar a seleção dos documentos, atribuindo-lhes prazos de guarda conforme o tipo e teor do documento, considerando que há tipos de devem ser preservados de forma permanente. Outro fator a ser considerando ao determinar meios e formas de preservação dos documentos, estão relacionadas as suas características, formas e conteúdos e a sua classificação (gênero, natureza do assunto, iconográficos, textuais, sonoros, cartográficos, dentre muitos outros), para que não ocorrer riscos de perdas de informações. E nos dias atuais com a integração entre a Tecnologia da informação e a ciência da informação, e com o crescimento da produção de documentos e informações digitais, surge a necessidade de estudos que envolvam as políticas de preservação dos documentos físicos e dos sistemas de gerenciamento, assim como os processos de migração, a durabilidade e a confiabilidade dos suportes informacionais, visando a preservação da memória histórica.
Acerca da memória histórica, o texto defende a sua preservação, o direito ao acesso a informação, seja para pessoa física ou instituição, o objetivo é sempre assegurar o acesso as informações, embora deve-se sempre observar o direito a privacidade, o sigilo comercial e segredos governamentais previstos em lei. Portanto para que possa garantir o acesso, observando as afirmações acima, no quesito, produção, utilização e destinação, deve-se observar o ciclo vital dos documentos que compreende três idades a) arquivos correntes; b) arquivos intermediários e, c) arquivos permanentes:
- Os arquivos correntes, são os documentos em que a sua permanência depende de sua tipologia, função ou vigência;
- os arquivos intermediários, são o que ultrapassam o seu prazo de validade jurídicos-administrativo, mas ainda podem utilizados pelo produtor, nesta fase já são submetidos a tabela de temporalidade, determinando os critérios e justificativas para a eliminação de papeis desnecessários e sem interesse histórico e,
- os arquivos permanentes, tem-se a garantia de preservação definitiva, ocorrendo o seu recolhimento. A guarda permanente é assegurada pela lei 8.159/91, por se tratar de documentos de valor histórico, probatórios e informativos, que devem ser preservados definitivamente.
Apos a definição de documentos histórico e a preservação, o texto inicia com argumentos acerca dos dias atuais, ao qual, diante dos avanços tecnológicos tem-se uma tendência a concepção de documentos digitais, contudo os autores, fazem observações que mesmo sendo os arquivos em formato digital, não se deve deixar de considerar os aspectos de organização e preservação, pois a preservação é considerada uma conjunto de medidas e estratégias que contribuem de forma direta e indireta na preservação da integridade dos documentos, pois os documentos podem ser criados em variados tipos de suporte, como por exemplo o papel, sendo o mais comum, mas que também podem existir no formato digital, através do processo de digitalização, mas há também os criando em computador, sendo os documentos digital, que também não devem ser esquecidos nos processos de organização, tratamento e preservação. Cabe frisar que, há uma diferença entre o documento digitalizado em que se refere a uma cópia de um documento original existente em outro suporte e o documento nativo digital é aquele já concebido no formato digital. A diferença entre os dois tipos está no documento digitalizado, ao qual evita o manuseio dos documentos originais, fator que reduz a sua degradação. Contudo em ambos os casos, desde que tenham informações permanentes, devem ser preservados como forma de garantia na compreensão do passado ou para que a justiça seja feita, fator que referencia uma garantia na defesa da necessidade de assegurar a autenticidade dos documentos, assegurando que não houve adulteração, após a sua criação.
Quanto a digitalização, o texto apresenta etapas pré-definidas, ao qual consiste na preparação do documento (podendo haver a necessidade de uma restauração), a configuração do dispositivo de captura (dependendo do tamanho e estado do documento), o controle de qualidade das imagens obtidas, a indexação e o armazenamento. É importante que a digitalização seja feita de forma cuidadosa, para que obtenha da qualidade das imagens e maior nível de detalhes de primeira mão, para que não seja necessário a repetição do processo, visto que a digitalização também pode significar uma ameaça inicial a preservação, pois os documentos são retirados de sua arranjo original e acondicionamento e no processo de captura podem estar sujeitos a degradação.
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