RESENHA: Rubem Alves: Filosofia da Ciência Introdução ao jogo e suas regras
Por: Flora24 • 29/9/2019 • Resenha • 950 Palavras (4 Páginas) • 1.973 Visualizações
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Rubem Alves: Filosofia da Ciência Introdução ao jogo e suas regras
Em Filosofia da Ciência Introdução ao jogo e suas regras, Rubem Alves autor e escritor brasileiro de diversas obras, apresenta uma análise crítica escrita dividida em onze capítulos, nos quais discorre a respeito de como as pessoas veem, seguem e obedecem cegamente aos chamados cientistas. Quanto a isso, o mesmo faz a seguinte pergunta: “O que é que as pessoas comuns pensam quando as palavras ciência ou cientista são mencionados?” (ALVES, 1981, p.7).
A partir de então, o autor faz um alerta a respeito da necessidade de se desmistificar a visão que as pessoas possuem da ciência e do cientista em si, de percebe-los como algo que é superior, de considerar o mesmo como uma pessoa que pensa melhor do que as outras.
Dessa forma, o autor, no decorrer dos dois capítulos iniciais aguça a curiosidade do leitor, o conduzindo através de jogos de perguntas e respostas organizadas, dentro de um raciocínio logico e estruturado, apontando as fortes semelhanças e ao mesmo tempo diferenças entre a ciência e o senso comum.
Alves (1981, p.10) quando questionado a respeito do que é senso comum posiciona-se dizendo: “prefiro não definir, talvez simplesmente dizer que senso comum é aquilo que não é ciência e isto inclui todas as receitas para o dia-a-dia, bem como os ideais e esperanças que constituem a capa do livro de receitas”
E quanto a ciência o mesmo diz que não é algo muito diferente do senso comum, que é uma espécie de senso comum especializado, controlado e disciplinado em seu uso.
Dando continuidade com o terceiro e quarto capítulos, Rubem Alves aponta o ponto comum entre ciência e senso comum, esse comum sendo representado pela busca e estabelecimento da ordem pelo o homem, este sendo cientista ou não, porém, que sempre a busca. “Não importa as diferenças que separam o senso comum da ciência: ambas estão em busca de ordem.” (ALVES. 1981, p.28). Tratando-se da ciência, o estabelecimento da ordem se da por meio de métodos sistematizados, os quais vem com o objetivo de isolar o cientista da influência da subjetividade. Também é destacado a analise realizada por um cientista a partir de um determinado modelo: “a inteligência está diretamente relacionada à nossa capacidade para inventar modelos. Modelos nos permitem simular o que deverá acontecer, sob certas condições” (ALVES, 1981, p.29). Seguindo por essa linha, o modelo representa um objeto constituído por conceitos, nos permitindo representar de forma similar ao real o que é possível acontecer sob determinadas condições.
Decifrando mensagens cifradas, capitulo o qual Rubem Alves vem falar que a decifração de “códigos” requer a utilização de chaves que quando identificadas possibilitam o conhecimento daquilo que se pretendia, ou seja, mensagens que aparentemente são insignificantes, portanto, o sentido é um desafio à razão, à inteligência e persistência do homem. O autor ainda faz uso de uma representativa afirmação de Galileu, “O livro da natureza está escrito em caracteres matemáticos”, ao fazer uso dessa afirmativa, Alves, explica que ao decifrar “mensagens” da natureza a ciência faz uso de hipóteses e perguntas que demandam para sua confirmação a observação e o experimento. Continuando com o capitulo que tem por título “Pescadores e Anzóis”, o autor discorre fazendo uma analogia a respeito do pescador e do cientista, das redes de pesca e as teorias, os peixões e os objetos de estudado, o anzol e o método de pesquisa. Segundo o autor “anzóis são métodos: da mesma forma como os anzóis predeterminam os resultados da pescaria, os métodos predeterminam o resultado da pesquisa. Porque os métodos são preparados de antemão para pegar aquilo que desejamos pegar” (p.87).
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