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Por:   •  28/4/2015  •  Bibliografia  •  1.218 Palavras (5 Páginas)  •  241 Visualizações

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A água é uma substância fundamental para os seres vivos. Nos humanos, constitui cerca de 70% do peso corporal e desempenha funções como meio para o transporte de outras substâncias e regulagem da temperatura corporal. Além da ingestão, há também os diversos usos, sendo a agricultura o principal, respondendo por cerca de 70% do consumo global. A água natural pode ter substâncias e organismos prejudiciais à saúde humana, devendo ser tratada para diminuir sua concentração ou eliminá-los, considerando seus diferentes usos.

A existência da água pura é hipotética. Mesmo na água destilada há impurezas voláteis e outros compostos orgânicos e inorgânicos que, mesmo removidos, serão repostos pelo contato com o ar atmosférico, devido à dissolução de gases como dióxido de carbono e oxigênio. (DI BERNARDO e DANTAS, 2005)

A Figura 1 demonstra a distribuição da água no planeta e no Brasil.

Figura 1: Distribuição de água (a) no planeta e (b) no Brasil.

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Fonte:  (DI BERNARDO e DANTAS, 2005).

Teoricamente, qualquer água pode ser tratada independente de sua qualidade. Mas, quanto mais contaminada, maiores os custos e os riscos envolvidos.

Para planejar um processo de tratamento adequado, deve-se conhecer a qualidade da água bruta. Isso evita erros no projeto da estação, algo bastante comum. A escolha de um manancial deve ser precedida de um estudo da qualidade de sua água, bem como as variações dessa qualidade com o tempo. Também deve haver um plano de preservação do manancial, evitando variações drásticas nas características da água, que tornariam ineficiente a tecnologia de tratamento empregada. O acompanhamento da qualidade durante o uso do manancial também é fundamental. (DI BERNARDO e DANTAS, 2005)

A Resolução 357 do CONAMA, de 2005, classifica as águas doces, salobras e salinas do Brasil e determina valores máximos de parâmetros de qualidade. São mais de setenta parâmetros que devem ser medidos, algo impraticável em determinadas regiões do Brasil devido aos custos envolvidos. Mas é importante atender às exigências a fim de determinar corretamente as tecnologias de tratamento, que possibilitarão o cumprimento dos padrões de potabilidade estabelecidos pela Portaria 2.914 do Ministério da Saúde (2011).

  1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

  1. Parâmetros de interesse no tratamento da água

A seguir tem-se uma descrição dos principais parâmetros que são considerados no tratamento de água. A Portaria 2.914/2011 do Ministério da Saúde estabelece limites ou valores recomendados para muitos deles.

  1. Características biológicas

São determinadas por exames feitos na água, identificando e quantificando os organismos presentes – geralmente microscópicos denominados plâncton. Esses exames contribuem para a análise da poluição da água e auxiliam no desenvolvimento de métodos de tratamento que evitem o crescimento indesejável desses organismos.

  1. Coliformes

Podem ser usados como indicadores de poluição recente por fezes ou contaminação. Embora não seja determinante, verifica-se que quanto maior o número de coliformes maior a probabilidade de existirem organismos patogênicos. A presença de coliformes pode se relacionar com a turbidez da água: geralmente, quanto menor turbidez, menor o número de coliformes. Os coliformes são classificados em dois subgrupos: totais e fecais ou termotolerantes. Os coliformes totais são compostos por bacilos Gram-negativos, aerobios ou anaerobios facultativos, nao formadores de esporos, oxidase negativos, entre outras especificações. Já os coliformes fecais ou termotolerantes são assim ditos por se desenvolver e fermentar a lactose com producao de ácido e gás a temperaturas acima de 40 oC, em 24 horas. Tem como principal bactéria a Escherichia coli. (CETESB, 2007)

  1. Algas

Há o risco de que as algas obstruam os filtros ou passem por eles e se acumulem na água tratada, gerando odores e liberando toxinas extremamente perigosas aos humanos. Por isso, as estações devem estar preparadas para removê-las ou inativá-las.

  1. Protozoários

Os protozoários do gênero Cryptosporidium podem causar diarreia agressiva em pessoas com sistema imunológico deficiente (portadores da AIDS, por exemplo) e em crianças menores de 2 anos. A contaminação ocorre por meio de ingestão de água ou alimento contaminado. No ambiente, o protozoário está presente em uma forma resistente, o oocisto, que não pode ser combatido pelos métodos de desinfecção tradicionais. (DI BERNARDO e DANTAS, 2005)

A Tabela 1 mostra os principais organismos infecciosos encontrados nas águas.

Tabela 1.  Principais organismos infecciosos encontrados nas águas.

Bactéria

Vírus

Protozoário

Helminto

Campylobacter jejuni

Adenovírus (31 tipos)

Balantidium coli

Ancylostoma duodenale

Escherichia coli

Enterovírus (31 tipos)

Entamoeba histolytica

Ascaris lumbricoides

Salmonella

Hepatite A

Giardia lamblia

Echinococcus granulosis

Shigella

Norwalk

Cryptosporidium

Necator americanus

Vibrio cholerae

Reovírus

Fasciolopsis buski

Yersina enterocolitica

Coxsackie

Strongyloides stercoralis

Rotavírus

Taenia solium

Trichuris trichiura

Fonte: (DI BERNARDO e DANTAS, 2005)

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