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Reportagens De Um Tempo Mau: A Violência Na Obra De Plínio Marcos

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Por:   •  13/6/2014  •  540 Palavras (3 Páginas)  •  316 Visualizações

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Foi em 2006 que se deu o encontro definidor de minha trajetória acadêmica com a

obra do autor santista Plínio Marcos (1935 – 1999), por intermédio da então Professora

Substituta da Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia, Juliana Ferrari, no

componente curricular Estudo do texto dramático. Tive a oportunidade durante esse tempo de

estudar mais a fundo obras de dramaturgos brasileiros de um período da história do Brasil que

a mim sempre se apresentou como instigante pela revolta que me causa: os anos de 1960 e a

ditadura militar. Dentre os autores estudados naquela ocasião estavam Carlos Queiroz Teles,

Oduvaldo Viana Filho e Chico de Assis, mas foi com o dramaturgo Plínio Marcos e o

universo retratado por ele que percebi a força pungente do teatro vivo, difícil e pesadamente

belo que acompanharia o meu imaginário a ponto de influenciar meus desejos como

pesquisador, desembocando no trabalho que aqui apresento.

Naquele ano estavam em cartaz no circuito teatral da cidade de Salvador duas

encenações de textos de Plínio Marcos, sendo uma delas a de Navalha na carne (texto escrito

em 1967), dirigida por Juliana Ferrari do Teatro Gente-de-fora-vem. A outra encenação – de

Barrela (texto escrito em 1959) – cujos primeiros experimentos cênicos eu havia assistido na

Sala 5 da Escola de Teatro, era dirigida por Nathan Marreiro, da Cia. de Teatro Gente. A força

das circunstâncias permitiu que esses eventos chegassem a mim juntamente com a impactante

concepção de ambas as encenações, que muito me mobilizaram no sentido de refletir acerca

do tema ululante em ambas: a violência e seus desdobramentos sociais. Evidentemente não

tinha consciência dos rumos que este encontro com a obra do dramaturgo santista tomaria em

minha formação. Deste modo, a minha afinidade com o universo pliniano se configura a partir

de uma relação de afetividade e, em certo ponto, de reconhecimento.

Como estudante do curso de Licenciatura em Teatro da UFBA, durante a

graduação entre os anos de 2004 e 2008 fui, juntamente com meus colegas de turma,

estimulado a pensar o teatro a partir de uma dimensão dupla: a ética e a estética. Para fins

deste trabalho estas duas concepções se confundem propositalmente. Não posso negar este

ponto chave de minha formação, a partir do qual miro toda a minha breve experiência com o

fazer teatral. Portanto, o lugar de meu olhar neste trabalho é do pesquisador

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