Resenha Ailton Krenak - O Amanhã Não Está à Venda

KRENAK, Ailton. O amanhã não está à venda

Ailton Krenak é um dos maiores líderes indígenas do Brasil, é filósofo, escritor, poeta, jornalista e ativista do movimento socioambiental e de defesa dos direitos indígenas. Foi o fundador da ONG Núcleo de Cultura Indígena e organizou a Aliança dos Povos da Floresta.

Este texto de Krenak apresenta diversas reflexões a respeito da natureza, e de como nós humanos a tratamos, uma relação de antropocentrismo, o texto fala também sobre a pandemia e seus efeitos, traz à tona uma crítica as questões políticas que apresentam que apenas os que produzem, e que são jovens e saudáveis são importantes, e mostra que existem diversos grupos abandonados pelo estado que infelizmente vivem uma grande miséria desde muito tempo antes da pandemia, devido a omissão e negação de políticos.

Em um primeiro momento, Krenak fala sobre os acontecimentos da pandemia, tanto no meio indígena, onde infelizmente já viviam um isolamento, devido as invasões e explorações de suas terras, quanto na população mundial onde apresenta uma possível reflexão da humanidade sobre o que é ser humano. Ao meu ver Krenak acredita que a sociedade possa ter um pensamento diferente após a pandemia, ele cita também as desigualdades entre povos e sociedades e a falta de responsabilidade de nossos políticos, principalmente no momento que estamos vivendo. É evidente também seu descontentamento com relação aos posicionamentos políticos de que devemos permanecer vivendo normalmente, segundo esses políticos porque não podemos parar de trabalhar, produzir, ou deixar de ir a escola, como se a vida não funcionasse sem nós humanos, o que para mim é um posicionamento completamente antropocêntrico, já que a natureza não depende de nós, eu vejo a relação humano e natureza como parte de um todo, o humano é apenas uma pequena parte desse todo, esse todo seria o mundo, o universo, a natureza e todos e todos os outros seres vivos, porém a sociedade enxerga e age como se fossemos os seres mais importantes do mundo, dizemos que o mundo vai “parar” sem nós, Krenak chega a dizer que somos piores que o Covid-19, pois destruímos cada vez mais a natureza e cada vez mais o número de espécies em extinção aumenta, fala também sobre quantas maquinas de oxigênio se fariam necessárias para toda população doente do covid, e como a natureza é tão graciosa que nós fornece esse oxigênio e muito mais de graça, e sem nos esforçarmos, Krenak diz que talvez isso que está acontecendo seja a natureza querendo nos dar uma lição, diante desses pensamentos eu acredito que nossa convivência com a natureza, e até mesmo nossa própria espécie tem passado bem longe da ideal e não me surpreenderia se tivéssemos que sofrer para aprender uma árdua lição. Vemos também falas que incitam que a economia não pode parar, porém a economia depende de nós vivos para funcionar, então porque não aguardar nesse momento?, infelizmente a sociedade só enxerga o ser humano útil, quando pode produzir, quando é jovem, quando se está saudável, quando a pessoa para de produzir se torna uma despesa, esse pensamento capitalista tem sido disseminado na nossa sociedade, levando outros acreditarem que deixar os que estão no grupo de risco morrer seria melhor pra sociedade, já que só dão despesas, é algo tão absurdo, mas infelizmente é a realidade do pensamento de muitas pessoas e políticos.

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