Ailton Krenak e a Visão da Pandemia
Por: Lucas Tokunaga da Silva • 15/10/2022 • Projeto de pesquisa • 542 Palavras (3 Páginas) • 150 Visualizações
Ailton Krenak
Biografia
Ailton Alves Lacerda Krenak, mais conhecido como Ailton Krenak, nasceu em 29 de setembro de 1953, no município de Itabirinha em Minas Gerais. É um escritor, pesquisador, ambientalista e também líder indígena. Sua origem provém do povo Krenak, suas atuações e pesquisas estão intrinsecamente ligadas à luta dos povos indígenas e às questões ambientalistas.
Sua obra mais conhecida é: “Ideias para adiar o fim do mundo”, na qual é abordada a relação entre a humanidade e a natureza, dando ênfase também aos desastres ambientais.
Pandemia do coronavírus na visão de Krenak
A pandemia do coronavírus é uma resposta da natureza às ações humanas sobre o planeta. Os biomas são muito sensíveis, integrando os seres humanos, do mesmo modo que incluem os animais, os rios e por isso, não deve haver uma incidência tão grande dos humanos nesses ambientes a ponto de excluir as outras vidas, quando isso acontece, abre-se uma porta de entrada para diversas adversidades, como: pandemias, e outros desastres.
“Filho, silêncio”.
Trecho de seu livro “O Amanhã não está à venda”.
A terra está pedindo para seus filhos pararem, silêncio. No momento em que foi preciso fazer a isolamento social, as águas dos rios, a qualidade do ar, a cor do céu e outros elementos da natureza tiveram mudanças muito grandes, em pouco tempo a Terra começou a se estabilizar, ao menos gradativamente, demonstrando o quanto as ações dos seres humanos interferem no planeta.
A Terra com a sua capacidade de autorregulação está desligando de alguma maneira as máquinas. Voltar a ligá-las todas de novo significa não aprender nada, significa aderir ao negacionismo.
Ao pensar em uso de energias, o petróleo é o mais usufruído, mesmo com diversas outras opções de energias renováveis. Não é a falta de opções que ocorre nesse caso, e sim um vício capitalista constante de décadas.
Na retomada da economia nos termos capitalistas durante essa pandemia, está havendo uma pequena revisão de valores, já que muitos países não tomavam a saúde como uma questão pública e sim como uma mercadoria.
Como o COVID-19 tem chegado nos territórios indígenas:
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Também através do agronegócio, na Reserva Indígena de Dourados ocorreu a primeira morte registrada de um Guarani Kaiowá, na qual a doença foi transmitida por um funcionário da JBS. Casos como esses ocorreram também no oeste do Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.
Panorama geral de povos indígenas:
O contágio do coronavírus está afetando muito as terras indígenas e alguns dos povos atingidos são:
- Guarani;
- Kaingang;
- Terena ;
- Guarani Kaiowá;
- Xavantes;
- Kokama.
Em Manaus a situação é crítica, pois há o maior número de óbitos de indígenas no país e mesmo assim ainda há uma subnotificação nesses números.
De acordo com os dados apresentados pela SESAI (Secretaria Especial de Saúde Indígena) e apurados pelo Comitê Nacional pela Vida e Memória Indígena:
- 163 povos foram afetados;
- 58614 casos foram confirmados;
- 1193 indígenas foram mortos pelo COVID-19 (171 mulheres / 422 homens / 600 sem informações).
Mensagem do movimento Emergência Indígena:
“A falta de transparência dos dados da SESAI impede a identificação de muitas cidades onde os óbitos aconteceram. Os dados com a sigla SI (Sem Informação) representam esses casos. Mais uma vez denunciamos sobre a falta de transparência e racismo institucional da SESAI e exigimos respeito aos nossos direitos.”
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