Resenha crítica: A Vida Não é Útil - Ailton Krenak
Por: cmssrp • 10/4/2023 • Resenha • 537 Palavras (3 Páginas) • 180 Visualizações
Resenha crítica: A vida não é útil - Ailton Krenak
Ailton Krenak, detentor do título doutor honoris concedido pela Universidade
Federal de Juiz de Fora, nascido na região leste do estado de Minas Gerais, possui
uma importante trajetória na luta pelos direitos das populações indígenas no Brasil e
pertence ao grupo étnico Krenak, que habita o Vale do Rio Doce. Em seu livro,
Ideias para adiar o fim do mundo, o autor nos apresenta a relação entre os povos
originários e a terra, e nos faz refletir sobre a forma negativa que imprimimos no
planeta Terra orientados pela cosmovisão que somos seres separados da natureza.
Krenak aborda temas importantes e provocativos, como o mito da sustentabilidade¹ ,
que nos fazem questionar e refletir sobre conceitos criados a fim de justificar a
exploração de recursos naturais e a depreciação da natureza, mascarados como
uma forma consciente de exploração, e nos chama atenção para a refletir que esse
é o processo de destruição do planeta.
Para os povos indígenas, a natureza é considerada como família, e sua relação
com ela, ao fazerem uso dos recursos e bens da natureza, é de respeito. Contudo,
as pessoas que estão divorciadas dessa conexão não têm qualquer compromisso
com os aspectos sagrados da natureza e por isso extraem dela os recursos de
forma irresponsável. Krenak cita a conversão e a reeducação dos seringueiros
através do convívio com a natureza, o que define como Florestania², onde nos
apresenta uma possibilidade de busca de alternativa para o reencontro das
humanidades, citando também o sociólogo português Boaventura de Souza Santos,
nos levando a conhecer e refletir sobre as epistemologias do sul³, para refletirmos
sobre outras formas de enxergar o mundo.
Pensando numa forma de resgatar a sensibilidade, podemos partir para uma
reforma no pensar e ensinar, propondo uma pedagogia colonial⁴, a fim de recuperar
a corresponsabilidade com os lugares onde vivemos e o respeito pelo direito à vida
dos seres, através de uma educação multicultural e a esperança de conseguirmos
adiar o fim do mundo.
apresenta uma possibilidade de busca de alternativa para o reencontro das
humanidades, citando também o sociólogo português Boaventura de Souza Santos,
nos levando a conhecer e refletir sobre as epistemologias do sul³, para refletirmos
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