Resenha Sobre "a Arte De Escrever"

Resenha sobre o livro "A Arte de Escrever" de Schopenhauer

Primeiramente é importante enfatizar que nessa obra, o filósofo Arthur Schopenhauer não pretende apenas exprimir, como um escritor e filósofo renomado, a sua paixão por literatura - especialmente a clássica. Schopenhauer se mostra capaz de fazer frente a uma avaliação da literatura em geral, os autores de seu tempo e os mais antigos, e assim concluir qual é, segundo ele, a verdadeira arte de escrever.

As suas idéias sobre literatura estão subdivididas em cinco partes: Sobre a erudição e os eruditos, Pensar por si mesmo, Sobre a escrita e o estilo, Sobre a leitura e os livros e Sobre a linguagem e as palavras.

Schopenhauer é audacioso em sua obra, fazendo críticas aos estilos vigentes do século 19. Na primeira subdivisão "Sobre a erudição e os eruditos" é redigido que lucro é a fonte de inspiração de muitos escritores que escondem pensamentos subjetivos em livros de grande prestígio e vasta e vazia erudição, pensamentos que por vezes apresentam sim grande conhecimento mas que não correspondem à autenticidade de uma obra focada e aprofundada que transcende em sua época e são eternizados. Em A arte de escrever a erudição não tem valor se ela não constrói um saber e eleva o leitor a um outro estado, uma experiência nova que anexa nas nossas idéias.

Faz crítica à filosofia de Kant e à grandes escritores como Hegel - autor de Fenomenologia do Espírito -, classificando seus seguidores como "pseudofilósofos" e que "não buscavam expressar a verdade em estilo claro, mas fazer intrigas e demonstrar brilhantismo escondendo-se atrás de um estilo hiperbólico".

Estilo é essencial para o autor na diferenciação de escritores. Cada um tem um metódo que está contido em todas as suas obras, é uma espécie de identidade que comprova a sua autenticidade e fundamenta as raízes da qual as idéias são provenientes.

Para muitos A arte de escrever é uma crítica imediatista, mas de fato estabeleceu uma forma de evitarmos um declínio na literatura e até mesmo a redução deste às formas mais modernizadas que para o filósofo Johann Goethe em sua famosa frase, diverge até de questões Institucionais de Estado, segundo ele "o declínio da literatura indica o declínio de nações".