Resenha do livro Generos Textuais e Ensino
Por: ronei.caetano • 31/3/2021 • Resenha • 1.264 Palavras (6 Páginas) • 356 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ - UFOPA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – ICED
LICENCIATURA EM INFORMÁTICA EDUCACIONAL - 2019
DOCENTE ANDREI MORAIS
DISCIPLINA: ANÁLISE E EXPRESSÃO TEXTUAL-HIPERTEXTOS
DISCENTE: RONEI CAETANO SOUSA (2019000045)
RESENHA CRÍTICA DO LIVRO GÊNEROS TEXTUAIS E ENSINO: “AS LETRAS E A LETRA: O GÊNERO CANÇÃO NA MÍDIA LITERÁRIA”
Neste capítulo, o autor Nelson Barros da Costa traz uma abordagem sobre o gênero canção na mídia literária. O autor explica, que este capitulo tem o objetivo de verificar como o gênero canção pode ser representado e quais dos seus aspectos são destacados e que julgamento o gênero sofre na visão dos autores do texto ou dos editores, isto partindo da observação de dois veículos de mídia literária. Esta analise se dará a partir da breve e da prévia caracterização da identidade discursiva do gênero canção, sendo que o princípio que vai determinar a identidade de um gênero só poderá ser entendido pensando na relação deste com seus outros.
O Costa segue o texto trazendo a definição e a identidade da canção, em uma primeira definição. Segundo COSTA (2010):
“Numa primeira definição, digamos que a canção é um gênero híbrido, de caráter interserniótico, pois é resultado da conjugação de dois tipos de linguagens, a verbal e a musical (ritmo e melodia). Defendemos que tais dimensões têm de ser pensadas juntas, sob pena de confundir a canção com outro gênero, questão que examinaremos posteriormente. ” (COSTA, 2010, p.118)
O autor afirma que, a canção vai exigir uma tripla competência, seja ela verbal, musical e a lítero-musical, no qual a última citada tem capacidade de articular as outras duas linguagens. Ainda falando sobre a definição de canção, o autor diz que a canção se trata de uma peça verbal-melódica breve, de veiculação vocal. Segundo ele, essa divulgação deve se enquadrar nos cânones já instituídos pela linguagem musical de uma determinada sociedade. Em relação a uma comunidade enquanto objeto de uso ou de troca, esses conceitos da canção são extremamente flexíveis. Como COSTA (2010) afirma:
“De qualquer maneira, pode-se arriscar que certamente a canção não é nem exclusivamente texto verbal, nem exclusivamente peça melódica, mas um conjugado das duas materialidades. ” (COSTA, 2010, p.118)
Costa segue falando sobre a canção entre o oral e o escrito, o qual o autor traz alguns conceitos do linguista Luiz Tatit (TATIT, 1996), o mesmo afirma que uma canção se trata de uma fala camuflada em maior ou menor grau. Segundo ele, esta camuflagem esta constituída de uma transformação dos contornos de entonações da fala pela consolidação do movimento com frequências de sua entonação dentro de um percurso harmônico. Desta forma, cada indivíduo falaria ao seu modo conforme a situação comunicativa. Ainda segundo Tatit (1996), a voz da fala não está subordinada de modo exclusivo pela voz do canto, mas o segredo da canção popular é exatamente a preservação a ela verificada pela fala coloquial. Esse mesmo autor afirma que, a canção brasileira tem como característica, o malabarismo eficaz que equilibra o canto e a fala. Se essa voz e a voz da fala, canto passa a ganhar contornos de coloquialidade altamente persuasivos.
Com base nisso, Costa afirma que “Se, sem a voz, a melodia é mera estrutura, sem a voz que fala no canto, a voz aí é apenas mais um instrumento. ” (COSTA, 2010. p.120).
O autor segue este capitulo trazendo o resultado da observação de dois veículos de mídia literária, que são especializadas em literatura frente a tal gênero. Sendo escolhida alguns números de publicação literária Livro aberto (São Paulo, 1998) e Cult (São Paulo, 2001), esses veículos têm em comum o fato de dedicarem exclusivamente à música popular brasileira.
A primeira a ser analisada e a revista Livro Aberto, sendo essa voltada ao público de leitores com uma literatura de alto nível intelectual. Partindo disso, os seus artigos e reportagens trazem as discussões de questões teóricas e filosófica de difícil acesso e compreensão de leitores comuns. Em seu número dedica-se à MPB o qual chama de “MPB e literatura”. A revista mostra uma série de entrevistas individuais com muitos compositores e poetas.
Segundo Costa, após examinar a opinião desses letristas, músicos e poetas que tiveram participação nessa discussão. Percebeu-se que as opiniões deles foram controversas, sendo que para dois deles que eram mais envolvidos com a literatura, afirmaram que a interface melódica retrata o maior problema, na medida que acaba impedindo a apreciação “pura” do texto.
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