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Resenha o que é leitura

Por:   •  19/10/2015  •  Resenha  •  1.091 Palavras (5 Páginas)  •  580 Visualizações

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MARTINS, Maria Helena. O que é Leitura. 19 ª Edição São Paulo: Brasiliense, 2012.

Resenhado por Zacarias Silva de Matos Júnior

        Maria Helena Martins oferece mais um livro de extrema importância para a Língua Portuguesa, “O que é leitura? ”, com 94 páginas, divididos em seis capítulos, tais como: Falando em leitura; Como e quando começamos a ler; Ampliando a noção de leitura; O ato de ler e os sentidos, as emoções e a razão; A leitura ao jeito de cada leitor; e o por fim, Indicações para leitura. Cada capítulo apresenta, de forma didática, de fácil entendimento, os diversos tipos de leitura.

Maria Helena de Sousa Martins nasceu em Porto Alegre. Graduou-se no Instituto de Letras da UFRGS, onde lecionou Teoria e Crítica Literária, Literatura Brasileira, introduziu Literatura infanto-juvenil e fez Mestrado. Tornou-se Doutora em Teoria Literária e Literatura Comparada, lecionou Introdução aos Estudos Literários e coordenou Estágio de Formação do Educador em Serviço. Assessorou Projeto de Formação de Mediadores de Leitura Estudiosa da Leitura, seu referencial para investigar interação de linguagens verbais e não verbais, iluminação mútua de diferentes áreas do conhecimento e artes. Consultorias, cursos, seminários e oficinas que ministra voltam-se especialmente para a relação do leitor com o que lê e como expressa isso. A autora mostra a compreensão da leitura, dando ênfase aos aspectos básicos para o melhor conhecimento deste, em oposição ao conceito tradicional que restringe esta atividade à mera decifração dos sinais escritos.

No primeiro capítulo, a autora inicia falando um pouco sobre a leitura, explica que ler não é somente, decodificar as letras, na realidade está muito além desse conceito clichê. Ao longo de sua fala, expõe o quanto pode ser amplo o sentido da leitura, não se restringindo à palavra escrita, mas a um infinito de possibilidades tais como imagens, sons, fotografias, que podemos fazer antes de ter contato com a escola. Esse comportamento é devido ao nosso interesse momentâneo e que nossa leitura de palavras está associada à leitura em que temos do mundo.

No segundo capítulo, ela traz a ideia de como e quando começamos a ler. Os primeiros passos para ler são nada mais que a percepção física e mental desde criança. Adquirimos essa habilidade na alfabetização quando aprendemos a ler. Dessa maneira, a assimilação do código à imagem faz com que tenhamos a autonomia para decifrarmos os primeiros signos. Segundo a autora, essa assimilação organizada, a partir dos viveres cotidianos, nos habilita a ler tudo e qualquer coisa. Todavia, ela deixa claro que as relações culturais ou o convívio humano influenciam nas barreiras para o ato de ler. Como exemplo, cita o caso do analfabetismo, o qual há a associação dos signos linguísticos à imagem, mas sua fixação na memória dependerá da importância que a pessoa deu ao fato associado (signo mais imagem) e isso fará com que o aprendizado se fixe ou não na mente.

No terceiro capítulo, ela aborda um tema bastante discutido que é a decoreba, ou seja, as pessoas não estudam ou aprendem o que precisam, elas só decoram pra usar as informações em determinado momento. O qual deixa evidente que não confirma com a ideia da aprendizagem mecânica, sem a compreensão. Ainda, afirma e critica a divisão com o professor do conhecimento, e o aluno, o receptor das informações que o mestre seleciona como importantes para o aprendizado. Apresenta uma das possíveis soluções para o que foi relatado: incentivar a leitura, que, por sua vez, está em crise caracterizada pela ausência de livros. No entanto, como ela diz, deparamos com outro problema: é com os livros didáticos que os leitores têm maior contato, e estes não garantem a integridade dos fatos que eles levam para os alunos. Discorre que ainda há uma competência na leitura que está relacionada à precariedade socioeconômica que se reflete na ineficiência escolar. Segundo ela, o que é considerado como matéria de leitura na escola está distante de proporcionar aprendizado como no contexto geral que os leitores se inserem. Assim, ela sugere que os educadores repensem a prática de ensino, estabelecendo conexões com a realidade.

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