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Resumo As Cem Linguagens Da Criança -

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Por:   •  21/1/2015  •  7.245 Palavras (29 Páginas)  •  2.613 Visualizações

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EDWARDS, Carolyn. Parceiro, promotor de crescimento e guia – os papéis dos professores de Reggio em ação. In: EDWARDS, Carolyn, GANDINI, Lella e FORMAN, George. As cem linguagens da criança. A abordagem de Reggio Emilia na Educação da primeira infância. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999. [p.159-176]

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9 Parceiro, Promotor do Crescimento e Guia – Os Papéis dos Professores de Reggio em ação

Carolyn Edwards

NOTA DO TRANSCRITOR: Há a figura de um desenho, sob o qual está escrito: “’Retrato de uma professora’, realizado por uma criança de 5 anos da Escola Pablo Neruda.” FIM DE NOTA.

Em Reggio Emilia, o papel do professor no auxílio a aprendizagem é um tema de interesse e preocupação central e contínua. Nos últimos 30 anos, os professores e administradores têm discutido e refletido muito acerca das responsabilidades, dos objetivos, das dificuldades, dos prazeres e das oportunidades enfrentados pelos professores em seu sistema publico de cuidados infantis. Criaram juntos uma forma coerente de pensar e falar sobre o papel do professor dentro e fora da sala de aula, baseada - como todos os aspectos de sua organização, desenho ambiental, pedagogia e currículo - em uma filosofia explícita sobre a natureza da criança como aprendiz. Este capítulo descreve a visão que Reggio Emilia tem sobre o papel do professor, baseado em observações gravadas em vídeo em uma pré-escola, a Escola Diana, e em discussões registradas e entrevistas com professores e administradores, conduzidas desde 1983 como parte de um estudo a ser

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lançado, Colaboração e Comunidade na Sala de Aula Pré-Escolar: Amherts, Pistóia e Reggio Emilia, por Carolyn Edwards, Leila Gandini e John Nimmo. Citações de entrevistas formais, discussões em grupo e de observadores (coletadas, transcritas e traduzidas por membros da equipe do projeto) são usadas ao longo de todo este capítulo para ilustrarem os conceitos e transmitirem os significados distintivos, os modos particulares de transmissão de idéias e de comunicação com outros que foram encontrados em Reggio Emilia.

DEFINIÇÕES DO PAPEL DOS PROFESSORES EM REGGIO EMILIA

Nos Estados Unidos, quando definimos o papel do professor para a primeira infância, geralmente começamos esboçando suas dimensões essenciais, por exemplo: (a) promoção da aprendizagem das crianças nos domínios cognitivo, social, físico e afetivo; (b) manejo da sala de aula; (c) preparação do ambiente; (d) oferecimento de incentivo e orientação; (e) comunicação com outras pessoas importantes (pais, colegas, administradores, publico em geral) e (f) busca de crescimento profissional. O trabalho dos professores de Reggio Emilia cobre esses mesmos aspectos e, além disso, há dois outros papéis essenciais: (g) engajamento no ativismo político para defender a causa da educação pública precoce; e (h) condução de pesquisas sistemáticas sobre o trabalho diário em sala de aula para finalidades de difusão profissional, planejamento do currículo e desenvolvimento do professor.

Contudo, embora os educadores de Reggio Emilia assumam muitos papéis, eles invariavelmente começam, ao definir o papel do professor, discutindo a essência do que os professores fazem para a promoção do crescimento intelectual pelas crianças em grupos. Começam notando que é impossível uma cultura existir sem uma imagem das crianças. As crianças, como entendidas em Reggio, são protagonistas ativas e competentes que buscam a realização através do diálogo e da interação com outros, na vida coletiva das salas de aulas, da comunidade e da cultura, com os professores servindo como guias.

A visão intrinsecamente social da criança - um comunicador com uma identidade pessoal, histórica e cultural única - leva a sua visão particular sobre o trabalho do professor. Tiziana Filippini, falando a uma grande audiência de americanos em 1990, definiu esse papel claramente. O professor, como disse Filippini, às vezes trabalha "dentro" do grupo de crianças e ocasionalmente "apenas em volta" delas. O professor estuda-as, proporciona ocasiões, intervém em momentos críticos e compartilha as emoções intensificadas das crianças:

O papel do adulto é acima de tudo o de ouvinte, de observador e de alguém que entende a estratégia que as crianças usam em uma situação de aprendizagem. Tem, para nós, o papel de “distribuidor” de oportunidades; e é muito importante que a criança sinta que ele não é um juiz, mas um recurso ao qual pode recorrer quando precisa tomar emprestado um gesto, uma palavra. De acordo com o que Vygotsky [o

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psicólogo russo] disse, se as crianças já foram do [ponto] A a B e estão chegando muito próximas a C, ocasionalmente, em um momento tão especial, precisam da assistência do adulto. Sentimos que o professor deve estar envolvido com a exploração da criança, se deseja entender o que é ser o organizador e o estimulador de oportunidades... e nossas expectativas sobre a criança devem ser muito flexíveis e variadas. Devemos ser capazes de pegar a bola que ela nos lança e jogá-la de volta, de modo a fazer com que deseje continuar jogando conosco, desenvolvendo, talvez, outros jogos, enquanto vamos em frente (Fillipini, Palestra, National Association for the Education of Young Children, Washington, DC, November 16, 1990).

A metáfora final de pegar a bola da criança e lançá-la de volta foi enunciada antes por Loris Malaguzzi em uma discussão formal com nossa equipe de pesquisas e com a equipe de profissionais da Escola Diana (15 de junho de 1990). Foi uma metáfora importante, útil para outros, porque foi usada depois por Vea Vecchi, a atelierista desta escola, e depois reapareceu em outras entre vistas mantidas em meses subseqüentes, bem como durante a palestra de Filippini, a pedagogista, na NAEYC. Ao formular originalmente essa idéia, Malaguzzi estava salientando a importância de se observar exatamente o que as crianças dizem no dialogo, de modo que o professor possa captar uma idéia e lançá-la de volta - e assim, tornar o jogo mais interessante. Vecchi então elaborou as razões pelas quais considerava essa tarefa vital: porque freqüentemente as crianças expressam um novo insight experimental e parcialmente, de modo não-claro tanto para si ou para outros. O professor, observando o potencial da idéia para estimular o trabalho intelectual e o crescimento pelo grupo como um todo, entra em cena para reafirmar a idéia em uma linguagem mais clara

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