Resumo Os Sete Saberes
Por: macosumb • 6/9/2016 • Trabalho acadêmico • 1.533 Palavras (7 Páginas) • 881 Visualizações
RESUMO
Os sete saberes necessários à educação do futuro não têm nenhum programa educativo, escolar ou universitário. Eles dizem respeito aos setes buracos negros da educação, completamente ignorados, subestimados ou fragmentados nos programas educativos. Devem ser colocados no centro das preocupações sobre a formação dos jovens, futuros cidadãos.
O Conhecimento
O primeiro buraco negro diz respeito ao conhecimento. Apesar de sua fundamental importância, nunca se ensina o que é, de fato, o conhecimento.
Ao examinarmos as crenças do passado, concluímos que a maioria contém erros e ilusões. O conhecimento nunca é um reflexo ou espelho da realidade, é sempre uma tradução, seguida de uma reconstrução. Mesmo no fenômeno da percepção, os estímulos luminosos atravessam várias partes do cérebro para, enfim, transformar aquela informação primeira em percepção. Dessa forma podemos concluir que a percepção é uma reconstrução. Portanto, temos percepções, ou seja, reconstruções, traduções da realidade.
Toda tradução comporta o risco de erro, sabemos que não há nenhuma diferença intrínseca entre uma percepção e uma alucinação. São os outros que vão me dizer se o que vejo é verdade ou não. Estamos sempre ameaçados pela alucinação. Não seguimos a linha do que está escrito, pois, às vezes, nossos olhos saltam de uma palavra para outra e reconstrói o conjunto de uma maneira quase alucinatória. As traduções e as reconstruções são também um risco de erro e muitas vezes o maior erro é pensar que a ideia é a realidade.
Outras causas de erro são as diferenças culturais, sociais e de origem. Cada um pensa que suas ideias são as mais evidentes e esse pensamento leva a ideias normativas. Isso não ocorre somente no domínio das grandes religiões ou das ideologias políticas, mas também das ciências. O problema do conhecimento é um problema de todos e cada um deve levá-lo em conta desde muito cedo e explorar as possibilidades de erro para ter condições de ver a realidade, porque não existe receita milagrosa.
O Conhecimento Pertinente
O segundo buraco negro é que não ensinamos as condições de um conhecimento pertinente. É evidente que as disciplinas de toda ordem ajudaram o avanço do conhecimento. No entanto, não significa que seja necessário conhecer somente uma parte da realidade. É preciso ter uma visão capaz de situar o conjunto, colocar o conhecimento no contexto. Se não houver, por exemplo, a contextualização dos conhecimentos históricos e geográficos, cada vez que aparecer um acontecimento novo, não entenderemos nada.
O ensino por disciplina, fragmentado e dividido, impede a capacidade natural que o espírito tem de contextualizar. Não se pode conhecer as partes sem conhecer o todo, nem conhecer o todo sem conhecer as partes.
A Identidade Humana
O terceiro aspecto é a identidade humana. Podemos perceber alguns aspectos do homem biológico, alguns aspectos psicológicos, mas a realidade humana é indecifrável. Fazemos parte de uma sociedade, temos a sociedade como parte de nós. Somos de uma espécie, mas ao mesmo tempo a espécie é em nós e depende de nós. O relacionamento entre indivíduo-sociedade-espécie é como a trindade divina, a realidade humana é trinitária.
Mas o que é importante para a identidade humana é saber que nossa missão não é mais a de conquistar o mundo. Nossa missão se transformou em civilizar o pequeno planeta em que vivemos. Quando sonhamos com nossa identidade, devemos pensar que temos partículas que nasceram no despertar do universo. Somos todos filhos do cosmos, mas nos transformamos em estranhos através de nosso conhecimento e de nossa cultura. Somos uma parte da sociedade, uma parte da espécie, seres desenvolvidos sem os quais a sociedade não existe. Ao mesmo tempo em que o ser humano é múltiplo, ele é parte de uma unidade.
Chegamos, então, ao ensino da literatura e da poesia. Elas não devem ser consideradas como secundárias e não essenciais. A literatura é uma escola de vida e um meio para se adquirir conhecimentos. A literatura, aborda o meio social, o familiar, o histórico e o concreto das relações humanas com uma força extraordinária.
Podemos dizer que as telenovelas também nos falam sobre problemas fundamentais do homem. A vida não é aprendida somente nas ciências formais. A literatura tem a vantagem de refletir sobre a complexidade do ser humano e sobre a quantidade incrível de seus sonhos. Podemos compreender a complexidade humana através da literatura. A poesia nos ensina a qualidade poética da vida, essa qualidade que nós sentimos diante de fatos da realidade.
Devemos fazer convergir todas as disciplinas conhecidas para a identidade e para a condição humana. O homem não se define somente pelo trabalho, mas também pelo jogo. Não só as crianças, como também os adultos gostam de jogar. Não vivemos só em função do interesse econômico. Vivemos em função de mitos e crenças.
A Compreensão humana
O quarto aspecto é sobre a compreensão humana. Nunca se ensina sobre como compreender uns aos outros. A palavra compreender quer dizer: colocar junto todos os elementos de explicação, ou seja, não ter somente um elemento de explicação, mas diversos. A compreensão humana comporta uma parte de empatia e identificação. Saber o significado da dor, da emoção. Compreender a compaixão. É isto que permite a verdadeira comunicação humana.
A grande inimiga da compreensão é a falta de preocupação em ensiná-la. Uma vez que, vivemos em uma sociedade individualista, que favorece o sentido de responsabilidade individual, que desenvolve o egocentrismo, o egoísmo e que, consequentemente, alimenta a auto justificação e a rejeição ao próximo. A redução do outro, a visão unilateral e a falta de percepção sobre a complexidade humana são os grandes empecilhos da compreensão, bem como a indiferença.
Estamos adormecidos, apesar de despertos, pois diante da realidade tão complexa, mal percebemos o que se passa ao nosso redor. Por isso, é importante compreender não só os outros como a si mesmo, a necessidade de se auto-examinar, pois o mundo está cada vez mais devastado pela incompreensão.
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