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Educação e complexidade Os sete saberes e outros ensaios

Por:   •  27/4/2015  •  Resenha  •  2.510 Palavras (11 Páginas)  •  777 Visualizações

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UNIVERSIDADE COMUNITARIA DA REGIAO DE CHAPECÓ – UNOCHAPECO
Curso: Direito
Turma: A-210
Professor: Roberto Deitos
Acadêmicos: Adriana Perin, Henrique Giovanoni, Nayara Pieper
Período: 1° A
Ano/Sem: 2014/1°

                                        Educação e complexidade                  

                                    Os sete saberes e outros ensaios

                                              INTRODUÇÃO

        Este assunto trata-se do domínio dos sete saberes, que é resultado de uma trilogia pedagógica iniciada pela experiência sobre a reforma dos conteúdos do ensino secundário, que levou o autor a refletir para além deles. As idéias do autor não produziram resultado concreto, mas no transcorrer da experiência, organizou dezenas de jornadas temáticas, cada uma delas centrada sobre um grande tema que permitiu religar disciplinas. O tema da primeira foi o Universo, e isso porque o universo permite religar as diferentes disciplinas da Física no seio de diferentes concepções do mundo, ou cosmologias.  A terra foi o tema da segunda jornada. Vida, Humanidade, Literatura foram os temas seguintes.  A aventura do cosmo talvez tenha tido seu início após o Big-Bang, um momento explosivo a partir do qual formaram se as primeiras partículas, seguido da formação dos núcleos dos átomos no seio das estrelas, o planeta Terra, as moléculas.                        

Chegamos à conclusão de que existem sete buracos negros, no sistema de educação Francês, não apenas no segundo grau ou na universidade, mas em todos os sistemas de educação conhecidos.    

 1. CONHECIMENTO

  O primeiro deles é do conhecimento. Mesmo que o ensino consista em ensinar conhecimentos, não nos é dito jamais o que significa a palavra “conhecimento” ninguém tenta dizer o que é, qual é a importância disso? Argumentamos que são serie de erros e ilusões. O que as pessoas acreditavam  ser conhecimentos verdadeiros e certos eram apenas ilusões.

O problema crucial do conhecimento reside no erro e na ilusão? Graças aos trabalhos das neurociências, sabemos cada vez mais que um conhecimento, uma percepção não é uma fotografia do mundo exterior. A percepção é uma tradução, mas as próprias palavras são  igualmente, traduções de traduções e de reconstruções, discursos, teorias do mesmo. Podemos chamar de idealista essa tendência que possuímos de tomar as idéias pela realidade, mesmo que a filosofia sempre nos recomende prestar atenção na idéia de que não se trata apenas  de um mediador, mas também de um filtro para a realidade.

   O Problema do conhecimento é muito importante e é necessário ensinar que todo conhecimento é tradução e reconstrução,  além disso é marcado pelo que pode ser chamado de imprinting, através das injunções e proibições dos pais. As idéias rejeitadas são consideradas como tolas estúpidas ou perigosas. Nas sociedades autoritárias, religiosas o desviante é liquidado. Giordano Bruno foi queimado no Campo de Fiore, em Roma.

Esse Imprinting sobre o conhecimento, que nos impõem uma visão de mundo, é puramente cultural, isto quer dizer que não seja fundado sobre uma experiência verdadeira.

      Possuímos também o que denominamos paradigmas.  Esta noção é empregada nos sentidos os mais diversos. A palavra paradigma é o nível que determina a escolha da visão de mundo em função de um principio lógico que une conceitos fundamentais, pode se afirmar que há um paradigma que concebe a relação entre o humano e o natural pela redução de um ao outro. Os sociobiologistas ensinaram-nos que os genes determinam tudo: o altruísmo é geneticamente determinado, nossos comportamentos se assemelham a parte humana que, no mínimo possui grande interesse.  Há também o paradigma da disjunção, esse paradigma ainda é reinante em nossa antropologia cultural. Eliminar o homem biológico em favor do homem cultural é uma visão igualmente mutilada.

O paradigma da conjunção é mais completo, pois reúne os dois, mas mostra que há um circuito ininterrupto entre o que existe de natural em nós, nossos batimentos cardíacos, o sangue circulante que nos permite viver e pensar e nós mesmos, que cuidamos de nosso corpo biológico para continuar a viver.  No pensamento ocidental, pode se afirmar que há um grande paradigma que operou a disjunção entre o mundo da ciência, que se consagra a liberdade e não obedece ao determinismo. Essa disjunção provocou a grande separação entre cultura cientifica e o mundo da cultura das humanidades.

É necessário ensinar que o conhecimento comporta sempre riscos de erros e ilusões, e tenta mostrar quais são suas raízes e causas, aqui esta o primeiro buraco negro, o primeiro pilar do que deveria ser uma educação que respondesse ás nossas aspirações, não apenas de homens e mulheres do terceiro milênio más de seres humanos dos quais temos particularmente necessidade nesse inicio de milênio.

 2. O CONHECIMENTO PERTINENTE

O segundo buraco negro é o do conhecimento pertinente. Um conhecimento não é pertinente porque contém uma grande quantidade de informações. Somo submergidos pela quantidade de informações transmitidas pela televisão, as informações sobre o amanha anulam as de hoje. O verdadeiro problema não é o da informação quantitativa, mas o da organização da informação.  O conhecimento pertinente não é fundado numa sofisticação, mas numa atitude que consiste em contextualizar o saber. Trata se de uma aquisição da Psicologia Cognitiva.  Quando traduzimos uma língua estrangeira, deparamo-nos com palavras polissêmicas que sabemos identificar muito bem no dicionário. Elas possuem múltiplos sentidos, embora ignoremos o sentido exato que assumem na frase. Tentamos então, adivinhar o sentido da frase para encontrar o sentido no qual a palavra é empregada.

Esse conhecimento tenta situar as informações num contexto global e, se possível, num contexto geográfico histórico. Outro exemplo, graças á ciência ecológica, nos demos conta de que a biosfera é um contexto para a aventura humana industrial e técnica.

Temos a necessidade de ensinar a pertinência, ou seja, um conhecimento simultaneamente analítico e sintético das partes religadas ao todo e do todo religado as partes.  Não se pode conhecer a totalidade do universo, nem mesmo suas partes em detalhe, embora seja essa a tendência do conhecimento. Além disso, podemos apreender totalidades relativamente restritas, a começar pela realidade do nosso próprio planeta, levando cada vez mais em conta que nele há problemas transversais que recobrem as diferentes disciplinas e que não podem ser tratadas separadamente por uma disciplina ou mesmo por um país. Esse circuito de retroação entre as partes e o todo não é ensinado.

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