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Resumo Polis E Civitas Cacciari

Por:   •  15/11/2015  •  Resenha  •  552 Palavras (3 Páginas)  •  1.825 Visualizações

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PÓLIS E CIVITAS: A RAIZ ÉTNICA E O CONCEITO DINÂMICO DE CIDADE

A cidade enquanto tal não existe. Existem diferentes e distintas formas de vida urbana, e não é por acaso que o termo cidade pode ser dito de diferentes maneiras.

O éthos grego – termo muito anterior a qualquer costume e tradição – é a sedem o lugar onde a população tradicionalmente mora, reside. E a pólis é precisamente o lugar do éthos, o lugar que serve de sede e a determinada gente.

No grego, ao invés, a relação inverte-se por completo, já que o termo fundamental é pólis e o derivado é polítes, o cidadão. Nota-se a perfeita correspondência entre a desinência de polítes e de civitas; mas. No segundo caso, indica a cidade, no primeiro, o cidadão. Para os romanos, a civitas é, desde sempre, aquilo que é produzido pela reunião de várias pessoas sob as mesmas leis para lá de qualquer especificidade étnica ou religiosa.

Na civilização grega, a cidade é fundamentalmente a unidade de pessoas di mesmo génos, e, portanto, consegue-se perceber como a pólis, ideia que remete para um todo orgânico, antecede a ideia de cidadão.

Roma foi fundada por pessoas que haviam sido, inclusivamente, expulsas das suas cidades, ou seja, por exilados, errantes, refugiados, proscritos, e que confluem para um mesmo lugar, fundando Roma. A ideia de cidadania não apresenta qualquer raiz de natureza étnico-religiosa, entre os homens livres se é cidadão independentemente da estirpe ou do credo.

Através da influência romana, esta concepção de cidadania difunde-se também noutras cidades e por toda a bacia do Mediterrâneo, quando esta se torna romana.

A consequência desses fatores foi o isolamento de cada pólis em relação às outras. Existem as olimpíadas, as grandes festas, porém, as cidades gregas permanecem ilhas, e só por brevíssimos períodos se conseguem federar devido à pressão de acontecimentos extremos particularmente dramáticos ou porque uma delas assume hegemonia, mesmo que breve, sobra as outras (a hegemonia ateniense dura pouquíssimo e a espartana ainda menos)

Quando pensamos na democracia ateniense não podemos esquecer que ela funcionava na base de uma ideia étnica e religiosa; mas na perspectiva romana trata-se de um produto artificial: ou seja, se é cidadão de pleno título, como todos os direitos, simplesmente porque se concorda em viver submetendo a determinadas leis e a obedecer àquele regime: o termo concórdia tem esse significado.

Outra ideia interessante, que nasce precisamente neste contexto, é que a cidade é móvel na sua íntima essência. Mas as origens de Roma, tal como a ideologia augustiana as representa, estão precisamente na confluência de diferentes povos; os próprios latinos não são os inimigos conquistados e submetidos.

Mas qual é o fim a alcançar? A resposta é: imperium sine fine. De diferentes lugares, da Europa, da África e da Ásia conflui-se, em concórdia, para permitir que Roma Expanda as suas fronteiras: que o Império Romano não tenha fronteiras espaciais nem temporais. Império não significa império de polícia, domínio exercido pelas armas. O pressuposto implícito nessa ideia é o de que aquilo que rege a civitas não é um fundamento originário, mas um objetivo: vivemos juntos pois, através da concórdia produzida pelas nossas leis, pode-mos almejar um grande fim, Roma mobilis.

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